Linha de Sintra. A pé, ao longo dela, do Cacém a Vale Abraão, há flores na berma, campestres, de todas as cores e para todos os gostos. O variegado delas embriaga, paraíso de abelhas que não vemos, promessa de néctar, âmbar ou luz que nem sabemos.
Humildes, airosas, pisáveis, misturam-se a marginar o férreo caminho, iluminando a grande e metálica certeza de haver por onde ir e regressar às pobres moles. Estão desempregadas, coitadas, as flores na berma do caminho, sem prado, esquecidas, encharcadas de efémero e eternas porque as vemos. Dir-se-ia que é só por elas que ali há linha e a nossa azáfama, meu amigo!
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