Com a ansiedade dos tolos, esperei pelo comunicado do Conselho de Estado, em tão boa hora convocado por Marques Mendes, com a concordância de Cavaco Silva.
A hora é grave. Que conclusões produziriam os melhores entre os melhores, os “aristoi”? Iriam debruçar-se sobre os nossos problemas? Debruçaram! Eu próprio li no comunicado. Debruçaram-se múltiplas vezes. Aliás, um dos atributos daquela corte de escolhidos é o de se debruçarem frequentemente.
Tal como em outros Conselhos de Estado, não se sabe o que viram ao debruçar-se e muito menos o que tencionam fazer ao que viram. Mas debruçaram-se, justos céus! Vem lá repetido numerosas vezes no comunicado. Vozes malévolas perguntarão que raio estiveram lá a fazer quase oito horas e não deixarão de lembrar que todos os comunicados deste órgão de estado não relatam senão o facto de o Conselho se debruçar, sem resultados, sem substância, sem sentido.
Não é justa esta critica. Não é fácil uma pessoa debruçar-se e não é um exercício isento de riscos. Não é por acaso que os nossos pais nos advertiam tantas vezes: “não te debruces”! Ora, o que não nos falta são políticos que se debrucem intrepidamente e verguem a coluna com grande elasticidade. O pior é que eles é que se debruçam e nós é que caímos.
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