As sedes do BCE e do FMI foram hoje tomadas de assalto por milícias de extrema-esquerda que reclamam a adopção de medidas de reacção ao caminho único da austeridade. Lideradas pela famosa rebelde Christine Lagarde, a quem se juntou o anarco-sindicalista Mário Draghi, os insurgentes pretendem forçar uma reestruturação da dívida grega, que poderá inclusive passar por um perdão parcial, à revelia da linha dominante numa Europa de pensamento de influência passista-rajoyzista. Os bravos jornalistas que se infiltraram neste autêntico cenário pós-apocalíptico que se vive nas instalações das duas instituições conseguiram captar declarações de Draghi:
“É necessário um alívio da dívida grega. Nunca ninguém disputou essa questão, a dúvida é saber qual é a melhor forma de fazê-lo, tendo em conta o nosso enquadramento legal”
A violência das palavras de Draghi, outrora um respeitável neoliberal, estão a chocar a Europa civilizada, que se questiona sobre quando esta loucura terá fim. Mas esse fim não parece próximo. Contrariando a resistência alemã, a líder da insurreição foi mais longe e afirmou mesmo que a organização que lidera não tem dúvidas de que a dívida grega é insustentável e sublinha que a Grécia necessita de um alívio da dívida “muito além” dos planos da União Europeia:
“A dramática deterioração da sustentabilidade da dívida aponta para a necessidade de um alívio da mesma numa escala muito maior do que aquela que esteve sob consideração até ao momento – e que foi proposta pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade”
O fim está perto. Tenham medo, tenham muito medo…
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