Tempos de cinismo

demontar a propaganda - emprego

Vai ser uma campanha eleitoral cínica, está visto. O PSD a chorar lágrimas de crocodilo quanto aos emigrantes e a pretender que não foi o seu ir mais além da troika que afundou o país mais do que de outra forma se afundaria. E o PS a mandar umas larachas, pretendo que nos esqueçamos do que foram os anos loucos de Sócrates.

Mas não haja ilusões. Estas eleições são para avaliar o que o PSD/CDS fez ao país. Não vamos avaliar novamente a governação socialista, por mais que os propagandistas da direita desejem.

Entre os cínicos dos cínicos, conta-se Marques Mendes.

“A matéria do desemprego devia ficar de fora da luta política” [daqui]

Depois de assistirmos ao governo, durante meses e meses, pretender que o país melhorou, recorrendo a truques elementares, este avençado da SIC, pertença do sócio número 1 do PSD, procura virar o bico ao prego, pretendendo que é a oposição que está a usar a desgraça dos outros para fins eleitorais.

No fundo, no fundo, é um mistério o desemprego a baixar sem o emprego aumentar. Ou se calhar não.

Wikileaks vai juntar 100 mil euros para pagar pelo segredo mais bem guardado:

o texto do secretíssimo Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), ainda em negociações entre as multinacionais, com o beneplácito da União Europeia e da Administração norte-americana, e sem debate pelos parlamentares dos Estados europeus que nos representam. Caso para dizer que se é para fazer à cowboy, então ‘bora lá. Muito do que importa saber, aqui. Donativos, aqui.
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Modus Operandi – III

Estão bem uns para os outros. Demora muito para que Matos Rosa siga o caminho de Ascenso Simões? Não se usam imagens de bancos de dados em cartazes.

Paulo Portas nunca pediu desculpa aos portugueses nem agradeceu

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Paulo Portas nunca pediu desculpa aos portugueses por ter simulado a sua demissão, fazendo disparar os juros da dívida para níveis estratosféricos, nem agradeceu o facto de, apesar disso, lhe ter sido reforçado o poder no governo.

Paulo Portas nunca pediu desculpa aos portugueses pelo envolvimento de altos quadros do seu partido no caso Portucale, nem nunca agradeceu o facto de todos os envolvidos terem escapado à justiça portuguesa.

Paulo Portas nunca pediu desculpa aos portugueses pelo negócio desastroso dos submarinos, nem nunca agradeceu o facto de não ter sido forçado a assumir qualquer responsabilidade.

Paulo Portas nunca pediu desculpa aos portugueses por ter prometido uma reforma do Estado, substituindo-a por aumentos de impostos e cortes em vencimentos, nem pediu desculpa por ter submetido o país ao empobrecimento.

Paulo Portas deve vários pedidos de desculpas e vários agradecimentos aos portugueses. Paulo Portas anda a viver acima das suas possibilidades de ser perdoado há tempo demais.

Foto@Facebook Portugal à Frente

Deixem-se de merdas e contem a verdade aos portugueses: a direita esteve em todas as intervenções do FMI

Soares Mota Pinto

Acabemos de uma vez por todas com o mito de ter sido SEMPRE o PS o responsável pelas intervenções do FMI em Portugal. Isso é pura e simplesmente falso e não se percebe como o próprio PS, talvez enterrado na vergonha absoluta de estar sempre ligado ao problema, não se preocupa em desmistificar este conto para crianças.

Quando acontece o primeiro resgate, em 1977, o governo português é efectivamente liderado por um socialista, Mário Soares. Mas o PSD também está neste governo. Carlos Mota Pinto estava lá. Até o oráculo dos moralistas, Henrique Medina Carreira lá estava. Era ministro das Finanças. Não teve também ele responsabilidades? Para além do mais, Portugal ainda recuperava de 40 anos de ditadura e a transição, conturbada e instável ainda se fazia sentir. Para além da crise petrolífera que atingiu a Europa com violência na década de 70. Não tenho qualquer interesse em fazer a defesa de Mário Soares, desprezo-o absolutamente. Tanto quanto desprezo este tipo de propaganda barata de alguma direita velha velha velha dos tempos da União Nacional. [Read more…]

Um poço sem fundo chamado Parque Escolar

Do Grupo Lena às suspeitas de corrupção, o infame Parque Escolar vê-se agora envolvido num potencial conluio em formato de cartel no fornecimento de contentores. Quando acaba este filme?

