“Maria Luz” forever

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Depois da má ideia de apagarem o perfil falso Cristina Morais, sinal de receio perante a descoberta, os propagandistas dos perfis falsos optaram por manter “Maria Luz” no activo. É o chamado passo em frente à beira do abismo.

Da análise de padrão deste perfil pode-se observar que publica especialmente durante os dias úteis, como se não houve amanhã, com vários posts por hora. Dirão que é alguém com muito tempo livre. Mas possivelmente é, antes, um conjunto de pessoas que usa a mesma conta para divulgar a propaganda.

O que ajuda a explicar a relutância em desistir desta ferramenta de propaganda. Sendo de uso colectivo, não dá jeito mudar e até pode ser que a falcatrua caia em esquecimento. Além disso, haverá sempre alguém que ache piada à foto emprestada pela Natasha a este perfil e peça amizade.

Claro que a “Maria Luz” jura a pés juntos que é ela na foto. E não, não estou a ser sarcástico. [Read more…]

No que diz respeito ao Acordo Ortográfico de 1990, o jornal Sol é uma referência

Ecce tituli inscriptionem non corrumpit; quod scripsit, scripsit.

Santo Agostinho

A razão é simples e não tem a ver com a anunciada adopção do instrumento em causa. Por exemplo, o jornal A Bola, quando anunciou a adopção do Acordo Ortográfico de 1990, não passou a constituir uma referência em relação ao AO90 — é uma referência, isso sim, no que diz respeito à resistência silenciosa num país em que todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente aquilo que pensam pela palavra.

Contudo, o jornal Sol é, sem sombra de dúvida, uma das grandes referências no que diz respeito ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990: foi no jornal Sol que Pedro Santana Lopes escreveu

Agora ‘facto’ é igual a fato (de roupa)

Exactamente: “Agora ‘facto’ é igual a fato (de roupa)”. Efectivamente: “Agora ‘facto’ é igual a fato (de roupa)”.

Como escreveu Santo Agostinho, «quod scripsit, scripsit».

AO90

“Os bancos e os Governos não existem para trazer os amigos.”

amigos psd

Passos Coelho dixit. Todos nós acreditámos. (via José Adelino Maltez)

Chamam-lhes migrantes (III)

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31/08/2015: desembarcam no porto do Pireu (Atenas, Grécia) mais 2500 refugiados, a maioria sírios, depois de, no dia anterior, terem ali aportado 1745. Destino: a UE via Hungria, passando pela Macedónia e pela Sérvia, percorrendo cerca de 1500 quilómetro

Paulo Rangel e PSD “ atiram “ na Justiça e em Sócrates mas ” tiro “ faz ricochete.

fonte: foto capa jornal i

fonte: foto capa jornal i

No último fim-de-semana o antigo secretário de estado adjunto da Justiça, ex-candidato à liderança dos sociais-democratas e actual eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, trouxe Sócrates e a Justiça para a campanha eleitoral. Numa intervenção, durante a Universidade de Verão da JSD, Paulo Rangel surpreendentemente questionou se “ alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação? “.

O que Paulo Rangel quis dizer, não foi nem mais, nem menos, que a justiça está dependente do governo e que, por isso, é instrumentalizada, passando claramente a mensagem que a justiça é permeável a pressões.

Será que Paulo Rangel quis dizer que enquanto o PSD e o CDS estiverem no poder os seus governantes, deputados, autarcas e dirigentes estão a salvo de investigações e processos judiciais? É natural que depois desta sua intervenção possa ficar a “ pairar no ar “ a dúvida que a Justiça é controlada pelo actual poder político executivo.

A partir deste momento Paulo Rangel partidarizou a Justiça, sendo que entendo estas afirmações ofensivas para o sistema judicial e para os seus intervenientes.

