Hoje acordei animado
P’ra investir e gastar
Mas tenho de ter cuidado
Já lá dizia o Gaspar
Está um mau tempo tramado
E vendo tal condição
Não serei desgovernado
Guardo a massa no colchão!
Para que os santos te sirvam
Pede com rezas e lérias
Que estes ladrões te devolvam
O subsídio de férias
Vale por quatro a querida
Assunção. Que grande feito!
Se a Assunção for demitida
Saem ministros a eito!
Professores, disse o Coelho,
Façam uma greve sem dor!
Ó Passos, pega o conselho
E mete-o no “sim senhor”!
P’ra ajudar o seu país
Foi Sto. António a Belém
Cavaco ergueu o nariz
E deu o Santo ao desdém
Tenho S.Jorge comigo
Que é santo fino, e portanto
Não preciso de um mendigo
Ingrato! –bradou-lhe o Santo
Valha-me Nossa Senhora!
Grita aflito o Cavaco
Diz Sto. António, indo embora:
Este gajo é um velhaco!
O palácio de S.Bento
S. Pedro foi visitar
Com o fim de o talento
Do governo avaliar
Nesse ínterim o Gaspar
Ao bom povo assim dizia:
O orçamento a derrapar?
É da meteorologia!
Diz-lhe o Santo: tem juízo
Meu lerdo, meu trapaceiro,
Não entras no Paraíso,
Digo-te eu, que sou Porteiro!
E o Relvas, já foi embora?
Azar dele, paciência!
Trago-lhe o voucher de entrada
No céu, por equivalência…
Estás a gozar com o poder!
Diz-lhe o Passos, com cagança
Ainda te mando prender,
Entrego-te à segurança!
O Santinho abandonou
S. Bento em ebulição
E p’ra acalmar procurou
Sto. António e S João
Encontrou-os a folgar
Com um copinho na mão
Numa marcha popular
Com seu arquinho e balão
Junta-te a nós, pescador
Chamava-o S. João
Sente do povo o calor
Vinho, sardinhas e pão!
É com o povo que ficamos
Que o povo é que tem razão
E amanhã participamos
Numa manifestação
E outros dias ficaremos
Que o céu não nos leva a mal
Que em tempo participemos
Juntos, na Greve Geral
Milagres, não os faremos
Nem de santos milagreiros
Precisais. Assim seremos
Bons e leais companheiros.
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