A disciplina de voto como arma anti-democrática

Kai Littmann
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O grupo parlamentar da CDU de Angela Merkel

A Constituição alemã é clara: os deputados eleitos devem votar segundo a sua consciência e jamais coagidos pela chamada  “disciplina parlamentar” – prática que serve não os cidadãos que aqueles representam mas a estratégia partidária que pode ajudá-los a manter-se no poder.

Foram 60 os deputados da CDU que, em meados de Julho passado, votaram contra a política do governo alemão relativamente à Grécia. O que em nada afectou o resultado final, pois a “grande coligação” CDU/SPD [o equivalente ao português “bloco central”] dispõe no parlamento alemão de uma maioria esmagadora. Nesse contexto, o anúncio da punição dos 60 conservadores rebeldes da CDU pode surpreender.

Sucede que foi já declarado – pelo líder da bancada parlamentar da CDU no Bundestag, Volker Kauder – o primado do “espírito corporativista” (“korpgeist”), e que os deputados que votaram contra os empréstimos à Grécia (em favor da sua saída do euro) vão ser afastados das comissões parlamentares mais relevantes do ponto de vista do partido: as que se ocupam dos assuntos orçamentais e europeus, onde importa manter a maioria, e salvaguardar os interesses da posição do referido grupo parlamentar – e da espécie de bloco central que integra.

Esta semana, um novo pacote relativo à Grécia deverá ser objecto de votação no Bundestag. Se é certo que a “grande coligação” há-de passá-lo, certa é também a manutenção da posição dos rebeldes. O que lhes acontecerá, então? Serão realmente punidos? Está a Alemanha a abandonar de vez os procedimentos democráticos?

E a democracia representativa, o que se passa para que tenha cedido o lugar à democracia tecnocrata, em que apenas a vontade dos partidos conta? Um fenómeno que não é unicamente alemão, aliás, e que tende a afastar ainda mais a política dos cidadãos.

O facto de os deputados rebeldes da CDU serem os mais conservadores não invalida que Kauder esteja a levar por diante um verdadeiro ataque ao sistema democrático – pois por mais fragilidades que tenha, não deveria ser aceitável esse tipo de punição sobre quem vota de acordo com a sua consciência.

[Eurojournalist – publicação bilingue Alemão/Francês]

Portugal não é a Grécia mas o PS pode muito bem ser o próximo PASOK

Costa Messias

Não se percebe o que se passa no Largo do Rato. Trucidou-se o Seguro que até nem fez uma má travessia do deserto, construiu-se um enorme pedestal para D. António Sebastião Costa, apresentaram-se uma agenda para a década e um conjunto de propostas de política económica que até colheram alguns elogios à direita – ou não fossem elas escritas sob a batuta de um liberal assumido – e agora é assistir a este triste espectáculo de harakiri político. As sondagens desiludem e a campanha apresenta-se como uma sucessão de desastres até ao cada vez mais provável apocalipse final. Estará tudo doido? [Read more…]

Como lucrar 100 mil milhões de euros com a crise grega?

A Alemanha explica.

A absoluta demência do fanatismo religioso

dark

Não pode haver qualquer tipo respeito ou tolerância para com tamanha aberração. Insultar este tipo de gente é insultuoso para o próprio insulto. Não existe articulação de palavras possível que permita classificar um psicopata que prefere ver uma filha morrer afogada à sua frente do que permitir que um nadador-salvador a salve em nome de uma crença absurda e demente. Resta-me lamentar que não tenha ido ele em vez da filha.