sir jack goody

o meu antigo professor, orientador e mestre, fizera-me introduzir estudos do Gtupo Doméstico em Portugal

Ser-me-ia impossível continuar a teoria que uso para o meu novo livro, não referir ao meu antigo patrão, amigo, colega e orientador Jack Goody. Sus textos têm iluminado o meu caminho, como os dos meus dicípulos. No dia que mudei de Cambridge para o ISCTE, o Jack estava furioso, típico do seu temperamento…E, no entanto, fiquei. Não é fácil mudar Cambridge pelo ISCTE, hoje IUL. As facilidades para o trabalho que lá existem, como a Biblioteca, os Gabinetes, os debates, os Seminários, aos que ainda tenho acesso por ser membro do Senado dessa Universidade, apenas por ser Doutor de Cambridge com Agregação e especializado em Etnopsicologia da Infância, a primeira visão do mundo científico do Jack, que era graduado em Literatura e Letras por Oxford, mas que, após 4 anos de prisão em Auschwitchz, e de intermináveis leituras sobre as formas de vida em outros sítios, como no seu campo de prisão, mudou para Antropologia Social, temática do seu doutoramento em Cambridge, sob a orientação de Meyer Fortes.   Os dois não apenas partilhavam as mesmas ideias, bem como trabalhavam e escreviam juntos, como eu com Jack.

Vou usar material inédito pata referir este excerto.

Sir John(Jack) Rankine Goody, entrevistado por Erick Hobsbawm, 18 de Maio de 1991, na sua casa na França, entrevista filmada por Alan Macfarlane. Pode ser ouvida e vista em:  https://www.dspace.cam.ac.uk/handle/1810/268?mode=full&submit_simple=Show+full+item+record . Houve outros livros de depoimentos de Jack Goody para Pierre-Emmanuel Dauzat, 1996 : L´Homme, L’Écriture et la Mort, Les Belles Lettres, Paris.

Esta é a organização doméstica que Goody analisa e entende, o sistema que até a época de Malinowski, Meyer Fortes e Evans-Pritchard, eram denominadas famílias. O grupo do lar é entendido como um conglomerado de pessoas unidas por laços consanguíneos.

outros povos, procedentes da Nigéria, criaram na zona sudoeste dois novos estados: o Ga e o Ewe. O mais poderoso estado da história pré-colonial de Gana foi o dos Ashanti, povo descendente dos Akan, cujo idioma era o twi. Estabeleceram-se na selva central e, no período de esplendor, entre os séculos XVIII e XIX, o império se estendia do rio Komoe, no oeste, até as montanhas de Togo, ao leste.

O descobrimento dessas terras pelos europeus aconteceu em 1471, com a chegada dos portugueses, que as denominaram Costa do Ouro. Os mercadores portugueses trocavam armas, tecidos e outros objectos pelo ouro dos indígenas. A fim de conservar o monopólio, os portugueses construíram fortes como o de Elmina, de onde controlavam o tráfico de ouro e escravos. No século XVII chegaram comerciantes holandeses, britânicos, dinamarqueses, suecos e prussianos. Um século mais tarde, holandeses, ingleses e dinamarqueses controlavam diversas áreas na costa.

Em meados do século XIX o Reino Unido converteu em protectorado a Costa do Ouro, e em 1874 o território foi transformado em colónia. Os Ashanti e os povos do norte foram dominados em 1901 e parte do Togo alemão passou ao controle britânico em 1922. Depois da segunda guerra mundial, o nacionalismo ganhes extremou-se e, em 1947, por exigência dos nativos, foi criado um conselho legislativo de maioria negra. Em 1957 Gana finalmente conquistou a independência e elegeu o primeiro-ministro. Três anos depois foi proclamada a república e elegeu-se presidente no mesmo ano. A partir de então sucederam-se períodos de governo civil e juntas militares.

A constituição de 1992 determinou um sistema de governo multipartidarista com Parlamento de uma câmara e presidente eleito por voto universal para um mandato de quatro anos. O presidente, que é ainda o chefe de estado e o comandante das forças armadas, escolhe um Conselho de Ministros, sujeito à aprovação do Parlamento. Os membros do legislativo também são eleitos por sufrágio universal para um mandato de quatro anos.

