Página do referendo grego

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Com a chancela do Clube Bilderberg

Balsemão pressiona Rio Rio a avançar para Belém.

O que nos separa

greciaA Grécia tem sido, para o nosso país, uma referência, nem que seja temporal. Com mais sal ou menos pimenta, por lá, o tempo tem estado um bocadinho à frente do relógio luso. Hoje eles, amanhã nós e não me custa nada subscrever os argumentos de quem apresenta Portugal como o cliente seguinte dos predadores.

E, podem os boys do regime, opinar em sentido contrário, porque sendo a minha ignorância em termos financeiros total, estamos em tabuleiros iguais, eles ficam na deles e eu na minha. Ambos ignorantes.

Mas, tal como disse ontem em Gaia, Sampaio da Nóvoa, não se trata de saber quantos ficam e até me apetece acrescentar: isto não é economia – é política, estúpidos! [Read more…]

Como se constata, o problema nunca esteve nas diferenças entre as duas propostas.

euro implosão

Juncker sugere a Tsipras acordo de última hora.  Com a condição em que seria preciso “aceitar [por escrito; por escrito?!] a proposta de sábado das três instituições” e, ainda, dar o dito pelo não dito (campanha pelo sim). Possivelmente, baixar as calças também poderia vir a ser pedido.

Exactamente, o que é que mudou que impedia que o acordo de sábado fosse aceite mas agora já é proposto de novo? Nada. Ah, não, a Grécia vai referendar uma decisão europeia, algo sucessivamente recusado em anteriores contextos. Quais?

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Questão grega

André Serpa Soares

A “questão grega” que devia preocupar os dirigentes europeus e do FMI é meridianamente simples: como pagar a dívida colossal?
Esta é, aliás, de forma menos premente, a mesma questão a que urge responder relativamente a Portugal. Como pagar a dívida colossal?
É claro que as dívidas são para ser pagas. Mas se o serviço da dívida obrigar o devedor a deixar de comer, de pouco préstimo o esforço de pagamento será. O devedor definha e morre e ponto.
Com todos os programas de austeridade impostos pelas instituições,Troika, ou o que lhe quiserem chamar, as dívidas soberanas deviam ter começado a decrescer. A ser pagas. Não foram, porque não podem ser.
Porque os programas de “assistência financeira” não são mais do que nova dívida para pagar dívida antiga.
Se, por cá, estamos aparentemente de “cofres cheios” – “Portugal é sólido”, quase consigo ouvir alguém dizer – na Grécia eles já estão vazios.
A dívida sugou tudo o que estaria nos cofres gregos. Sugará tudo o que está nos cofres portugueses.
Nós não somos a Grécia. Mas os gregos somos nós, apenas mais avançados no tempo.
Estas dívidas, como estão, não se conseguem pagar, Empurram-se com a barriga.
É isso, e nada mais que isso, que tem feito a Europa balofa e seus apêndices institucionais.
Como se resolve? Não sei. Mas tenho cada vez mais certeza que isso em nada preocupa o Schauble, o Dijsselbloem ou a Lagarde. Por uma razão simples. Eles também não sabem. Nem querem saber. É um problema dos gregos, pensam. Mal. Pensam mal.

Novidades sobre a propaganda do desemprego

Desemprego jovem

Apesar do esquema dos estágios profissionais ou do meio milhão de portugueses, maioritariamente jovens altamente qualificados, que abandonou o país nos últimos quatro anos, entre outras artimanhas que caracterizam a engenharia política do desemprego desenvolvida pelo actual governo, a realidade voltou a cair-nos na cabeça e os números do Eurostat relativos ao mês de Maio colocam Portugal no top 5 dos 28 países que constituem a União Europeia.

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Vistos Gold: Miguel Macedo vai a jogo

Parlamento vai levantar imunidade ao ex-ministro. Próximo preso político?

Afinal ainda existe solidariedade entre os povos da UE

Britânico lança campanha de crowdfunding para ajudar a Grécia e em menos de 24 horas já conseguiu angariar 173 mil euros. Consulte esta campanha aqui.

