O Factóide

No Brasil, as palavras ortografadas nem sempre são o que deveriam ser.

Os exames do Primeiro Ciclo

primáriaReitero o meu agnosticismo face às eventuais virtudes pedagógicas dos exames de quarto ano, em particular, e dos exames, em geral. Por outro lado, não consigo compreender que os eventuais traumas provocados nas crianças (a carecer de demonstração científica) ou que as semelhanças com outros tempos sejam argumentos suficientes para se excluir a realização dos ditos exames. Não nego, no entanto, que o assunto mereça um debate, ainda que menos apaixonado e o mais informado possível, tendo sempre em conta os interesses dos alunos. Parece-me, a propósito, muito equilibrada a reflexão do Mário Carneiro.

Dito isto, a verdade é que, mais uma vez, o Ministério da Educação e da Ciência (MEC), impondo medidas sem pensar nas consequências, confirmou ser o maior problema da Educação em Portugal, o responsável pelo acumular de caos na vida das escolas e das famílias.

Em primeiro lugar, ao obrigar muitos alunos a deslocarem-se à escola-sede do mega-agrupamento (o trambolho logístico), criou problemas acrescidos a pais e directores. Os primeiros, em muitos casos, viram-se obrigados a fazer malabarismos para levar os filhos ou a abandoná-los no local do exame, com horas de antecedência; algumas escolas, por decisão das direcções, perante a irresponsabilidade do MEC, tiveram de pagar transportes a quem não tinha possibilidade de levar os filhos ao exame. É claro que, com a leviandade do costume, Nuno Crato desvalorizou as críticas[Read more…]

Novas do Movimento Nacional Feminino

supico pinto

Isabel Jonet discursa no 10 de Junho.

Memorando para reforçar relações culturais entre Portugal e Espanha

Que tenham assinado o memorando, acho bem.

Que tenham boas intenções, também acho bem, mas de boas intenções assinadas estão os caixotes do lixo cheios.

Enquanto a cultura for um broche para colocar na lapela, especialmente em cimeiras internacionais vazias de conteúdo prático, nada mudará em Portugal.

Em relação a políticas culturais é que sim, por uma vez valia a pena Portugal fazer o papel de bom aluno. Em Espanha já há muito se percebeu o valor da cultura e dos apoios para as áreas criativas como formas de valorização da sociedade, como instrumento económico e como forma de afirmação internacional. Mas não basta querer, é preciso investir nos artistas e criadores, nas estruturas e nas indústrias culturais.

Ora, para isso é necessário um ministério da Cultura e um aumento do peso da cultura no Orçamento Geral do Estado. E aí é que a porca torce o rabo.

Causa e efeito

Quando o SLB ganha o campeonato o PIB cresce mais 1,6% do que nos anos em que o FCP ganha o campeonato. Médias feitas, não foi o Mexia.

Vota, Camarada!

E fiquemo-nos pelas consoantes

Não constitui qualquer novidade a confusão actualmente instalada na ortografia portuguesa europeia, sendo este apenas mais um exemplo. Lembremos, pela terceira vez, as palavras de Gonçalves Viana:

Les lecteurs seront surpris de rencontrer dans les textes des contradictions et des irrégularités orthographiques. J’ai gardé l’orthographe de chaque écrivain, à fin de mettre sous leurs yeux l’état anarchique où elle se trouve.

Por estranho que possa parecer a algumas almas mais atreitas à distracção, já não nos encontramos em 1903. Este exemplo é fruto do péssimo serviço cívico prestado pelo jornal A Bola, que consequentemente perdeu, pelo menos, um leitor e se meteu num imbróglio já devidamente aventado

Post scripta:

  1. A propósito de Marx, darei futuramente nota das minhas impressões sobre a interpretação de Michel Poncelet e espero poder abstrair-me da sublime prestação do Brian Jones
  2. Os meus parabéns ao António Fernando Nabais por mais este excelente texto.
  3. Já agora, um comentário perfeitamente superficial, inútil, pessoal e banal: na quarta-feira, estarei aqui.