Estas tomadas de posições políticas são inaceitáveis para um licenciado em Direito, advogado e antigo secretário de estado adjunto da Justiça, tendo sido já repudiadas pelos mais diversos sectores da justiça portuguesa. Mais que ninguém Paulo Rangel sabe que o sistema judicial português é independente. Por isso estas afirmações só podem ser entendidas como ” chicana política ” de forma a trazer a campanha eleitoral para o lamaçal, porém, Paulo Rangel deveria saber que em política muitas vezes “o feitiço vira-se contra o feiticeiro”.

Espero, como militante do Partido Social Democrata, que este apenas seja o pensamento do ex-secretário de estado, Paulo Rangel, sobre o funcionamento da Justiça no nosso País. Eu quero uma justiça livre, sem tutelas, competente e com os meios necessários ao seu dispôr para fazer o seu trabalho de forma independente e o mais célere, tanto quanto possível, porque também tenho que reconhecer que muitas vezes a pressa numa investigação pode ser inimiga da perfeição.

O Novo Estado de Passos Coelho

foi anunciado em 2010, no livro Mudar – em que também anunciou «a missão histórica» que agora entrega aos portugueses, apelando a que se deixem de partidarites. Cumprindo esse desígnio, nas eleições que ganhou abstiveram-se mais de quatro milhões de eleitores. Era só para lembrar.

PàF: Pobreza à Frente

Fosso

Pouco depois de ser eleito em 2011, Pedro Passos Coelho abandonou definitivamente a propaganda pré-eleitoral e mostrou ao que vinha: Portugal tinha que empobrecer. Ora bem, nem todos teriam que empobrecer, apenas aqueles que se encontravam do lado errado do fosso, fosso esse que não parou de aumentar desde que o actual governo chegou ao poder. Os restantes cresceram e multiplicaram-se. [Read more…]

Os ” perfis falsos ” nas redes sociais ao serviço dos seus ” donos “.

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No dia 23 de Abril de 2015 apresentei na minha página pessoal no facebook uma denúncia pública, que enviei para a  Procuradoria Geral da República, para o DCIAP para a Polícia Judiciária, relativamente ao porta-voz e vice-presidente do PSD, Marco António Costa. Entretanto esta denúncia deu lugar a um inquérito, confirmado publicamente pela PGR, através de uma notícia na TVI, no dia 15 de Maio. Também como foi tornado público pela comunicação social este inquérito corre termos no DIAP do Porto, encontrando-se em segredo de justiça.

Ontem ao ler aqui o texto do J. Manuel Cordeiro veio-me logo à memória o que passei com a criação de perfis falsos no facebook. O mecanismo que ele relata foi exactamente o mesmo pelo que passei e ainda passo nessa rede social. Esta é a arma dos cobardes que não têm outros argumentos.

Após abertura do inquérito pela Procuradoria Geral da República para investigar Marco António Costa foram usados e criados a um ritmo rápido e crescente perfis falsos, curiosamente com indícios que levantavam fortes suspeitas de terem ligações ao PSD, com o único objectivo de tentar descredibilizar a minha pessoa atingindo o meu bom nome e a minha honra com um chorrilho de puras mentiras.

Neste meu caso chegou a tomar outras proporções, algumas pessoas, através de perfis falsos, tentaram e continuam a tentar intimidarem-me fazendo ameaças veladas à integridade física e à vida da minha família e da minha pessoa, sendo que as minhas empresas são também  alvo, destas mensagens privadas.

Porém este fenómeno da criação de perfis falsos não se resume ao facebook. É também prática comum noutras redes sociais, blogues e fóruns de discussão, sendo que o efeito pretendido, por este tipo de gente, é mais fácil de obter nas redes sociais, pela rápida partilha dos posts pelos ” amigos “.