Cherchez la banque *

Para onde foi o dinheiro do “bailout” Grego?  (*)

Referendo ao povo europeu. Várias hipóteses de pergunta:

André Serpa Soares

1 – Deve a Europa empenhar-se de forma mais profunda em encontrar soluções efectivas para o problema das dívidas soberanas da zona Euro, nomeadamente da Grécia e de Portugal?
2 – Deve a Europa abandonar os países do Sul à sua sorte e desistir do projecto europeu tal como foi concebido pelos “pais fundadores”?
3 – Enquanto Europeu, prefere excluir do projecto de construção da Europa enquanto espaço de democracia, liberdade, paz e prosperidade comum, chutando para fora desse espaço os malandros do Sul?

Podem acrescentar hipóteses de pergunta.

Miguel Relvas e a ambiguidade

Depois de ‘cabeça-de-lista‘ (conversa reservada para o momento da “discussão mais focada“), voltemos a Miguel Relvas e ao Acordo Ortográfico de 1990. Em recente entrevista ao Expresso, Relvas garante que

O acordo ortográfico também serve para esclarecer a ambiguidade de muitas palavras.

É esta a opinião do político que há cerca de dois anos assumiu o cargo de Alto Comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa. Em breve, se tudo correr bem, teremos um amplo debate público sobre este tema e Relvas ficará a saber, por exemplo, que pára e para, coacção e coação ou corrector e corretor deixaram de se distinguir graficamente e são potenciais focos de ambiguidade. Ficará a saber igualmente que os ‘aspetos técnicos’ mencionados por Aznar no prefácio e a “perspetiva de chegar à liderança das secretas” da entrevista ao Expresso são factor de desunião.

Relvas terá também a oportunidade de se debruçar sobre aquilo que tem acontecido no Diário da República. Entretanto, convém lembrar que são necessárias 75 mil assinaturas para que este triste espectáculo acabe.

dre 3062015

“Projecto Islão” – Ano I

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Tendo já dissertado por várias vezes sobre o surgimento do “Estado Islâmico” (“EI”) há um ano, faz sentido agora perceber a evolução dos acontecimentos e o estado a que chegámos.

Pensámos, pensei, que a mudança de Governo no Iraque em Setembro passado, cuja nomeação dos novos ministros da Defesa (Khalid al-Obeidy, parlamentar sunita de Mossul, ocupada aliás pelo “EI”) e do Interior (Mohammed Salem al-Ghaban, membro da organização Badr, Lua-cheia, a qual controla uma milícia xiita engajada na luta anti-“EI”), alterasse o curso dos acontecimentos.

Decorreram cerca de 40 dias, desde que o novo Governo tomou posse, até se chegar a acordo sobre ambos os nomes e estes tomarem posse. Julgou-se que uma composição governamental mais inclusiva, iria naturalmente alimentar uma secessão interna no “EI”, já que parte considerável da sua liderança e dos seus estrategas são ex-ba’athistas leais a Saddam Hussein e perseguidos pela nova liderança xiita. A “cenoura” da reintegração ali está(va).

Acontece que Saddam, após a 1ª Guerra do Golfo, iniciou um vasto programa de islamização das massas, utilizando naturalmente as estruturas do Partido Ba’ath para tal. Era preciso agradecer a Deus a manutenção do regime, facto vendido internamente como uma indubitável vitória sobre o Grande Satã, bem como entreter sunitas, xiitas e curdos, os quais partilhavam o sentimento de estar a praticar o bem. Deus é indiscutível. [Read more…]

Grécia: milhares defendem “não” aos credores em Atenas

grecia-manif-nao“Milhares de pessoas reuniram-se no exterior do Parlamento, em Atenas, para exprimir o apoio à decisão do primeiro-ministro [grego] de realizar um referendo à proposta [dos credores internacionais]”   [euronews]

A tragédia grega na bolsa Lisboa

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Diz-nos a edição de Segunda-feira do Público que enquanto as potências europeias se desdobraram ontem em reuniões de emergência e telefonemas entre as mais altas figuras políticas, em Portugal tudo estava tranquilo. Pelo menos no Terreiro do Paço, São Bento e Belém. Já no quartel-general da bolsa de valores de Lisboa, as coisas estiveram tudo menos tranquilas. A registar quebras na ordem dos 5%, a bolsa lisboeta não tinha recordação de resultados tão negativos desde o golpe de Paulo Portas em 2013 quando a manobra irrevogável nos custou milhões e a Euronext Lisboa se afundou violentamente. Interessante que um único irresponsável obcecado pelo poder possa causar danos tão catastróficos como a profunda crise gerada pelo impasse grego. Pena que ninguém tenha chamado a senhora Lagarde para pôr o vice-primeiro de castigo.

