As verdadeiras cores da Goldman Sachs

Não é nada de surpreendente, a Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, explora os seus próprios clientes, referindo-se a eles como marretas. O que é absolutamente original é ouvir estas verdades da boca de um histórico do banco. (Em Portugal passam-se coisas parecidas.)

Leia as razões da demissão de Greg Smith, pelo próprio no NYT, em inglês.

Uma Santa Casa para o CDS

Como os leitores do Aventar sabem, do PPD/PSD e do PS tudo é de esperar. Dividem o Estado entre si e com os amigos. O CDS aprendeu rápido e já entrou no esquema, esta recebi por mail:

1. Em Dezembro de 2011, FERNANDO PAES AFONSO (CDS), Vice Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa nomeado em Setembro de 2011, contratou SUZANA FERREIRA para Directora-geral do Departamento de Jogos da Santa Casa, cargo que foi propositadamente criado porque nunca existiu.

 

2. Esta senhora trabalhava como Directora de Comunicação e Marca da Caixa Geral de Depósitos onde auferia um vencimento de cerca de 8.500 euros.

 

3. O contrato então oferecido na SCML incluía uma proposta de vencimento superior ao que recebia na CGD contra a genuína vontade de Pedro Santana Lopes.

 

4. Os valores em causa originaram estranheza e indignação no governo que contactou o próprio Provedor para indagar da veracidade dos rumores.

 

5. Confirmados os valores, foram dadas ordens para baixar o salário para montantes menos disparatados.

 

6.  Apesar da redução de salário “oficial”, Suzana Ferreira aceitou o cargo.

 

7.  Na verdade, não teve qualquer diminuição nos valores que aufere mensalmente, já que o diferencial entre os montantes inicialmente propostos e os que oficialmente recebe como salário são compensados através do pagamento de despesas diversas e da concessão de regalias e benefícios.

É tudo gente boa.
Se o Aventar me continuar a convidar, darei mais notícias. Aproveito para agradecer ao Aventar o convite, é um blogue que me dá muito prazer a ler.
António Santiago, Lisboa, pagador de impostos e descrente nesta democracia.

Sr. Alexandre do Santa Cruz, volte sempre

Pelos finais da década de 1970 era rotina nos cafés de Coimbra sermos tratados como hoje se lida com qualquer sem abrigo. As mesadas eram curtas, a cerveja mesmo assim muita e sobretudo a cidade ainda não tinha descoberto o seu caminho para capital dos putos bêbados.

Um dia entrei no vizinho Café S. Cruz, lugar com famas várias não me sendo nenhuma simpática muito por todos os contrários e ocorreu um fenómeno: vindos de outro planeta os finos chegavam pela mão de um empregado que me tratava por você e quando lhe paguei ainda disse obrigado.  Avisei os amigos e fizemos uma expedição. Seria um trabalhador solicitando seu próprio despedimento?

Não era. O próprio patrão tinha esse modo alienígena de lidar connosco como se fôssemos clientes, isto é, pessoas. Atrás do balcão, o sr. Alexandre, patronato do Inácio Cidade, o tal empregado e um dos grandes homens que também me ensinou a sê-lo, do Hugo, do Pinto e do Costa, na pior das hipóteses sugeria educada e discretamente que estávamos a incomodar os vizinhos da mesa ao lado, nos dias em que a coisa nos estava a correr biericamente melhor.

O Café Santa Cruz ganhou clientes para o resto das nossas vidas e nem havia necessidade: não há café mais belo no mundo do que este onde agora escrevo, num pc emprestado pela casa, depois de saber que Alexandre Silva Marques, o homem que vindo de Moçambique em 74 tomou conta desta casa na altura mais que queimada (era entre outros descalabros comerciais o poiso dos pides, dos homossexuais e dos unionistas, concorrendo enquanto café com brasileiras e arcádias de outras clientelas, estabelecimentos no entretanto extintos) deixou de respirar o ar da terra onde habitamos. Poucas vezes e tão discretamente me dei tão bem com um homem tão distante de mim em tanta coisa, como me continuo a dar com os seus familiares. Obrigado por tudo e volte sempre, hoje sr. Alexandre, sou eu a dizer.