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Grunhos…

São frequentes as queixas de desonestidade que incluem percursos desnecessariamente longos ou tentativa de extorsão ao cliente, principalmente estrangeiros, aos portugueses os grunhos mostram má cara e por vezes falta de educação. Incapazes de prestarem um serviço público de qualidade, detestam concorrência, protestam e vociferam ameaças, perante a contemplação das autoridades policiais e permissividade do poder político…

«Refugiado é uma palavra

com conotação dramática evidente, por vezes trágica, que em migrante se dilui quase por completo. Refugiado lembra a responsabilidade ocidental no caos, migrante quase só parece da família de ‘piegas’. »
Ana Cristina Leonardo, no Expresso de 29 de Agosto de 2015 (crónica lida aqui)
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Umbiguismo aventar, 6 anos

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2015 já vai a mais de meio, a silly season ainda dura e é moda falar de números. Oportunidade, portanto, para um breve balanço do Aventar. É umbiguismo, sim, mas é também uma forma de dar a conhecer alguns dados que, habitualmente, só estão disponíveis para os autores.

Durante os últimos 5 anos, período para os quais temos estatísticas, tivemos mais de 4.5 milhões de leitores únicos, os quais visitaram cerca de 10.9 milhões de páginas e escreveram  80.579 comentários referentes a 26.478 posts. Ao longo deste período, muitos foram os artigos que atingiram níveis de partilha notáveis, dos quais destacamos alguns mais abaixo.

Mas o Aventar não é só posts.

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Queremos erros novos

 Gervasélio Pimentão

Depois do 25 de Abril e do fim do fascismo o novo sistema político português assumiu o pressuposto fundamental das democracias liberais em que se inspirou: o poder deve estar em última instância nas mãos do povo que pode escolher a melhor proposta política apresentada pelos veículos privilegiados que são os partidos. Em democracia representativa a existência de uma multiplicidade de propostas é fundamental para que haja possibilidade de escolha e de mudança, se considerado necessário. Idealmente, os eleitores que não se revirem em nenhuma delas podem organizar-se livremente num novo partido e apresentá-lo a eleições. [Read more…]

Perfis falsos de apoio à PAF invadem Facebook

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Já se suspeitava que havia promoção de propaganda política da PAF com recurso a perfis falsos do Facebook e aqui se faz prova. Por exemplo, Maria Luz tem 4,970 amigos, é de Odemira e vive em Lisboa. Pelo menos é o que consta da sua página no Facebook.

Mas será verdade?

[Actualização 30/08/2015, 11:30 – Passado 1h30 desde a publicação deste post, o perfil “Cristina Morais” foi apagado. Consultar cópias no final do post.]

[Actualização 05/11/2015 – Passados 67 dias desde a publicação deste post, o perfil “Maria Luz” foi apagado. Consultar cópias no final do post.]

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Passos Coelho sob investigação

A notícia foi dada por Paulo Rangel, professor da Universidade de Verão: há “um primeiro-ministro sob investigação.”

Paenitentiam te!

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Senti, imperiosa, esta determinação vinda do alto, à qual me apresso a corresponder humildemente. Penitencio-me, pois. Estive eu aqui, numa outra publicação, a brincar com as razões que levaram Santana Lopes a desistir da sua candidatura à presidência da República e agora, espantado – mas também elevado! – dou comigo a assistir a uma longa entrevista dada por este personagem à SIC, entrevista essa que, sob o tema “eu não me vou candidatar e vocês nem sabem o que perdem, mas eu vou explicar”, me mostrou a luz: Pedro Santana Lopes não ambiciona a presidência da República. Almeja, isso sim, a canonização.

Quem se mete com o PS, leva…

Leva sempre com uma dívida por pagar. Costuma ser o legado de quem considera que as dívidas não são para pagar, mas para gerir. António Costa e seus muchachos keynesianos estão aí, prontos a gastar para aumentar o endividamento do país…

 

Devolução da sobretaxa do IRS: mais uma mentira deste governo desmascarada

Com as eleições à porta, o governo que não ia aumentar os impostos antes das Legislativas de 2011 mas que acabou por impor um aumento brutal da carga fiscal vem acenando aos portugueses com a possibilidade de reduzir a sobretaxa do IRS, no âmbito do esforço colossal que a coligação vem desenvolvendo para garantir a sua reeleição, sustentado na manipulação de indicadores económicos, promessas vãs e ataques permanentes a um recluso do estabelecimento prisional de Évora.

