PAF #3, Agosto 2011

Segunda estalada em Agosto. Aumento do IVA da electricidade e do gás de 6% para 23%. Congelamento das progressões nas carreiras da Administração Interna e da Defesa.

Dito de outra forma

Governo aplica sobre-taxa de 2.8% sobre o IRS. Mas aumentará para 3.5% porque nenhuma previsão do governo se realizou.

Casta passista sob ameaça do Organismo Europeu de Luta Antifraude

Tecnofraude

Como se o cerco ao imperador Marco António Costa, com as suas Webrands e restantes tropelias, não fosse já suficiente para minar ainda mais a credibilidade da casta passista, o Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF na sua sigla oficial) está a apertar o cerco a Pedro Passos Coelho. A terra gira, o bloco central alterna-se no poder e a merda, tal como referiu e bem o António de Almeida, continua a ser a mesma. Só mudam mesmo as moscas.

Segundo o Público, o relatório do OLAF conclui que “a Tecnoforma e os seus dirigentes e/ou as entidades responsáveis pela atribuição dos financiamentos que a empresa recebeu do programa Foral cometeram actos susceptíveis de ser sancionados do ponto de vista financeiro e criminal“. Quem andava na linha da frente a abrir portas para a Tecnoforma? Pedro Passos Coelho. Quem geria o programa Foral? Miguel Relvas. Será que fogem para Paris para estudar Ciência Política em Outubro?

Cotovelo com cotovelo

A Lucrécia tem outro nome, um nome banal para uma mulher da sua geração, escolhido por uma madrinha modista de quem apenas resta um retrato nos estúdios Riviera, um leque comprado numa excursão a Salamanca e uma afilhada que recusa usar o nome que recebeu. Escolheu Lucrécia porque lhe soa a veneno, a perfídia e a poder.

A Lucrécia parou de contar a idade nos 69, já lá vai um bom tempo, mas ninguém lhe dá mais de 60. Loura platinada, pele morena (“Pareço uma cigana”), calças justas e camisolas com estampado de tigresa. Unhas longas e vermelhas. Muito vulgar na aparência, mas cuidadosa quando fala com quem não conhece.

Esteve casada com um cavalheiro que torrava fortunas no casino e que lhe deixou tudo penhorado. Gosta de contar histórias do seu paizinho patrão da indústria, da mãe que era uma judia alemã, muito loira e taciturna, que guardou até ao túmulo os segredos da sua fuga de Ravensbrück, e que era má como as cobras, Deus lhe perdoe, porque sofreu muito às mãos do Hitler. [Read more…]

Rigor, meritocracia e outros contos para crianças com a chancela do PSD

Passos Frasquilho

Na corte do monarca laranja que não queria reinar para dar empregos aos amigos, previsibilidade é palavra de ordem. O soberano diz-se previsível e a corte comporta-se da forma previsível a que nos foi habituando.

Assim, fiel a uma tradição de recordes na nomeação de boys à prova de austeridade que nem Cavaco, Guterres, Durão ou Sócrates conseguiram igualar, há novas panelas que nos chegam com o selo de qualidade da São Caetano à Lapa. Miguel Frasquilho, transferido da bancada parlamentar laranja para o AICEP, contratou na passada semana uma secretária-geral-adjunta que, curiosamente, foi sua assessora nos tempos em que era Secretário de Estado do Tesouro no governo do traidor que virou as costas ao país que o elegeu primeiro-ministro para exercer funções de mordomo astronomicamente remunerado. O caso está envolto em polémica, com trocas de mimos entre a Administração e a Comissão de Trabalhadores, que aponta o dedo a Fraquilho por não ter aberto um concurso interno e por estar a perseguir a actual secretária-geral, que aparentemente não apresenta o grau de obediência necessário. Segundo se pode ler ainda no Expresso, o cargo foi criado por Miguel Frasquilho e esconde uma tentativa de esvaziar a função de Luísa Neiva de Oliveira.

Noutras latitudes, o governo contratou oito novos técnicos para a REPER, que incluem um ex-adjunto do Ministro do Ambiente e uma assessora do gabinete da Ministra das Finanças. Com as eleições à porta, a casta passista tem que olhar pelos seus que a vida está difícil. Algo que, afinal de contas, é mais que previsível. São coisas do rigor.