Enquanto a hecatombe ganha forma, esta Terça-feira promete mais desta peculiar tranquilidade no país dos cofres cheios. Com o anúncio do governo grego de que a tranche de 1,6 mil milhões a pagar hoje ao FMI não será regularizada, a especulação e o terrorismo financeiro preparam-se para ter mais um dia em grande. Será que já alguém teve o cuidado de explicar ao senhor Aníbal o que está realmente a acontecer?

Professor Cavaco explica

professor cavaco

E percebe de economia.

ideia daqui

O efeito Sócrates e o risco de “pasokização”

Na semana passada, o Fernando Moreira de Sá falou-nos sobre a mais recente sondagem da Católica que coloca a coligação PSD/CDS-PP à frente do PS. E apesar deste estranho alinhamento com a propaganda assente na manipulação de dados que tem caracterizado a narrativa da coligação:

O país está melhor? Está. O desemprego baixou, a economia parece estar a melhorar, o consumo das famílias a crescer (é um bom indicador de confiança económica), o sector imobiliário a mexer, o sector automóvel a vender, a banca novamente a emprestar, o Portugal 2020 a dar esperança.

penso que estamos de acordo no essencial: o problema do PS de Costa chama-se José Sócrates. Tal como daqui por outros quatro anos o problema do PSD se poderá chamar Marco António Costa caso o resultado final deste filme seja o expectável e os socialistas saibam, tal como os sociais-democratas convertidos em pseudo-neoliberais e os irrevogáveis centristas tão bem estão a saber fazer, instrumentalizar o caso. Aliás, o PSD parece mesmo querer entrar nesta arena à força com a reabilitação política em curso de Miguel Relvas.

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Aznavour, BB, Cloclo e o Diário da República

Retirez-moi cette poussière sidérale
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BB

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Como escreveu ontem Paul Krugman, “OK, this is real“. Não, não é formidable. Sim, é comme d’habitude.

dre 2962015

Se estamos tão seguros caso a Grécia caia

porque raio estão hoje as bolsas e os bancos europeus a espalhar-se ao comprido? Perguntemos ao senhor Aníbal, ele deve saber a resposta.

Mais um amigo contemplado por Pedro Tachos Coelho

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No final de 2011, Paulo Portas apresentava no hemiciclo o orçamento do seu ministério – o golpe irrevogável ainda não tinha acontecido e Portas era “apenas” o Ministro dos Negócios Estrangeiros – e anunciava aos parlamentares que, para conter a despesa e a “situação de emergência” em que o país vivia (que apesar da propaganda continua a viver), seria necessário fechar algumas representações. Uma dessas representações era a embaixada de Portugal na UNESCO (Paris), cujas responsabilidades passariam a ser assumidas pelo embaixador português em Paris. Uma medida coerente, que permitia assim uma poupança sem que o qualidade do serviço fosse, entendia o governo, afectada.

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Crato, o patinador

O governo está a chegar ao fim – há quem assegure que, o dito cujo, morreu de morte morrida, mas atendendo as últimas sondagens, começo a pensar que as notícias da sua morte, são manifestamente exageradas. No embrulho dos mortos por falecer está Nuno Crato, um Ministro que não deixa saudades pelo mal que fez à escola e os seus Passos trocados estão muito para além do simples poupar.

No plano ideológico, Nuno Crato tem um conceito muito redutor da Escola Pública- esta, deve estar ao serviço das classes populares para as formatar ao desempenho silencioso na fábrica mais próxima. Essas coisas da Democracia, da Liberdade, da Igualdade de Oportunidades destinam-se apenas a alguns e esses, assegura Nuno Crato, terão financiamento para se servirem da Escola Privada. [Read more…]

Cavaco, sempre Cavaco

Ainda não abriu a boca para falar do uso do estado a favor de dois partidos mas veio botar faladura sobre a Grécia, na linha do estamos muito bem e temos cofres cheios.