Acontece que, como qualquer mentira, o conto para crianças da devolução da sobretaxa do IRS foi desmontado, neste caso pelo Bloco de Esquerda, explicado neste vídeo pela Mariana Mortágua. O video tem apenas um minuto e meio e a objectividade com que a questão é explicada não deixa margem para dúvidas: as contas do governo, que sustentam a promessa de devolução da sobretaxa, assentam em impostos que não foram ainda recolhidos e no empolamento dos números da receita fiscal para criar uma folga que não existe, através de uma regra criada pelo próprio governo para reter os reembolsos de IVA e IRS das empresas e dos contribuintes até depois das eleições. Porém, se passar despercebido, este embuste só cairá por terra já depois das eleições, quando nada houver a fazer. Fica o alerta para aqueles que ainda acreditam em histórias para embalar jotas.

Chamam-lhes migrantes (II)

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(c) Darko Bandic/AP

Alguém acredita que se o PSD fosse governo haveria um primeiro-ministro investigado?

Esperem, o PSD é governo.

Alguém acredita que se o CDS fosse governo haveria um vice-primeiro-ministro investigado?

Esperem, o CDS é governo.

A tragédia dos refugiados

precisa de política corajosa, e de «governos [que] não cedam a calendários eleitorais (como o português), como se de uma invasão de marcianos se tratasse.» Bernardo Pires de Lima, hoje no DN

Vale a pena pensar nisto!

fonte: eurostat

fonte: eurostat

Este mapa é elucidativo da percentagem de jovens de adultos europeus, com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos, que ainda vivem em casa dos seus pais.

O mapa evidência as manifestas diferenças de comportamentos entre os jovens do Norte e do Sul e os do Leste e do Oeste da Europa.

Em minha opinião, que é também partilhada por outros sociólogos, estas diferenças evidenciadas pelo mapa podem ser explicadas fundamentalmente pelas seguintes razões:

A primeira é que nos países mediterrânicos, como Portugal, a Itália e a Grécia, o valor família tem uma grande importância, sendo esta vista como um pilar fundamental da sociedade, por isso, não existe o estigma associado ao facto de um jovem adulto continuar a viver em casa dos pais.

A segunda é que a crise financeira em que a Europa tem estado mergulhada, nos últimos anos, é com toda a certeza também responsável por esta situação atendendo que os países que foram e continuam a ser mais atingidos pela crise têm coincidentemente números mais elevados de jovens adultos a viverem em casa dos seus pais.

Com base nestes dados, fornecidos pelo Eurostat, salienta-se a Eslováquia que tem a maior taxa de jovens adultos a viverem em casa dos seus pais, com um valor que atinge os 56,6%, por sua vez, a Dinamarca tem a menor taxa com apenas 1,8%.

Em comparação com estes dados dos paises europeus temos os EUA em que 13,9% da população, em análise, vive em casa dos pais.

Em Portugal 44,5% dos jovens adultos portugueses vivem ainda em casa dos seus pais. Estes números são também assustadores para o nosso País.

Estes dados deveriam merecer uma análise profunda dos politicos europeus, sendo que os politicos portugueses deveriam também olhar para este problema com muita preocupação, olhando para esta questão como estrutural da nossa sociedade.

Uma sociedade em que os jovens se autonomizam mais tarde será sempre uma sociedade mais envelhecida. A Europa vive num rigoroso ” inverno demográfico “, por isso, entendo que é  urgente que os políticos tomem medidas no sentido de rapidamente se inverter esta situação.

