Há muito, há mais de dois anos que eu atesanava a cabeça ao Ricardo falando-lhe na autonomia para a escola. Sempre tive a convicção que não é possível ter um fato feito que sirva a milhares de escolas todas diferentes, cobrindo todo o país. Que a distância da escola para quem realmente manda, fechados nos seus gabinetes, sejam sindicalistas, sejam burocratas, que não estão no terreno, que não enfrentam os problemas, não permite a tomada de decisão atempada, nem a compreensão dos problemas, todos diferentes e diários.
Os sindicalistas e os burocratas do ministério não tratam da escola, tratam de si mesmos. Se a escola tiver autonomia suficiente e, principalmente, funcionar bem, todos ganham menos os burocratas. Co-governam a educação há 36 anos, parece que andam às turras mas não andam, chegam sempre a uma solução má para quem está no terreno. Passado algum tempo, os desavindos aí estão com novos problemas que ninguém sente a não ser eles. Sem inventar problemas não sobrevivem.
Mas começam a aparecer vozes, aqui e ali, a denunciar esta vergonha e este prejuízo para os país e para as escolas. A descentralização é dado adquirido para termos uma escola capaz, a gestão escolar entregue a Directores e gestores profissionais, a abertura às instituições locais, todas profundas conhecedoras do ambiente local em que está mergulhada a escola, a capacidade de resolver os problemas localmente e no momento .
hoje foi notícia que nos primeiros meses deste ano já se aposentaram 1106 professores… mas olhando um universo de 2007 para cá já serão mais de 14mil os professores que se reformaram… o que leva tanto professor a abandonar a arte de ensinar? o medo? a idade? o cansaço?