A Grande Marcha do Yuan

FOsun

O proletário na foto é Guo Guangchang, um homem remediado que, tal como tantos outros remediados dessa grande nação comunista que é a China, cresceu à custa de muito esforço e dedicação à luta anti-capitalista no seio do Partido Comunista Chinês. Com investimentos aqui e acolá, Guo trouxe a Grande Marcha do Yuan até ao extremo-ocidente da Eurásia e, depois da Espírito Santo Saúde e da Fidelidade, este camarada poderá muito bem ser o próximo dono do Novo Banco.

Resta-nos saber o que virá a seguir. Com a Fidelidade, que representa cerca de 1/3 do sector segurador de Portugal, a operação ficou marcada pela originalidade liberalóide: poucos meses após ter adquirido a seguradora por mil milhões de euros ao Estado português, a Fidelidade “emprestou” mil milhões de euros à Fosun, através da emissão de obrigações. Entretanto o dragão espirrou, a Fosun perdeu uns trocos e a Fidelidade, coitada, lá ficou a arder também. Antevê-se um cenário animador para o Novo Banco.

Entretanto a Fosun já se mostrou indisponível para subir a parada. Com a bolsa chinesa pelas ruas da amargura, os prejuízos apresentados recentemente pelo Novo Banco, as dívidas por pagar do papel comercial e a disputa com o Goldman Sachs, o mais certo é o valor ser ainda mais baixo do que o anunciado inicialmente pela imprensa, que no cenário mais optimista rondaria os 4 mil milhões de euros, bem abaixo dos 4,9 injectados pelo governo no banco. Seja como for, o proletariado português estará com certeza pronto para, uma vez mais, para fazer a sua parte e doar parte dos seus salários e pensões em prol da revolução. E propaganda alguma os irá demover.

Comments

  1. Alexandre Carvalho da Silveira says:

    Entre este, ou outro chinês qualquer, e o Ricardo Salgado…

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