É esta a História que analisa Goody no seu texto citado, retirado das suas pesquisas dos anos 50 do Século XX. Há dois pontos importantes na sua análise – os assassinatos entre parentes para aceder ao poder, são apenas uma anedota. Os dois pontos chaves antes mencionados, são: se há luta, é porque esta antiga monarquia tem uma hierarquia dentro da qual está dividido o trabalho: o estado que têm chefes, os Muçulmanos, que têm os seus privilégios, o povo comum ou comuneiros que realizam o trabalho e devem entrega-los ao grupo central da monarquia e aos seus delegados; os escravos que trabalham sem ordenado, e os estrangeiros, que são aceitem desde que entreguem algumas coisas úteis para os soberanos;  a hierarquia dos que mandam, entre os que se encontram os prelados ou chefes sagrados, como explica Goody nas páginas 142-146 do livro que uso, citado mais em baixo. Em meados do século XIX o Reino Unido converteu em protectorado a Costa do Ouro, e em 1874 o território foi transformado em colónia. Os Ashanti e os povos do norte foram dominados em 1901 e parte do Togo alemão passou ao controle britânico em 1922. Depois da segunda guerra mundial, o nacionalismo ganês extremou-se e, em 1947, por exigência dos nativos, foi criado um conselho legislativo de maioria negra. Em 1957 Gana finalmente conquistou a independência e elegeu o primeiro-ministro. Três anos depois foi proclamada a república e elegeu-se presidente no mesmo ano. A partir de então sucederam-se períodos de governo civil e juntas militares.

A constituição de 1992 determinou um sistema de governo multipartidário, com Parlamento unicameral e presidente eleito por voto universal para um mandato de quatro anos. O presidente, que é ainda o chefe de estado e o comandante das forças armadas, escolhe um Conselho de Ministros, sujeito à aprovação do Parlamento. Os membros do legislativo também são eleitos por sufrágio universal para um mandato de quatro anos.

É esta a História que analisa Goody no seu texto citado, retirado das suas pesquisas dos anos 50 do Século XX. Há dois pontos importantes na sua análise – os assassinatos entre parentes para aceder ao poder, são apenas uma anedota. Estas histórias estão relatadas num livro que pode ser acedido em: http://books.google.pt/books?id=1G43AAAAIAAJ&dq=Jack+Goody:+Succession+to+High+Office&printsec=frontcover&source=bl&ots=ZYP9v8UfFS&sig=1bNigxqG9c0noKjAvLgdeAUElKY&hl=pt-PT&ei=ppFXSui0NZShjAeWkvHoAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1

O que Jack Goody pretende neste livro, é analisar as mudanças do acasalamento e da reprodução dos grupos domésticos, no Mediterrâneo e outros sítios da Europa, antes e depois  de reforma religiosa e antes ainda, desse acontecimento histórico de reunir povos orientais e ocidentais na Espanha, Portugal e a cristianização dos povos germânicos. O que pretende, como confessa em outros dos seus livros, traduzido pela Editora Celta com o título de Família e Casamento na Europa. Oeiras, Celta (colecção O passado no presente), 1995 (trad. Ana Barradas). Na sua opinião, o Mediterrâneo parece ser apenas uma unidade de povos. No entanto, de facto, há vários, ao se encontrarem na Espanha e Portugal, culturas ocidentais com culturas orientais, como os povos Africanos do norte e Palestinianos, que tinham invadido o continente. Houve um debate a partir do Século III da nossa era sobre a validade dos matrimónios entre muçulmanos e cristãos, e definir se eram válidos ou não. Esse tipo de reprodução não parece ser a esperada, especialmente por causa do dote que a noiva deve adiantar; mas há os que se opõem e pensam que os matrimónios mistos são uma heresia, para uma ou outra confissão. A conjuntura para a reprodução, assim, não é nada favorável. Como Goody nos ensina neste livro, cheio de dados e dicas para a nossa pessoal pesquisa, a dificuldade pelas que atravessa Europa na época das reformas. Livro que nem li, por ter escutado ao autor durante muitos anos. Foi com ele que tive a sorte de me especializar em Antropologia da Educação e em Teologia Cristã e Muçulmana, que uso imenso nos meus escritos. Sem Jack Goody, nunca teria começado por ler a Agostinho de Hipona, entre outros. Ainda dentro do debate ao que Jack Goody nos conduz, entra este problema da reprodução. No Capítulo 7 do livro que me orienta, citado em nota de rodapé, páginas 157-183 ao falar sobre essa a minha especialização, a Reforma e a Contra Reforma estas palavras sintetizadas pela Editora Celta: Os padrões europeus de matrimónio são o tema de um artigo de Hajnal (1965) em que estabelece uma diferença entre a Europa Ocidental e a totalidade dos países “não europeus”, “tradicionais” ou “em vias de desenvolvimento” (incluída a Europa Oriental). As principais características do modelo europeu são o matrimónio tardio, tanto nos homens como nas mulheres, e um alto grau de celibato, características que, no aspecto demográfico, estão associadas a taxas brutas relativamente baixas natalidade (abaixo de 40 por mil) e também, embora com menos segurança, de mortalidade. Hajnal, Paginas 209 e seguintes. Para ajudar ao leitor, o livro de John Hajnal que cita, é European marriages in perspective, capítulo do livro de D.V.Glass e D.E.C. Eversley (editores) Population in History, Londres. O texto é o Capítulo 8 do livro citado, e é parte da tese de doutoramento do autor. O texto pode ser lido em: http://books.google.pt/books?id=Fkjbz9zRoAkC&pg=PA8&lpg=PA8&dq=John+Hajnal++++European+marriages+in+perspective&source=bl&ots=BqvuEXp3Bt&sig=sf_BpdSwb97EyfD1D2JR0qSoOBw&hl=pt-PT&ei=06dYSvb7FNTLjAfF-KEb&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2

