Os impactos ambientais eram de tal ordem que deram num famoso e estridente “jamais”! Mas isso era quando os negócios apontavam à OTA. Agora, os impactos que se viam em Alcochete passaram para a OTA e sempre, mas sempre, apoiados em belos estudos que nos custam os olhos da cara. Vamos ter aeroporto mesmo que não seja necessário.
“O Estudo de impacte Ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa, vem dizer que não haverá impactos significativos que possam comprometer os objectivos de conservação da Zona de Protecção Especial (ZPE) do Estuário do Tejo”.
Numa palavra, as aves raras, o sapal,o estuário, o aquífero (o maior da Ibéria), que impediam a construção do quer que fosse, afinal, não impedem nada, pode ter “algumas efeitos nos padrões comportamentais da comunidade avifaunística” embora para já sejam imprevisíveis.
Os estudos anteriores também achavam que na OTA não havia impactos nenhuns, foi preciso um piloto da TAP explicar em público que devido à configuração do terreno circundante, a aproximação e o levantar dos aviões se faziam pelo mesmo corredor aéreo, constituindo um perigo para a navegação.
Enquanto isso, os habitantes do ex-deserto estão muito contentes porque vão ter muito turismo e muito emprego, nada lhes importando o silêncio e a paz de que gozam e vão perder.
Os estudos (todos muito bem pagos e muito rigorosos) dizem o que o cliente precisa que digam, ontem na OTA, hoje em Alcochete, o resto é conversa de encher.
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