ABola 1252013

O Miguel Quer Matar Passos Coelho

É oficial. A semente merdosa do excesso foi lançada. Palavra puxa palavra e o Miguel, que só sabe assinar o próprio nome, quer matar Passos Coelho. Pediu-me, quando me viu passar esta manhã, que lhe preenchesse um formulário para receber dinheiro de um irmão, que está na Áustria. Fi-lo com gosto. O Miguel é um bom vizinho de décadas. Trabalhava na recolha dos lixos nas praias do Concelho. 47 anos. Está desempregado. Findo o preenchimento da papelada e algumas recomendações burocráticas, abracei o Miguel. Desejei-lhe sorte e mostrei-lhe que o seu barco é o meu barco. E ele, com a lágrima no canto do olho rebrilhando ao sol das onze horas, disse-me que, por vezes, se sentia meio perdido, tirando a bebedeira e a directa à conta da vitória sobre o 5LB, no último sábado. Era capaz de dar um tiro no filho da puta do Passos. [Read more…]

Sport Clube do Porto é bicampeão feminino

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O Sport Clube do Porto é bicampeão nacional de hóquei em campo, versão no feminino, conseguindo, assim, três troféus nacionais em três épocas sucessivas: a Taça de Portugal em 2010/2011 e o título nacional nas épocas seguintes.

A uma semana da sua primeirasport campeao cnhc sf 1213 1 competição internacional de clubes como organizadora, a equipa feminina ganhou alento para uma grande prova, mau grado a infelicidade da sua jogadora mais carismática e capitã, Zita Santos, que se lesionou e não vai poder participar no evento, às ordens do técnico Márcio Marques.

No jogo decisivo, no recinto do seu maior rival, Irina Oliveira, a striker da equipa, marcou o único golo do desafio e garantiu a conquista final.

428726_609182582427958_706551218_nPara os anais do anedotário, apenas a FPH falhou; de facto, na placa oficial do troféu, lá estavam o “Canpeonato”, os “Séniores” e os “femeninos”.

Em dia de festa, se era para rir, a gente desculpa!

UNIDADE! Reunião dos sindicatos de professores (2)

Só pode ser este o caminho.

O que aí vem é muito claro – Passos Coelho, Vitor Gaspar e Paulo Portas querem despedir Professores.

O que está em cima da mesa é demasiado complicado para que os detalhes não possam ser esquecidos ou, pelo menos, encostados a um canto, valorizando o que nos une – a defesa do emprego e da Escola Pública.

No dia 9, no Porto, aconteceu a primeira reunião com as presenças da FENPROF, da FNE, ASPL, SEPLEU, SINAPE, SIPE e SPLIU. Agora, em Lisboa, dia 16 terá lugar um novo encontro.

Exige-se um entendimento! Nada menos que isso!

Não sei se para uma manifestação, grande ou pequena, se em Lisboa ou no país todo. De noite ou de dia.

Talvez uma greve de um dia ou de muitos, aos exames ou às avaliações.

Estou por tudo e ao mesmo tempo por nada!

Agora, não se atrevam a deixar a reunião, sem um entendimento!

Portas, o esperto

Diz  a canalhada aqui pela terra, que espertos são os cães. Que a qualidade humana equivalente é a inteligência.portas

Palpita-me, por isso, que Paulo Portas se enganou na porta. Mas, que é esperto, ai isso é. Só tem um problema – como se julga esperto, pensa que os outros são burros.

Em jeito de legenda desta imagem, poderia dizer que na sexta o governante do meio falou, o da direita, sorridente esperou por domingo. E disse que, pela velhinha – a da esquerda – iria até ao fim do mundo. Parece que, afinal, o mundo tem fim e bem próximo, tal a celeridade da viagem do Portas. Foi de zero a cem em menos de uma semana – zero cortes nas aposentações até ao, vamos a isso, a todo o vapor. Obviamente, todos sabem que cortar nas aposentações e ainda por cima com efeitos retroactivos é uma inconstitucionalidade tão gritante que até o Marques Mendes, se conseguir subir acima de um banco, conseguirá ver.