Onde andará Duarte Lima?

O DN anuncia que Duarte Lima é dos homens mais procurados no mundo, por iniciativa da justiça brasileira junto da Interpol. Que intrigante! Segundo julgo saber, o homem está detido pelas autoridades portugueses, por deliberação reiterada pelo Tribunal da Relação no passado dia 27 de Fevereiro, devido à suspeita de crimes de burla qualificada.

Menos de um mês depois, a Interpol lança este apelo, “wanted”, para localizar o Lima:

www.interpol.int_001

Fonte: http://www.interpol.int/Wanted-Persons/(wanted_id)/2012-13800

O sistema de justiça do Brasil, sem peias e os artificiais obstáculos usados na justiça à portuguesa, considera  haver suspeitas sobre o ex-deputado no suicídio de Rosalina Ribeiro, incluindo-se no processo actos de crime organizado e outros referidos pelo DN.

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BESPhoto 2012, a confirmação da internacionalização do prémio

mauro pinto

Foto de Mauro Pinto

 A afirmação de Rosangela Rennó

“Não é preciso fotografar mais, já há muitas imagens no mundo.”

é, como todas as afirmações hiperbólicas e generalistas, simultâneamente redutora e excessiva, mas constitui um bom ponto de partida para uma aproximação à(s) atitude(s) de alguns fotógrafos contemporâneos.

O BESPhoto deixou o ano passado de ser o maior prémio de fotografia português para fotógrafos portugueses, passando a ser o maior prémio de fotografia atribuído em Portugal a fotógrafos de língua portuguesa. Veja uma curta panorâmica sobre a edição deste ano.

38 Anos a Correr Por Gosto

Não. Não digam os meus adversários socialistas que eu instigo ao ódio, ao ódio pelo Partido Socialista, ao ódio pelo seu ex-líder, o Nefando Primadonna. Não instigo a coisa nenhuma desse teor. Tenho instigado, sim, à indignação com ambos, que é coisa bem diversa e tem como escopo isto: Justiça! Fim da impunidade! Clareza e clarificação totais e absoluto escrutínio ao cêntimo. Se olharmos placidamente para o que têm sido estes trinta e oito anos de ‘democracia’ partidocrata e impunitária, verificamos ter havido uma corrida entre o PS e o PSD, cuja meta vitoriosa foi a disputa pelo título de partido mais daninho aos interesses gerais, o mais ávido com dinheiros públicos, o mais hibridado Partido-Estado nesse oportunismo glutão sobre o Erário. [Read more…]

Nos 18 anos do Diário As Beiras

Paulo Marques, Jornalista

As Beiras faz hoje 18 anos de jornal diário. Parabéns.

Não estão fáceis os tempos para o negócio da Imprensa. Tão-pouco para o exercício do jornalismo. Mas à angústia dos dias prefiro inquietação de sempre. Eu, que escrevo As Beiras todos os dias desde o primeiro.

As Beiras é um caso raro de sobrevivência empresarial e editorial. Em Coimbra, cidade e região de tradições na edição de jornais, mas também no cenário nacional, em que os diários de difusão local e regional se contam pelos dedos.

No início, a energia militante de fazer uma cidade e um mundo novos foi determinante no romper de uma barreira de imobilismos locais. À frente, o Diário de Coimbra acumulava 60 e tal anos e não parecia disposto a arrojos. Ao lado, outro título valioso, o Jornal de Coimbra, vivia já o seu estertor. À parte, alguns cabeçalhos de quase nicho apenas existiam. A todos As Beiras trouxe desafios que nem todos souberam ou lograram vencer. [Read more…]

Querem Obrigar-nos a Não Trabalhar!

GENTE SÉRIA E TRABALHADEIRA

Os Verdes, gente trabalhadora e virada para o bem comum, quer ajudar o povo Português a viver bem. Dessa forma, entendem estes senhores que devemos ser obrigados a não trabalhar no dia de Carnaval.