Cavaco acredita que zona euro se mantém sem a Grécia: “Ainda ficam 18 países”
“Eu penso que o Euro não vai fracassar, é uma ilusão o que se diz. A zona do Euro são 19 países, eu espero que a Grécia não saia, mas se sair ficam 18 países”

Mas fará bem em telefonar ao Obama e ao presidente chinês, já que eles não estão assim tão descansados. Mas Cavaco tem as suas fontes, que são excelentes, devem ser as mesmas que lhe garantiam que o BES estava sólido como uma rocha.

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Fidelidade aos especuladores

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O caso das privatização da Fidelidade, companhia de seguros que pertencia à CGD, é todo um tratado da arte financeira. O grupo Fosun, especuladores chineses, comprou a companhia por 1100 milhões de euros. Depois foi ao capital da Fidelidade e sacou (por empréstimo, claro) o que lhe tinha custado, mais uns trocos (340 milhões, pelo menos). Entretanto quem tem obrigação de controlar as companhias de seguros em Portugal já foi passar umas férias à China, pago do próprio bolso, diz ele.

Assim é fácil: sem ganhar um chavo compra-se uma companhia de seguros, ainda lhe devem sugar algum, e depois que se lixe. Mas como sabemos, as companhias de seguros é que são de confiança e a Segurança Social é um perigo público.

O grupo Fosun é um sério candidato à compra do Novo Banco. O candidato perfeito, continuará a tradição de uma secular família de vigaristas.

Os gregos limpam as armas

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«Forçámos a beleza ao exílio, e os gregos limpam as armas para defendê-la (…)» Albert Camus, num texto de 1959, parcialmente transcrito aqui.

A culpa é dos gregos

corridaaosbancos

Samaris, o jogador do Benfica, está tramado: até pode ficar no banco, mas será responsabilizado por qualquer mau resultado da sua equipa. Porque é grego, claro, e o demónio na Europa passou a chamar-se Grécia.

Um Verão abrasador? chuvas torrenciais? nunca mais se falará do anticiclone dos Açores, a culpa é do ciclone grego. Trema a terra um bocadinho que seja e os dedos serão apontados a Hércules, que não deixa as colunas de Gibraltar em paz.

Estou a exagerar? não, estou a apenas a caricaturar o que por aí se diz sobre a Grécia e os gregos. Um governo com cinco meses é acusado de todos os males, obra e graça dos governos anteriores que combateu. Cinco anos de austeridade falharam, por culpa dos gregos, não da austeridade, embora a mesma receita tenha tido o mesmo efeito em Portugal, na Irlanda e na Espanha, milagrosamente transformados em países onde tudo correu bem, pese que só pela nossa parte tenha desaparecido meio milhão de empregos, fora o saque a que chamam privatizações. [Read more…]

“O Eurogrupo é um grupo informal que não está vinculado a Tratados ou a regras escritas”.

Jeroen Dijsselbloem, presidente do grupo informal.
Mais sobre como Varoufakis foi excluído da reunião de ontem, aqui.

Passos telefona a Obama: no worries, safes are full

Obama telefona a Merkel. É preciso evitar que a Grécia saia da zona euro

Syriza política alternativa contra Austeridade

João Pereira

Esta não é a Europa dos fundadores, é a Europa dos partidos mais conservadores, com os socialistas à arreata. Não terá um bom fim e, nessa altura, muita gente lembrará a Grécia.

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«O terrorismo de Estado formou a minha geração».

Peter Stein – a propósito da Grécia e da posição de Schäuble. Mais sobre isto, aqui.
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Peter Stein vem a Portugal agora, por ocasião do 32º Festival de Almada, que começa já no próxima dia 4.

EYPΩ

grexit

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As peças em movimento

Ministro das finanças austríaco diz que grexit é quase inevitável. Primeiro-ministro francês afirmou que BCE não deixará cair a Grécia.