Claro que ninguém voltou atrás – claro!

O CDS e o PP, com Portas, nunca voltam atrás: eram pelos contribuintes e são responsáveis pelo maior aumento nos impostos de há memória. Agora, eram pelos velhinhos, mas vão às reformas sem qualquer problema. Sempre o soubemos. Nós e eles – só é pena haver tanto povinho esperto que não vê o que esta gente tem em mente. Será que no Fórum para trocar cromos se conseguem trocar alguns destes?

F de Fátima

Os outros nunca o foram; Salazar nem cantou nem jogou, mas rezou:

Peregrinos despedem-se com mais ânimo e fé para vencer a crise

Parece-me fidedigno

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Roubei aqui.

Cidadão e político

Rafael Barbosa, no Jornal de Notícia, escreve sobre as eleições em Vila Nova de Gaia, elaborando uma síntese sobre três dos candidatos. E, aqui está o primeiro erro de análise: o Bloco e o PCP também já apresentaram os seus candidatos, ambos, Gaienses envolvidos na vida da sua terra e que, por isso, não podem deixar de ser considerados nesta reflexão.

Tenho, desde há muito, defendido que a política não pode ser o primeiro emprego de alguém – tenho a certeza que, quem nunca trabalhou, jamais poderá ser um bom político: o filho do ainda Presidente de Gaia é um exemplo esmagador. Por outro lado, tenho imensa dificuldade em aceitar que alguém pretenda gerir uma realidade que desconhece. Não faz sentido algum que eu, eleitor em Gaia, residente e cidadão do Grande Porto, me candidate a deputado em Viana do Castelo ou em Faro, para depois nas autárquicas seguintes me ir apresentar a Beja ou à Maia. Não faz, ainda que a publicidade partidária tente argumentar em sentido contrário. Gosto, por isso, da forma como o Marco Martins, em Gondomar, e o Eduardo Vítor, em Gaia, se apresentam. São pessoas das suas comunidades, envolvidos e dedicados às pessoas das suas terras. Não estão, nem de passagem, nem de visita, nem tão pouco a tapar um buraco que outros abriram.

Posteriormente, o artigo procura resolver uma contradição que, parece-me, não é real: por um lado questiona as qualidades e as competências do Professor Eduardo Vítor Rodrigues (PS), apontando a sua falta de mediatismo. Por outro lado, atira-se a um dos candidatos do PSD, acusando-o de só ser mediático. Além de utilizador de adereços mais usados em atividades relacionadas com saltos de avião. [Read more…]

Coitadinho do dr. Portas

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Já todos vimos o que vale a consciência do dr. Portas. As linhas de fronteira que a sua consciência dita. O peso que tem no Governo. O peso do CDS.
O dr. Portas é um ser profundamente ridículo. A bem da salubridade no nosso país, esperemos que ontem tenha acabado de vez.

Coragem!

cadeira

Aos que pensam não valer a pena lutar; aos que pensam que são vãos todos os esforços; aos que pensam que nada nos pode valer; aos jovens, que talvez o ignorem, aqui apresento um recurso de luta política que tão importante papel teve na história recente do nosso país. Sim, um humilde objecto, mas que, aliado à lei da gravidade, deu um estimulo importante à luta contra a ditadura. Que cadeiras se multipliquem em S. Bento. E Belém.

Se o Papa diz

Pinto da Costa: “Jesus merece a Liga Europa.”