Lopes

O intruso entrou na sala silenciosamente, servia-se Pedro de uma reconfortante bebida, descontraindo de um dia cheio de inaugurações e contactos com aquela gente simples apoiada pela Santa Casa. Enfim, uma maçada. Mas bem paga, lá isso era. Discreto, o intruso aproximou-se e, subitamente, agarrou Pedro por um braço apertando como um torniquete. Pedro sentiu-se desfalecer e duvidou ser capaz de dominar a sua bexiga. O visitante, homem ostensivamente bem vestido e perfumado, falou:
– Mi scusi, signor Santana – começou o estranho -,credersi signore del mondo? Vorrei essere presidente da Portugalo? È signore di fare quello che vuole, ma avere un grande stipendio, guadagnare per la pagnotta en la Santa Casa da Misericórdia, è finito, capisci? Fare vita da gran signore? Finito.Darsi della arie di gran signore? Finito.
– Q-q-quem manda?- perguntava Pedro, aflito.
– Il Padrone, signore Pedro – responde o intruso – il signor Tal dei Tali, il signor “direttore”.
–Então est-t-t-tá bem. Eu saio. Se me portar bem posso continuar aqui? As más linguas dizem que, pela primeira vez, a Santa Casa deu um prejuízo de milhões, mas é tudo mentira, eu posso explicar.
Calmamente, o intruso largou o braço de Pedro, que apertara como uma tenaz. Pedro soube ali que lhe estavam a fazer uma proposta irrecusável. Assim, esfregou os músculos doridos e, mal recuperou a circulação, redigiu o comunicado da sua desistência da candidatura à presidência da República.
Capisci?

Novamente, relação PSD/banca obriga os “contribuintes” a pagarem buraco

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Depois de Cavaco Silva, Carlos Costa, Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho terem, todos eles, afirmado solene e repetidamente que a solução que eles escolheram para o BES não teria impacto para os portugueses, ou para os “contribuintes”, como eles dizem, logo se começou a duvidar da seriedade das posições por eles assumidas.

Durante o último ano uma coisa e o seu oposto disseram sobre este assunto. A ideia de que, afinal, os portugueses seriam chamados a pagar o buraco do BES foi sendo sucessivamente trabalhada na opinião pública.

Este é o terceiro banco que, por mão do PSD, volta a ter o buraco das contas pago pelos portugueses. Primeiro foi o BPN e o BPP, bancos dos quadros do PSD e falido pelos quadros do PSD. O BPN foi nacionalizado pelo PS, para mal das nossas finanças, que viram um prejuízo privado transformado em prejuízo público. O BPP foi outro banco cujos prejuízos foram transferidos para o erário público. E agora é o BES, o qual pela mão do PSD e do CDS, volta a ser um banco no qual as trafulhices da família Espírito Santo estão prestes a ser pagas pelos portugueses.

Qual é a pressa, como perguntaria Seguro, qual é a pressa para vender o BES com tal urgência?

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Postal já não sei de onde

Please proceed to departure gates

Este postal não tem fotografias. Porque apenas tirei duas hoje, uma delas selfie, enquanto fumava no aeroporto de Heathrow. Afinal este postal tem duas fotografias. Acordei um bocadinho depois das oito em Edimburgo. São quatro da manhã e estou praticamente a dormir, no sofá de minha casa, sentindo uma espécie de vazio, que o sono, de certeza, apagará. O voo de Edimburgo para Londres atrasou-se uma hora. O aeroporto de Edinburgo é muito organizado e moderno. Pela primeira vez entrei numa máquina que me fez um ‘body scan’. Não sei o que encontrou, se pode radiografar o princípio do vazio que sinto agora dentro. Seja como for, deixaram-me seguir para as portas de embarque. Estamos sempre a partir de qualquer lado, a atravessar portas, pessoas, dimensões e a derrubar barreiras, quando viajamos.
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Chamam-lhes migrantes

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Na noite passada. Náufragos na costa da Líbia
Daqui

Ao Cuidado dos ” Aventarias ” desta vida.

