A data mais temida pelo sistema financeiro e pelos governos europeus que o servem fielmente é a data das eleições espanholas, agendadas para dezembro deste ano. Se um Syriza incomoda os mercados, um Syriza e um Podemos incomodam muito mais. Para os mercados financeiros seria um pesadelo gerir (leia-se manipular) cimeiras europeias com Tsipras e Iglesias do Podemos. Este é o cenário mais temido, tudo o resto que acontecer até às eleições espanholas não será mais do que um longo esforço para fazer do Syriza um exemplo a não ser seguido em Espanha, na Irlanda onde o Sinn Féin tem 20% nas sondagens, na Escócia onde o Partido Nacional Escocês é maioritário e em Portugal se o Bloco continuar a sua subida nas sondagens.
Ao contrário de outros comentadores, não sou vidente e não sei o que se sucederá na Grécia. Sei que os gregos e o Syriza não querem sair do euro e muito menos da União Europeia. Sei de governos que gostariam de os empurrar para fora do euro e de muitos mais que rezam pela queda do governo do Syriza. Não estou otimista para hoje. Se o governo do Syriza cair, não pense a oligarquia financeira que se vai livrar das suas responsabilidades. Depois do Syriza a política não voltará a ser a mesma, o povo reconhece hoje melhor do que nunca a diferença entre os submissos ao poder financeiro e os que lutam contra aqueles que em Genebra, na City londrina, no Luxemburgo, na Holanda ou na Jerónimo Martins continuam a ter lucros com a crise e a esmagar o povo.
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