À 23ª hora do dia 12 de Agosto de 2015, o PR guineense José Mário Vaz (JOMAV), exonerou o Executivo do Engº Domingos Simões Pereira (DSP), tendo finalmente materializado alguma das suspeitas, quando tanto se especulou sobre corrupção, peculato, gestão de recursos, etc. JOMAV pergunta ao Executivo demitido, onde se encontram, onde foram aplicados, se é que foram aplicados, os 53 mil milhões de Francos CFA, cerca de 50 milhões de euros, doados à RGB, desde que DSP tomou posse, a 04 de Junho de 2014!
Quando JOMAV interrompeu a reunião do Conselho de Estado na sexta-feira 07 de Agosto, para se deslocar a Dakar e ir conferenciar com o seu homólogo senegalês Macki Sall, que por acaso até tinha na sua companhia outro homólogo, Alpha Condé, PR da República da Guiné-Conakri, veio-me de imediato à ideia algo que por vezes nem sempre está presente. As rivalidades lusofonia/francofonia na região e o protocolo do beija-mão, que dita que Bissau o faça a Dakar, Dakar a Rabat e Rabat a Paris. JOMAV seguiria esta linha, enquanto DSP faria o beija-mão directamente a Lisboa/CPLP.
Dentro desta lógica, juntar-se-iam, entre outros interesses económicos, a exploração petrolífera que franceses fazem em águas territoriais guineenses e a vontade de ambos (franceses e certos sectores guineenses), em correrem com a GALP do território. Batia tudo certo, interesses francófonos e lusófonos definiam as águas e as influências aos níveis da Presidência e da Primatura, como se diz na RGB.
Esta tese cai por terra ao aperceber-me que o agora PR JOMAV está indiciado num processo judicial, relativo à entrega por parte de Angola de cerca de 13 milhões de dólares, supostamente para a exploração de bauxite no leste do país. Tenta-se averiguar a quem foi entregue esse dinheiro e para que serviu, suspeitando-se que tenham sido estes dólares a financiar a campanha eleitoral do candidato JOMAV.
Percebe-se agora porque é que o actual PR guineense, tem nos 12 deputados do PAIGC com problemas com a justiça e que queria ver substituídos, uma pedra de arremesso. Para compensar e talvez até tentar fazer esquecer terceiros, do seu próprio problema com a Justiça.
Percebe-se agora também, porque é que JOMAV levanta a questão sobre os 50 milhões de euros doados ao país, para compensar e talvez até tentar fazer esquecer os 13 milhões de dólares que alegadamente terá recebido dos angolanos!
O problema não é assim de gajas, como chegou a aventar um amigo meu numa animada conversa sobre o assunto, no domingo passado. Falta agora perceber se os militares manterão a neutralidade e a subordinação ao poder político, como já o garantiu o CEMGFA Biaguê Na N’tan. Isso é que seria uma novidade!
Raúl M. Braga Pires, a Low Level Researcher, em Lisboa e que escreve de acordo com a antiga ortografia!
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Portugal tem alguma relevância em África? Penso que nem sequer conta muito na CPLP…
Em África, a relevância de Portugal é muito modesta, mas na República da Guiné Bissau (RGB) é bastante significativa. Basta olhar para a balança comercial da entre os dois países.
Doi a alma, ver como estas seita que tomaram conta da Guine e Moçambique… se aproveitam da generosidade internacional,com um desprezo corrupto, pelas populações. E onde a UE faz mal, é entregar dinheiro vivo nas mãos destes pulhas e ser cúmplice de quase todos, os canalhas que governam países pobres. Nem o drama dos refugiados que assola a UE faz esta pseudo união europeia tomar medidas, com um único resultado: eficiência ; quase que apetece, pedir que entreguem as coisas nas mãos dos alemães e se d eixem desse cancro da pseudo democracia por maioria.
A UE também não tem problemas em entregar dinheiro vivo nas mãos de pulhas de países (mais) ricos. Dão-se bem uns com os outros, ficavam todos bem a arder em lume brando.
Um estado falhado como a Guiné-Bissau acaba sempre por ser o peão a sacrificar em vários tabuleiros de xadrez.
Presumo que ainda não é desta que um governo eleito cumpra o mandato na RGB. Desde que não descambe em novo golpe de estado e/ou confusões com militares…