 

” Porque ”

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

in Mar Novo (1958) de Sophia de Mello Breyner Andresen

Cancro da Mama, um dos grandes flagelos do século XXI.

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Uma excelente notícia, sobretudo para as mulheres, mas também para as famílias que têm no papel da ” Mãe ” o seu grande pilar e equilíbrio. As famílias que passaram por isto percebem e sabem bem do que falo.

Despesismo e regabofe: a lição de Pedro Passos Coelho

Tecnoforma

Seguindo as melhores práticas eleitoralistas da coligação PSD/CDS-PP, que não se inibe, e bem, de recordar a herança socrática, recordemos uma das mais famosas e mal explicadas heranças do nosso primeiro-ministro, homem de peculiar rigor e responsabilidade, que na década passada abria portas para uma empresa que ficou com a fatia de leão dos fundos geridos pelo amigo Relvas através do programa Foral para, entre outras prioridades, ministrar formações para funções que não existiam em aeroportos desactivados. Chama-se a isto acautelar o futuro. Pelo menos o dele e o dos amigos tecnofórmicos. Já a conta ficou a seu cargo caro contribuinte. Parabéns pelo investimento e não se esqueça de votar neste indivíduo. Há mais dinheiro para gastar mal gasto de onde veio este. E se em algum momento se sentir revoltado, pode sempre consumir alguma propaganda com números manipulados sobre a economia e o emprego que deverão ser suficientes para o acalmar até 5 de Outubro. Votos de um óptimo fim-de-semana e não se esqueça de empobrecer que as isenções fiscais do PSI-20 não se pagam sozinhas.

Postcards from Scotland #12 (Edinburgh)

‘Wanna be lonely with me?’* or ‘There will be no miracles here’**

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Edimburgo é agora a cidade mais bonita do mundo. Agora que mal a conheci e me despeço já dela. Edimburgo tem recantos que me comovem e se acontecer que me perguntem a razão, na verdade não saberei dizer porquê. Mas Edimburgo só é a cidade mais bonita do mundo quando consigo abstrair-me das multidões que de manhã à noite percorrem, por estes dias do Fringe, as suas ruas. É um exercício difícil, mas aprende-se também a abstração como, na realidade, se aprende tudo. Até a gostar da cor cinzenta e fria que tinge os prédios, do sol intermitente, dos pingos de chuva que nos atingem, grossos e pesados, quando menos esperamos. Das quatro estações numa hora.

Acordei tarde porque ontem fiquei até às tantas na conversa com o Estevan (e não Estebán, como havia escrito no último postal) e com o Manu. Hoje de manhã ainda não eram 9 horas toca a campainha insistentemente e ouço vozes a falar muito alto. As vozes calam-se e eu volto a dormir por mais duas horas. Saio de casa antes do meio dia e tomo um pequeno almoço de fruta e café no Costa aqui na esquina. A seguir vou tentar perceber onde é a paragem do autocarro (41 ou 13) para a Galeria de Arte Moderna. Caminho por isso pela South Bridge, depois pela North Bridge e por quase toda a Princes Street até encontrar a paragem dos autocarros que me interessa. Acordei com as grossas pingas de chuva a cair na janela por cima da minha cabeça. Passado um bocado já brilhava o sol e o céu estava azul. Quando saio de casa chove novamente, mas pouco depois está calor até. Em menos de uma hora as quatro estações, como já disse. Nas ruas que referi a multidão é imensa. As pessoas caminham como se não vissem as outras, como se fossem cegas e andassem sempre em frente, aos encontrões se necessário. Na realidade é mesmo assim. Como se fossem cegas, aos encontrões. Faz-me muita impressão esta gente toda e tento abstrair-me tanto quanto possível, respirando fundo e olhando para cima, para os prédios altos e tão bonitos, para as nuvens, para as copas das árvores.

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