1J – Povos Unidos

Não podem ser vencidos. A Historia já nos mostrou isso.
Vão buscar as agendas. Tomem nota desta data. Adiem o Dia Mundial da Criança. Comemorem com as vossas crianças noutros dias. Levem os vossos filhos.
Façam o que quiserem, mas vão para a rua. Lutem para que as vossas crianças continuem a ser crianças. Para que os filhos delas possam nascer e crescer num mundo onde se respeitam as pessoas acima, muito acima dos valores.
Façamos algo para mudar a escravização em curso dos países «menores» da União Europeia. Somos mais pequenos, somos mais pobres, somos mais fracos…
Mais fracos? Não, não somos mais fracos. Se quisermos somos mais fortes do que tudo o que nos querem fazer. Se unirmos esforços, seremos ainda mais fortes.
Com os nossos conhecimentos e especificidades como trabalhadores, com a nossa solidariedade, com a nossa experiência de vida, com tudo o que herdámos dos nossos antepassados, somos fortes, muito fortes. Juntos, conseguimos derrubar governos de gente que abomina a inteligência e as mentes esclarecidas. Conseguimos mostrar a quem nunca nada fez para ganhar a vida que o esforço vale a pena. O trabalho não é desprezível. Os trabalhadores (ou desempregados) não são lixo.
Cada um de nós tem muito valor. Cada um de nós tem muita força.
Todos juntos, somos uma força imparável.

Espanha, Grécia, Irlanda, Portugal, a nossa luta é internacional!

Ricardo, o Salgado

ricardo salgado
Se há coisa que mete nojo nestes tempos que correm são as intervenções dos banqueiros que vivem garantidos pelo dinheiro dos contribuintes. Desta vez, ouvimos o seráfico Ricardo Salgado explicar, penalizado e citando a autoridade do papagaio maníaco-deprimente Medina Carreira, que, “estando Portugal falido”, era necessário que os portugueses compreendessem e aceitassem cordatamente os cortes nas pensões e nos salários, bem como todas as reduções salariais futuras.

Todos temos (adoro esta utilização deste tempo verbal!) que fazer sacrifícios, garantiu, penalizado, o banqueiro. Percebemos agora que, com estas preocupações no espírito, se esqueça de declarar ao fisco oito milhões em cada dose e coloque – certamente pelo mesmo motivo – as suas parcas poupanças pessoais em offshores, enquanto nos convida (ele e o conhecido especialista em finanças CR7) a depositar as nossas no seu banco. Não nos basta tudo o que nos acontece; ainda temos que gramar os principais responsáveis (e beneficiários!) pela situação chorar as suas obscenas lágrimas de crocodilo em público. Só não acrescento aqui tudo o que penso desta gente porque decidi manter a minha página razoavelmente livre de pornografia e violência.

E, afinal, quantos reunidos é que os ministros tiveram?

tiveram reunidos

A estas perguntas pertinentes e importantes, os senhores jornalistas não respondem. Nunca respondem.
O que serão reunidos? Alguma coisa de comer? Tratando-se de ministros, e se os reunidos fossem enviados por mim, seriam assim algo parecido com bombons injectados com veneno, ou uma praga de animaizinhos tipo sanguessuga. Sanguessuga não, que isso já eles são. Mas qualquer outro tipo de praga.
Podem ser prémios exclusivos para ministros, tipo os Óscares dos mais mal vestidos, mas para personagens do governo (desculpem, algo me impede de lhes chamar personalidades) altamente desqualificadas como profissionais e seres humanos.
Sendo os reunidos algo tão importante que até aparece nas notícias, por que motivo não tiveram câmaras a filmar essa cerimónia de atribuição de reunidos? É muita incompetência, os senhores ministros num momento tão importante e não estiveram cobertura mediática.
Quando li este rodapé, pensei que ia ver algo de interessante, mas afinal, estive uma grande decepção. A SIC não esteve imagens para transmitir. Daí eu presumir que nenhuma equipa de reportagem teve no local. Tá mal.

Se agora já se escreve assim, imagino o que irá acontecer dentro de uns anos, quando se começarem a sentir os efeitos dos sucessivos cortes na educação.
Mas não tem mal, nessa altura faz-se um novo acordo ortográfico que contemple estes e outros erros.

O governo que já não existe (terá alguma vez existido?)

«Fonte governamental disse ao DN que o CDS aceitou “excepcionalmente” a taxa nas reformas, mas o porta-voz do partido João Almeida veio dizer que “é falso”» DN