Porquê Goody usa em várias páginas do seu excelente livro a hipótese Hajnal? A resposta está na própria vida do autor referido e na sua obra, da que salienta um texto publicado em 1965, parte da sua tese de doutoramento de John Hajnal (26 November 192430 November 2008), nascido como John Hajnal-Kónyi, foi Professor de Estatísticas na London School of Economics, 1975-86. A sua educação foi na University College School, Londres e Balliol College, Oxford. A importância de Hajnal reside no facto de ter fixado e provado, em um afamado capítulo de livro, um marco divisório para a história do matrimónio na Europa. Hajnal é conhecido por ter traçado as barreiras, em 1965, as normas históricas do matrimónio na Europa Ocidental, provando que as pessoas casavam tarde na vida e muitos eram solteiros. Os limites geográficos de este tipo de matrimónio sem precedentes, é denominado como a Hajnal line. Enquanto Hajnal defende que o aparecimento de tais padrões se verificou em finais do século XVI e que se pode associá-lo ao desenvolvimento do capitalismo e do protestantismo, outros assinalam a presença desses mesmos traços numa época anterior, embora como algo característico do Noroeste, mais do que de todo o Ocidente europeu.

O que Goody procurava eram regras semelhantes de matrimónio ao longo da história e de diferentes sítios geográficos do mundo. Encontrou em Hajnal um traço divisório e taxativo de um tipo de matrimónio provadamente reiterado ao longo do tempo. Os Grupos Domésticos eram poucos e de idade avançada. A resposta a estas formas diferentes de casamento, é comentada por Goody no Capítulo 8 do livro que me orienta, intitulado The hidden economy of kinship, ou, em português: A economia escondida do parentesco. Analisa a correlação entre as formas matrimoniais e parentais da formação das famílias, o que custa casar e o que ainda é mais caro divorciar. A primogenitura é uma das formas de acumular riqueza, como a celebração de matrimónios proibidos entre parentes consanguíneos chegados, como filhos de irmãos, o que eu defendo em outro texto. Defendo, por ser tão evidente que se era paga ao Vaticano uma suma de dinheiro importante, o matrimónio podia ser realizado, como analiso no meu texto de 23 páginas: Stratégies de reproduction. Le droit cânon et le mariage ans un village portugais (1862-1983), em Droit et Société. Revue International de Droit et de Sociologie Juridique, Nº 5, 1987, CNRS, Paris. Bem como no meu (1991) 2001 : A religião como teoria da reprodução social, Fim de Século, Lisboa.

Finalmente, apenas dizer que esta conjuntura de reprodução do grupo doméstico, é um debate permanente entre as várias confissões e o Estado, especialmente no Ocidente. Goody consegue provar que a criação de grupos domésticos é desigual e que as conjunturas mudam com a história e convénios. Parece ficar surpreendido com as regra fixadas pela confissão anglicana, no tempo em que Henrique Tudor o Henry VIII, abandona a confissão católica romana e passa a ter uma dupla autoridade: ser Chefe de Estado e a Presidir a Confissão por ele criada, a Fé Anglicana, governada por um delegado seu, um cardeal adepto a sua teoria. Como de resto fizeram todas as outras confissões ocidentais. Confissões orientais, como a Budista, Confúcio. Foi a figura histórica mais conhecida na China como mestre, filósofo e teórico político. Sua doutrina, o confucionismo, teve forte influência não apenas sobre a China mas também sobre toda a Ásia oriental. A Confissão Muçulmana, especialmente Chiita e Sunita, o Estado e Religião constituem uma unidade, especialmente no Irão e no Tibete e no povo Arménio, entre outros. A conclusão do livro de Jack Goody, é que as violações às regras prescritivas da confissão professada em um Estado, acaba por ser uma condenação também por parte do Estado, especialmente a partir das reformas religiosas ocidentais, países todos com uma Igreja presidida pela pessoa que governa a nação. Ainda Espanha, o Monarca deve ser consultado para nomear Cardinais, mas o Monarca, além desse privilégio centenário, não tem nenhuma intervenção na confissão romana. No entanto, o que Goody não diz, porque pesquisa o passado do Grupo Doméstico, é a crescente separação da Igreja e do Estado em matérias de fé. Nos dias de hoje, há mais domínio laico sobre a confissão romana. Como esta notícia de Reuter, que transcrevo completa: A escola primária Macias Picavea não parece um foco de revolução. Mas o despretensioso edifício de tijolos na sonolenta cidade industrial de Valladolid se tornou um campo de batalha na guerra cada vez mais intensa que opõe Igreja e Estado na Espanha.