Abençoado esquerdismo, rótulo que cada vez mais é sinónimo de … (não, não digo que é feio).

Conhece o Vale do Tua?

CRISTINA SEIXAS
Conhece Belo Monte? e o Vale do Tua? Não temos pronuncia “adocicada” mas temos, na mesma gente com alma.
Aos poucos, a nossa alma,  vai ficando vazia, devastada por cada terraplanagem, por cada abate, por  cada dia que passa
As fragas aqui “sussurravam” silêncios, agora “gritam” dinamitadas pela mão suja dos interesses podres dos Senhores deste país…Para quem durante toda a vida trocou “olhares ” com esta paisagem, agora dói, uma dor que vem do fundo, de quem nos está a mexer nas entranhas, sim dói como se nos arrancassem a alma. Só não percebe isso quem não conhece, porque quem não conhece não pode gostar, não pode defender. Só assim nos podem chamar de “radicais”, sim, viver cá entre explosivos e com esta dor que devasta virou radical…
Porque é que as figuras públicas portuguesas não nos ajudam? Somos portugueses…dá trabalho? Fica mal? Não é “fixe”? Somos “portuguesinhos” esquecidos? sem coragem? Onde está o orgulho na cultura, no património, no ambiente, nas nossas gentes, na nossa história? O Tua tem tudo isso e muito mais.
Há anos que gritamos para não nos matarem o Vale do Tua, não nos matem!! ACORDEM!!!! Venham ao Tua, falem do Tua, O TUA precisa de AJUDA!!!
Sábado juntem-se aos movimentos de cidadãos e ambientalistas às 15 horas em Foz Tua, VAMOS DAR A CARA PELO VALE DO TUA enquanto é tempo.
O silêncio e a inércia é a maior cumplicidade deste crime.

Onde é que ele andou no tempo de Sócrates?

Demita-se, senhor primeiro-ministro!

Página de Diário II

Hoje ouvi – na boa companhia dos meus alunos estudantes de Teatro – um poema de Bertolt Brecht. Fizemos o exercício de apontar o verso ou as palavras mais marcantes para cada um de nós:

 “uma testa sem rugas é sinal de indiferença (…)

que tempos são esses onde falar de flores é quase um crime (…)

nada do que faço me dá direito de comer quando tenho fome (…)

deitei-me entre os assassinos (…)

fiz amor sem muita atenção (…) [a que melhor gravaram na memória!]

assim se passou o tempo que me foi dado viver (…)

não pudemos ser bons amigos (…)”

Ficam aqui alguns dos versos. Vale a pena ouvir tudo: «Aos que virão depois de nós».

Hoje dá na net: Louis Armstrong, The King of Jazz

Documentário sobre Louis Armstrong. A trompete sorridente, quente, genial. Uma das mais lindas vozes feias de sempre.

Olh’ó B(PN)uíça!


Nem um nem outro querem que saiba coisa alguma e dedicam-se ao vetusto teatrinho de sombras chinesas para português ver. O PS teme o deslindar do período da nacionalização dos prejuízos. O PSD nem quer ouvir falar daquilo que ainda está em curso, ou seja, o processo de reprivatização. Em suma, o Caso BPN é uma espécie de trança de alhos atirada à cara da vampiragem.
Pelo seu lado, o país quer saber tudo, tudo desde o início. Quer saber o que no BPN se passou desde o seu fatídico nascimento. Quer saber tudo acerca de quem nele se envolveu, não se olhando a Partidos, nomes, cargos passados ou figurões em exercício. Quer saber o porquê do buraco negro financeiro em que este banco se transformou, esmifrando os contribuintes.
Desta vez, exige-se que tudo não permaneça naquele habitual limbo a que o esquema vigente remete todos os assuntos ameaçadores.
Claro que estamos conscientes deste Caso BPN bem poder ser o Buíça da República. No entanto, vejam-no pela positiva, pois não se disparará um único tiro. Ninguém será abatido pelas costas.