E amanhã?

Mimi and Eunice (clicar na imagem para ver)

Na minha breve passagem pelo sindicalismo aprendi que fazer greve é fácil, complicado é o dia seguinte.

Hoje alguns (poucos? muitos? não importa) estão a fazer braço de ferro pelos seus direitos. Seus sim. Deixe-se de lado o que tem constado nas convocatórias de greve e olhe-se, sobretudo, para o que tem permitido desconvocar/descontinuar as greves para concluirmos que, no essencial, as greves têm servido para aumentos salariais e para melhoria das condições de trabalho. Nada contra, cada qual tem o seu papel, agora não pretendam que estão a defender os meus direitos, pois actos que conduzam a mais despesa/impostos não são direitos meus.

E amanhã? Hoje há greve, contra cortes salariais, contra “esta” política e a favor de mais estado na economia. Mas, e amanhã? Fossem as reivindicações aceites e de onde viria o dinheiro para pagar o salário de muitos, inclusivamente dos grevistas? Por outro lado, onde é que está a greve contra não termos uma justiça que realmente funcione? Ou contra os contratos lesa-contribuinte, como as SCUT, PPP, BPN, ventoinhas,  barragens e tantos mais? Qual é a greve contra a duplicação do estado, tanto ao nível do funcionalismo, como da necessidade de recorrer ao privado para conseguir ter o que já paguei com impostos? Não me venham dizer que a greve de hoje também é para isto, pois eu li a convocatória da greve e o corpo das reivindicações são questões laborais. A uma dessas greves que falta fazer eu aderiria; a esta que não me diz respeito, nada lá tenho a fazer. Boa greve dos transportes e dos serviços públicos.

Comments

  1. Isabel G says:

    Ora nem mais!

  2. Respeito profundamente o direito à greve, mas hoje em Portugal sabe-se quem tem um bom emprego por serem esses que fazem greve. Os outros já nem podem fazer greve, quer porque os tostões ao fim do mês não se compadecem de um dia perdido, quer porque trabalham precariamente sem saber quando ficam de greve permanente.
    Nos transportes em particular, já enche o recurso à greve como arma de arremesso, pois os efeitos de tais greves não estão a obter os resultados pretendidos, antes a causar revolta nos utentes também eles trabalhadores.
    Os sindicatos devem parar para pensar que formas de luta devem adoptar para obter os objectivos e atingir os alvos, em vez de voltar as pessoas uma contra as outras e agravar a vida de todos.

  3. nascimento says:

    Quer dizer então como estou desempregado ou a recibos verdes devo-me estar cagando para os outros???Vou “inventar “formas de luta”, tipo fazer o pino frente á Assembleia da Républica? JÁ AGORA QUE NÃO PREJUDIQUE OS “OUTROS”!!!!
    ,Que raciocinio,e estuda,onde?É mestrado, licenciado ou algo parecido né?Pois,como é que eu adivinhei….lindo mesmo…e já agora “nem mais”, ESSA É Á “RELVAS”….só espero que nhenhum dos “douTores ” alguma vez venha a trabalhar em alguma empresa de TRANSPORTES ….OLHA A “INIBIÇÃOZINHA” TÁ….?

  4. nightwishpt says:

    E com isto se bate mais uma vez em retirada na guerra entre classes.
    Os Vichy estariam orgulhosos da sua influência.

  5. E por que é que existem classes? Porque todos teimam em defini-las e é com extremo cuidado que firmemente lhes delimitam as fronteiras! Porque a toda a hora cada um se compara com o outro, como se fosse bom ser cópia de alguém! Porque cada vez que se comparam estão a traçar a tinta indelével a fronteira entre as classes, estão interiormente a discriminar o pobre e o inculto e a desejar, olhos brilhando de inveja, poder ostentar a vida do rico!

    Eu cá não vejo classes nenhumas. Somos todos seres humanos e a única coisa que nos diferencia é apenas a forma como enfrentamos a vida! Eu não vejo classes, nem superiores nem inferiores, mas vejo sim, e isto é somente a minha perspectiva e portanto vale o que vale, vários tipos de seres humanos que agrupo segundo a minha própria escala de valores. Mas isto não quer dizer que um mendigo não me surpreenda com pensamentos sábios e profundos, ou que um erudito não me desaponte com fúteis balelas intelectuais, ou que um operário não me fascine com a sua técnica, ou que um milionário não me nauseie com a sua imensurável bronquice.

    O que distingue os homens, isso sim, mas que não tem forçosamente que os dividir, é a inteligência, a ignorância, a bondade, a maldade, o altruísmo, a crueldade, etc. e principalmente a forma como se relacionam uns com os outros.