Em uma decisão sem precedentes no país, um juiz decidiu em Novembro que a escola pública deve remover os crucifixos das paredes de suas salas de aula, porque elas violam a natureza “laica” do Estado espanhol.

Embora a Igreja não estivesse entre as partes envolvidas no processo, criticou a decisão como ataque “injusto” contra um símbolo histórico e cultural – e um sinal do secularismo cada vez mais militante do Estado na Espanha.

Se a decisão do juiz representa o mais recente revés para o domínio, antigamente férreo que a Igreja exercia sobre a vida espanhola, a resposta da hierarquia católica dá ao país a posição de pólos na definição do futuro relacionamento entre Igreja e Estado na Europa.

Para o Papa Bento XVI, que apostou seu pontificado iniciado três anos antes ao dia de hoje, na empreitada de manter a Europa como região cristã, a Espanha, com sua população 90% católica e rica história religiosa representava uma última esperança em um continente no qual a religião tem cada vez menos importância.

Mas essa esperança está rapidamente a desaparecer. Desde 2004, o governo socialista do primeiro-ministro José Luís Rodriguez Zapatero legalizou o casamento homossexual e o divórcio acelerado, e está tentando liberalizar as leis que restringem o aborto e a eutanásia.

Em resposta, a Igreja e os católicos praticantes, vêm pressionando por maior participação na vida pública do país e a sua relação com a influência da confissão católica. O resultado é uma guerra aberta entre Igreja Romana e Governo Espanhol.

A Espanha representa ao mesmo tempo, o passado da Igreja Católica na Europa e um hipotético futuro: um país cada vez mais laico, no qual interfere uma oposição católica vigorosa, definida pelo Papa Ratzinger como uma minoria criativa, superada apenas pelo arder de su fé.

O que está em jogo é uma visão do país: será que Espanha vai aderir ao resto da Europa laica ou se manterá como último baluarte do catolicismo? “Eu diria que certamente existe preocupação e seria ingénuo negá-la”, disse o porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, sobre a Espanha. “Estamos em um momento crítico do confronto entre a Igreja e a secularização da Europa e do mundo ocidental”.

Em 28 de Dezembro, na festa da Sagrada Família, um total estimado em 158 mil pessoas compareceu a uma missa – comício em Madrid, em defesa da família.

A marcha parece ter sido mais discreta. 

Notícia da jornalista de São Paulo Rachel Donadio, a 19 de Janeiro de 2009, retirado do jornal The New York Times e publicado no jornal em linha denominado terra, com a ligação http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3431296-EI312,00.html

É, porém, um desfalcamento entre a religião e a lei pública do Estado na reprodução social dos Grupos Domésticos. Ai onde antigamente a Confissão que for, determinava a reprodução, hoje em dia fica sem poder nenhum enquanto os Estados laicos interferem nos poderes da construção conjuntural dos grupos domésticos. O laicismo define a reprodução social, ainda nos países ocidentais onde a pessoa soberana representa a religião, mas não manda dentro de Confissão, guardando apenas um Direito a veto das decisões laicas sobre matérias de fé.

Ideias que analisa Jack Goody nos seus textos, especialmente em The development of the family and marriage in Europe, CUP, 1983, que tenho comentado em linhas anteriores. Versão portuguesa; Família e Casamento na Europa, Oeiras, 1995, tradução de Ana Barradas, referido antes.

Vamos deixar Jack Goody com apenas estes comentários, parte da teoria do livro que estou e escrever: Esperanza.

Ser-me-ia impossível continuar a teoria que uso para o meu novo livro, não referir ao meu antigo patrão, amigo, colega e orientador Jack Goody. Sus textos têm iluminado o meu carinho, como os dos meus dicípulos. No dia que mudei de Cambridge para o ISCTE, o Jack estava furioso, típico do seu temperamento…E, no entanto, fiquei. Não é fácil mudar Cambridge pelo ISCTE, hoje IUL. As facilidades para o trabalho que lá existem, como a Biblioteca, os Gabinetes, os debates, os Seminários, aos que ainda tenho acesso por ser membro do Senado dessa Universidade, apenas por ser Doutor de Cambridge com Agregação e especializado em Etnopsicologia da Infância, a primeira visão do mundo científico do Jack, que era graduado em Literatura e Letras por Oxford, mas que, após 4 anos de prisão em Auschwitchz, e de intermináveis leituras sobre as formas de vida em outros sítios, como no seu campo de prisão, mudou para Antropologia Social, temática do seu doutoramento em Cambridge, sob a orientação de Meyer Fortes.   Os dois não apenas partilhavam as mesmas ideias, bem como trabalhavam e escreviam juntos, como eu com Jack.

Vou usar material inédito pata referir este excerto. 

 

 

Sir John(Jack) Rankine Goody, entrevistado por Erick Hobsbawm, 18 de Maio de 1991, na sua casa na França, entrevista filmada por Alan Macfarlane. Pode ser ouvida e vista em:  https://www.dspace.cam.ac.uk/handle/1810/268?mode=full&submit_simple=Show+full+item+record . Houve outros livros de depoimentos de Jack Goody para Pierre-Emmanuel Dauzat, 1996 : L´Homme, L’Écriture et la Mort, Les Belles Lettres, Paris.

Esta é a organização doméstica que Goody analisa e entende, o sistema que até a época de Malinowski, Meyer Fortes e Evans-Pritchard, eram denominadas famílias. O grupo do lar é entendido como um conglomerado de pessoas unidas por laços consanguíneos.

 

A partir de Meyer Fortes, a família passa a ser analisada como grupo doméstico, ideia que Goody aprende e desenvolve ao máximo. É assim como quem mais persiste e aprofunda o conceito, é Jack Goody, ainda pouco esclarecido, por falta de análises, factos e novos conceitos, em 1971. Continua com a sua investigação da ideia de Grupo Doméstico e transfere da África para a Europa o seu modelo teórico de análise, passando antes a ensaiar a sua teoria para os grupos de poder, como no seu livro comentado dentro desta nota de rodapé, Succesion to High Office, CUP, 1966, em conjunto com Meyer Fortes, Edmund Leach e ele próprio, como organizadores. Jack Goody reúne um número importante de antropólogos – antropólogos, é dizer, de fabuladores formados na ciência da Antropologia Social, além de outras formaturas, mas que têm como objectivo principal a, já agora, Ciência da Antropologia Social. Todos eles reparam, analisam, estudam, com trabalho de campo, como suceder os sítios de chefia e demonstrar que essa chefia é parte da conjuntura da reprodução social. Não é apenas descartar a família como centro da análise sociológica de reprodução, para a substituir pelo conceito de Grupo Doméstico, esse átomo dentro do grande grupo de famílias que constituem ou uma etnia, ou uma tribo, ou, simples mentes, um extenso grupo clãnico que trabalham, vivem e se reproduzem, sob o olho atento da chefia superior, como mencionei ao analisar os Lo-Dagaba, onde o grupo Dagaba, que vive separado do conglomerado de segmentos clãnicos, organiza a produção, o armazenamento e a distribuição produzidos também pela organização do trabalho da autoridade mor. Essa autoridade central, tem os seus representantes entre segmentos clãnicos que vivem a certa distância do chefe central o rei. O próprio Goody estuda essa sucessão, na sua análise do Reino de Gonja. A sua hipótese é que as formas de sucessão ao sítio real, não são por herança de pai a filho, mas por feudos de luta entre os mais ambiciosos dos irmãos, todos eles filhos ou parentes do rei que deve ser substituído ou por falecimento, ou por outros motivos. O cargo é importante porque não apenas dá poder de mandar na distribuição de produtos, bem como boa parte de esses produtos ficam nas mãos que quem ostenta o poder e dos seus aliados. Especialmente no Reino Gonja, na África do Sul. Este reino é parte da Gana, que já existia antes de colonização do Império pelos Britânicos, Holandeses, no caso de Gonja, pelos Portugueses. O império de Gana, fundado no século IV, desenvolveu-se nos territórios que actualmente correspondem ao Mali e ao sul da Mauritânia. A decadência começou no século XIII. Após a queda do império, os Akan ocuparam a costa e algumas áreas selváticas do interior do território da Ghana. No século XIV um grupo de comerciantes Mande penetrou no país pelo norte, em busca de ouro, e no século seguinte foram-se estendendo em direcção ao sul até a fronteira com o reino de Akan, onde fundaram dois novos estados: Dagomba e Mamprussi. A etnia Mande também fundou, no século XVII,

 

Rei Gonja, da dinastia Mande

 

o reino de Gonja, nos territórios ao norte.  Outros povos, procedentes da Nigéria, criaram na zona sudoeste dois novos estados: o Ga e o Ewe. O mais poderoso estado da história pré-colonial de Gana foi o dos Ashanti, povo descendente dos Akan, cujo idioma era o twi. Estabeleceram-se na selva central e, no período de esplendor, entre os séculos XVIII e XIX, o império se estendia do rio Komoe, no oeste, até as montanhas de Togo, ao leste.

O descobrimento dessas terras pelos europeus aconteceu em 1471, com a chegada dos portugueses, que as denominaram Costa do Ouro. Os mercadores portugueses trocavam armas, tecidos e outros objectos pelo ouro dos indígenas. A fim de conservar o monopólio, os portugueses construíram fortes como o de Elmina, de onde controlavam o tráfico de ouro e escravos. No século XVII chegaram comerciantes holandeses, britânicos, dinamarqueses, suecos e prussianos. Um século mais tarde, holandeses, ingleses e dinamarqueses controlavam diversas áreas na costa.