  6. Abel Barreto says:

    E amanhã? Amanhá é outro dia; o primeiro dia da preparação da próxima greve.
    Às vezes a CGTP, perdão, o PCP, assume a greve como um objectivo e não como um meio. Basta ver a tela, como hoje vi, pendurada em uma ponte a dar vivas à greve geral. “Viva a greve geral”? mas porquê? Se há motivo para fazer greve, é porque algo está mal e tem de ser, ou queremos que seja, corrigido; então qual é o motivo da alegria?

  7. Jonh says:

    O Sr.Nascimento revela aqui toda a sua fatuidade mental. Ao «inventar formas de luta» o que se lhe apresenta é «fazer o pino frente à Assembleia da Republica». Sei que lhe parece impossível mas poderão e terão de haver novas formas de luta. Fazem-se diariamente em inúmeras empresas privadas e normalmente passam pelo diálogo, argumentação e justificação das reivindicações apresentadas. Isto sim meu amigo é luta, experimente convencer uma bateria de administradores estrangeiros das razões das suas reivindicações numa reunião de ambiente hostil e passará a saber do que estou a falar.

  8. Carlos Guedes says:

    Se esta greve tivesse decorrido há um mês não teria podido aderir pelo simples facto de estar desempregado. Agora posso. E faço-o por mim, pelos meus colegas, pelos que se encontram desempregados, pelos que estão em vias de perder o seu emprego, pelos trabalhadores do Arsenal do Alfeite e dos Estaleiros de Viana do Castelo, pelos que querendo não vão poder aderir, e pelos que podendo não o vão fazer. Faço-o também, e principalmente, para que os que vierem depois de nós não encontrem este país sem remédio. E podem até encontrá-lo em tal estado, mas não vão poder dizer que ninguém fez nada para o evitar!

  9. patriotaeliberal says:

    Ai.

  10. Pisca says:

    Belinha filha vai ver se a Bimby já ligou tudo o que vá além disso é dificil entenderes, fica pelo preço certo e mesmo duvido que entendas o humor do Fernando Mendes

  11. Caríssimos: Com novas formas de luta quero dizer, por exemplo:
    http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2378035

    A greve nos transportes ou nos Estaleiros de Viana por um lado em nada incomoda os “responsáveis” por aquilo, e por outro só afunda ainda mais empresas já em grandes dificuldades.
    Há que protestar alto e bom som NAS ORELHAS dos que podem e têm o dever de fazer alguma coisa, não berrarmos uns para os outros.

  12. nascimento says:

    #7
    Primeiro, não sou teu “amigo”….
    Segundo, duvido que saibas o que é fazer greve “em ambiente hostil” e teres a PIDE em tua casa de seguida.Percebes-te agora meu menininho…..??ou queres que te faça um desenho?Sim meu lindinho ,eram “outros” tempos, em que só dizer: NÃO FAÇO!!!, SIGNIFICAVA OLHO DA RUA!!!NO MINIMO!!! Sabias?Nunca exprimentas-te,ou nem eras nascido? Os teus pais e professores nunca te contaram?Sabes lá o que é viver e lutar “num ambienre hostil”….
    Quanto ao “fazer o pino”,é precisamente isso que vos resta, de “tanto pensar”,de derrota em derrota até…..vão pois, “pensando em várias formas de luta”,que podem ser que cheguem a tempo,tá?
    Greves é que nem pensar,só aos domingos e depois da missa…que pena sers tão ridiculo.

  13. jorge fliscorno says:

    Vejo aqui muita intolerância a opiniões contrárias. Que tal usarem argumentos? É giro clicar nos polegarzinhos para baixo e para cima – e quem se der ao trabalho até o pode fazer várias vezes – mas não será isso que desvaloriza ou valoriza o comentário.

    Como em anteriores posts, há muitas bocas, umas mais artísticas do que outras, várias a ir pelo ataque pessoal, mas, realmente, rebater os posts é que nada.

    Vá lá defensores da CGTP, conseguem fazer melhor 🙂

  14. jorge fliscorno says:

    Isabel, agora ao reler o seu comentário ocorreu-me que catalogar faz parte da natureza humana. Parece que precisamos de ter as coisas arrumadas, sejam objectos, pensamentos ou pessoas. Descontado a origem do termo, se calhar a questão das classes tem algo a ver. É tão fácil quando tudo está em prateleirinhas.

    *editado

  15. palavrossavrvs says:

    Li o teu post, mal o publicaste: perfeito!

  16. #14 Caro Jorge, muito obrigado pela atenção que deu ao meu comentário! Fez o Jorge o exercício mental que todos deveríamos fazer perante opiniões aparentemente absurdas!

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