Em meados do século XIX o Reino Unido converteu em protectorado a Costa do Ouro, e em 1874 o território foi transformado em colónia. Os Ashanti e os povos do norte foram dominados em 1901 e parte do Togo alemão passou ao controle britânico em 1922. Depois da segunda guerra mundial, o nacionalismo ganhes extremou-se e, em 1947, por exigência dos nativos, foi criado um conselho legislativo de maioria negra. Em 1957 Gana finalmente conquistou a independência e elegeu o primeiro-ministro. Três anos depois foi proclamada a república e elegeu-se presidente no mesmo ano. A partir de então sucederam-se períodos de governo civil e juntas militares.

A constituição de 1992 determinou um sistema de governo multipartidarista com Parlamento de uma câmara e presidente eleito por voto universal para um mandato de quatro anos. O presidente, que é ainda o chefe de estado e o comandante das forças armadas, escolhe um Conselho de Ministros, sujeito à aprovação do Parlamento. Os membros do legislativo também são eleitos por sufrágio universal para um mandato de quatro anos.

É esta a História que analisa Goody no seu texto citado, retirado das suas pesquisas dos anos 50 do Século XX. Há dois pontos importantes na sua análise – os assassinatos entre parentes para aceder ao poder, são apenas uma anedota. Os dois pontos chaves antes mencionados, são: se há luta, é porque esta antiga monarquia tem uma hierarquia dentro da qual está dividido o trabalho: o estado que têm chefes, os Muçulmanos, que têm os seus privilégios, o povo comum ou comuneiros que realizam o trabalho e devem entrega-los ao grupo central da monarquia e aos seus delegados; os escravos que trabalham sem ordenado, e os estrangeiros, que são aceitem desde que entreguem algumas coisas úteis para os soberanos;  a hierarquia dos que mandam, entre os que se encontram os prelados ou chefes sagrados, como explica Goody nas páginas 142-146 do livro que uso, citado mais em baixo. Em meados do século XIX o Reino Unido converteu em protectorado a Costa do Ouro, e em 1874 o território foi transformado em colónia. Os Ashanti e os povos do norte foram dominados em 1901 e parte do Togo alemão passou ao controle britânico em 1922. Depois da segunda guerra mundial, o nacionalismo ganês extremou-se e, em 1947, por exigência dos nativos, foi criado um conselho legislativo de maioria negra. Em 1957 Gana finalmente conquistou a independência e elegeu o primeiro-ministro. Três anos depois foi proclamada a república e elegeu-se presidente no mesmo ano. A partir de então sucederam-se períodos de governo civil e juntas militares.

A constituição de 1992 determinou um sistema de governo multipartidário, com Parlamento unicameral e presidente eleito por voto universal para um mandato de quatro anos. O presidente, que é ainda o chefe de estado e o comandante das forças armadas, escolhe um Conselho de Ministros, sujeito à aprovação do Parlamento. Os membros do legislativo também são eleitos por sufrágio universal para um mandato de quatro anos.

É esta a História que analisa Goody no seu texto citado, retirado das suas pesquisas dos anos 50 do Século XX. Há dois pontos importantes na sua análise – os assassinatos entre parentes para aceder ao poder, são apenas uma anedota. Estas histórias estão relatadas num livro que pode ser acedido em: http://books.google.pt/books?id=1G43AAAAIAAJ&dq=Jack+Goody:+Succession+to+High+Office&printsec=frontcover&source=bl&ots=ZYP9v8UfFS&sig=1bNigxqG9c0noKjAvLgdeAUElKY&hl=pt-PT&ei=ppFXSui0NZShjAeWkvHoAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1

O que Jack Goody pretende neste livro, é analisar as mudanças do acasalamento e da reprodução dos grupos domésticos, no Mediterrâneo e outros sítios da Europa, antes e depois  de reforma religiosa e antes ainda, desse acontecimento histórico de reunir povos orientais e ocidentais na Espanha, Portugal e a cristianização dos povos germânicos. O que pretende, como confessa em outros dos seus livros, traduzido pela Editora Celta com o título de Família e Casamento na Europa. Oeiras, Celta (colecção O passado no presente), 1995 (trad. Ana Barradas). Na sua opinião, o Mediterrâneo parece ser apenas uma unidade de povos. No entanto, de facto, há vários, ao se encontrarem na Espanha e Portugal, culturas ocidentais com culturas orientais, como os povos Africanos do norte e Palestinianos, que tinham invadido o continente. Houve um debate a partir do Século III da nossa era sobre a validade dos matrimónios entre muçulmanos e cristãos, e definir se eram válidos ou não. Esse tipo de reprodução não parece ser a esperada, especialmente por causa do dote que a noiva deve adiantar; mas há os que se opõem e pensam que os matrimónios mistos são uma heresia, para uma ou outra confissão. A conjuntura para a reprodução, assim, não é nada favorável. Como Goody nos ensina neste livro, cheio de dados e dicas para a nossa pessoal pesquisa, a dificuldade pelas que atravessa Europa na época das reformas. Livro que nem li, por ter escutado ao autor durante muitos anos. Foi com ele que tive a sorte de me especializar em Antropologia da Educação e em Teologia Cristã e Muçulmana, que uso imenso nos meus escritos. Sem Jack Goody, nunca teria começado por ler a Agostinho de Hipona, entre outros. Ainda dentro do debate ao que Jack Goody nos conduz, entra este problema da reprodução. No Capítulo 7 do livro que me orienta, citado em nota de rodapé, páginas 157-183 ao falar sobre essa a minha especialização, a Reforma e a Contra Reforma estas palavras sintetizadas pela Editora Celta: Os padrões europeus de matrimónio são o tema de um artigo de Hajnal (1965) em que estabelece uma diferença entre a Europa Ocidental e a totalidade dos países “não europeus”, “tradicionais” ou “em vias de desenvolvimento” (incluída a Europa Oriental). As principais características do modelo europeu são o matrimónio tardio, tanto nos homens como nas mulheres, e um alto grau de celibato, características que, no aspecto demográfico, estão associadas a taxas brutas relativamente baixas natalidade (abaixo de 40 por mil) e também, embora com menos segurança, de mortalidade. Hajnal, Paginas 209 e seguintes. Para ajudar ao leitor, o livro de John Hajnal que cita, é European marriages in perspective, capítulo do livro de D.V.Glass e D.E.C. Eversley (editores) Population in History, Londres. O texto é o Capítulo 8 do livro citado, e é parte da tese de doutoramento do autor. O texto pode ser lido em: http://books.google.pt/books?id=Fkjbz9zRoAkC&pg=PA8&lpg=PA8&dq=John+Hajnal++++European+marriages+in+perspective&source=bl&ots=BqvuEXp3Bt&sig=sf_BpdSwb97EyfD1D2JR0qSoOBw&hl=pt-PT&ei=06dYSvb7FNTLjAfF-KEb&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2

Porquê Goody usa em várias páginas do seu excelente livro a hipótese Hajnal? A resposta está na própria vida do autor referido e na sua obra, da que salienta um texto publicado em 1965, parte da sua tese de doutoramento de John Hajnal (26 November 192430 November 2008), nascido como John Hajnal-Kónyi, foi Professor de Estatísticas na London School of Economics, 1975-86. A sua educação foi na University College School, Londres e Balliol College, Oxford. A importância de Hajnal reside no facto de ter fixado e provado, em um afamado capítulo de livro, um marco divisório para a história do matrimónio na Europa. Hajnal é conhecido por ter traçado as barreiras, em 1965, as normas históricas do matrimónio na Europa Ocidental, provando que as pessoas casavam tarde na vida e muitos eram solteiros. Os limites geográficos de este tipo de matrimónio sem precedentes, é denominado como a Hajnal line. Enquanto Hajnal defende que o aparecimento de tais padrões se verificou em finais do século XVI e que se pode associá-lo ao desenvolvimento do capitalismo e do protestantismo, outros assinalam a presença desses mesmos traços numa época anterior, embora como algo característico do Noroeste, mais do que de todo o Ocidente europeu.

O que Goody procurava eram regras semelhantes de matrimónio ao longo da história e de diferentes sítios geográficos do mundo. Encontrou em Hajnal um traço divisório e taxativo de um tipo de matrimónio provadamente reiterado ao longo do tempo. Os Grupos Domésticos eram poucos e de idade avançada. A resposta a estas formas diferentes de casamento, é comentada por Goody no Capítulo 8 do livro que me orienta, intitulado The hidden economy of kinship, ou, em português: A economia escondida do parentesco. Analisa a correlação entre as formas matrimoniais e parentais da formação das famílias, o que custa casar e o que ainda é mais caro divorciar. A primogenitura é uma das formas de acumular riqueza, como a celebração de matrimónios proibidos entre parentes consanguíneos chegados, como filhos de irmãos, o que eu defendo em outro texto. Defendo, por ser tão evidente que se era paga ao Vaticano uma suma de dinheiro importante, o matrimónio podia ser realizado, como analiso no meu texto de 23 páginas: Stratégies de reproduction. Le droit cânon et le mariage ans un village portugais (1862-1983), em Droit et Société. Revue International de Droit et de Sociologie Juridique, Nº 5, 1987, CNRS, Paris. Bem como no meu (1991) 2001 : A religião como teoria da reprodução social, Fim de Século, Lisboa.

Finalmente, apenas dizer que esta conjuntura de reprodução do grupo doméstico, é um debate permanente entre as várias confissões e o Estado, especialmente no Ocidente. Goody consegue provar que a criação de grupos domésticos é desigual e que as conjunturas mudam com a história e convénios. Parece ficar surpreendido com as regra fixadas pela confissão anglicana, no tempo em que Henrique Tudor o Henry VIII, abandona a confissão católica romana e passa a ter uma dupla autoridade: ser Chefe de Estado e a Presidir a Confissão por ele criada, a Fé Anglicana, governada por um delegado seu, um cardeal adepto a sua teoria. Como de resto fizeram todas as outras confissões ocidentais. Confissões orientais, como a Budista, Confúcio. Foi a figura histórica mais conhecida na China como mestre, filósofo e teórico político. Sua doutrina, o confucionismo, teve forte influência não apenas sobre a China mas também sobre toda a Ásia oriental. A Confissão Muçulmana, especialmente Chiita e Sunita, o Estado e Religião constituem uma unidade, especialmente no Irão e no Tibete e no povo Arménio, entre outros. A conclusão do livro de Jack Goody, é que as violações às regras prescritivas da confissão professada em um Estado, acaba por ser uma condenação também por parte do Estado, especialmente a partir das reformas religiosas ocidentais, países todos com uma Igreja presidida pela pessoa que governa a nação. Ainda Espanha, o Monarca deve ser consultado para nomear Cardinais, mas o Monarca, além desse privilégio centenário, não tem nenhuma intervenção na confissão romana. No entanto, o que Goody não diz, porque pesquisa o passado do Grupo Doméstico, é a crescente separação da Igreja e do Estado em matérias de fé. Nos dias de hoje, há mais domínio laico sobre a confissão romana. Como esta notícia de Reuter, que transcrevo completa: A escola primária Macias Picavea não parece um foco de revolução. Mas o despretensioso edifício de tijolos na sonolenta cidade industrial de Valladolid se tornou um campo de batalha na guerra cada vez mais intensa que opõe Igreja e Estado na Espanha.

Em uma decisão sem precedentes no país, um juiz decidiu em Novembro que a escola pública deve remover os crucifixos das paredes de suas salas de aula, porque elas violam a natureza “laica” do Estado espanhol.

Embora a Igreja não estivesse entre as partes envolvidas no processo, criticou a decisão como ataque “injusto” contra um símbolo histórico e cultural – e um sinal do secularismo cada vez mais militante do Estado na Espanha.

Se a decisão do juiz representa o mais recente revés para o domínio, antigamente férreo que a Igreja exercia sobre a vida espanhola, a resposta da hierarquia católica dá ao país a posição de pólos na definição do futuro relacionamento entre Igreja e Estado na Europa.

Para o Papa Bento XVI, que apostou seu pontificado iniciado três anos antes ao dia de hoje, na empreitada de manter a Europa como região cristã, a Espanha, com sua população 90% católica e rica história religiosa representava uma última esperança em um continente no qual a religião tem cada vez menos importância.

Mas essa esperança está rapidamente a desaparecer. Desde 2004, o governo socialista do primeiro-ministro José Luís Rodriguez Zapatero legalizou o casamento homossexual e o divórcio acelerado, e está tentando liberalizar as leis que restringem o aborto e a eutanásia.

Em resposta, a Igreja e os católicos praticantes, vêm pressionando por maior participação na vida pública do país e a sua relação com a influência da confissão católica. O resultado é uma guerra aberta entre Igreja Romana e Governo Espanhol.

A Espanha representa ao mesmo tempo, o passado da Igreja Católica na Europa e um hipotético futuro: um país cada vez mais laico, no qual interfere uma oposição católica vigorosa, definida pelo Papa Ratzinger como uma minoria criativa, superada apenas pelo arder de su fé.

O que está em jogo é uma visão do país: será que Espanha vai aderir ao resto da Europa laica ou se manterá como último baluarte do catolicismo? “Eu diria que certamente existe preocupação e seria ingénuo negá-la”, disse o porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, sobre a Espanha. “Estamos em um momento crítico do confronto entre a Igreja e a secularização da Europa e do mundo ocidental”.

Em 28 de Dezembro, na festa da Sagrada Família, um total estimado em 158 mil pessoas compareceu a uma missa – comício em Madrid, em defesa da família.

A marcha parece ter sido mais discreta. 

Notícia da jornalista de São Paulo Rachel Donadio, a 19 de Janeiro de 2009, retirado do jornal The New York Times e publicado no jornal em linha denominado terra, com a ligação http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3431296-EI312,00.html

É, porém, um desfalcamento entre a religião e a lei pública do Estado na reprodução social dos Grupos Domésticos. Ai onde antigamente a Confissão que for, determinava a reprodução, hoje em dia fica sem poder nenhum enquanto os Estados laicos interferem nos poderes da construção conjuntural dos grupos domésticos. O laicismo define a reprodução social, ainda nos países ocidentais onde a pessoa soberana representa a religião, mas não manda dentro de Confissão, guardando apenas um Direito a veto das decisões laicas sobre matérias de fé.

Ideias que analisa Jack Goody nos seus textos, especialmente em The development of the family and marriage in Europe, CUP, 1983, que tenho comentado em linhas anteriores. Versão portuguesa; Família e Casamento na Europa, Oeiras, 1995, tradução de Ana Barradas, referido antes.

Vamos deixar Jack Goody com apenas estes comentários, parte da teoria do livro que estou e escrever: Esperanza.