Viver num país até onde 4 mil vaquinhas têm que emigrar

Hoje no “Isto é muito bonito mas”, Paulo Portas, o convidado, dissertava sobre coisas fantásticas que ele tem feito em prol dos negócios e que, supostamente graças a ele, 4 mil vacas foram num barquinho para Israel porque havia bla bla bla e outras cenas.

A coisa continua e, ao terminar o programa, Ricardo Araújo Pereira anuncia o próximo convidado, António Costa, que “certamente irá falar de um país onde até quatro mil vaquinhas tiveram que emigrar”.

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Pronto, o improviso valeu uma valente gargalhada.

Campanha Eleitoral

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Campanha eleitoral que se preze deveria contar com a presença de Fanny Rodrigues!
Candidatos às associações de estudantes de todo o país: garantam o vosso futuro, assegurem a vossa eleição de forma limpa e democrática!
“Certamente que será um dia em grande!”

O primeiro debate político da história da televisão.

O primeiro debate político televisionado aconteceu, em 1960, nos Estados Unidos, entre a ” velha raposa” da política americana, Richard Nixon, e o jovem senador John Fitzgerald Kennedy.

Sabe quem ganhou o debate e quem ganhou estas eleições presidenciais americanas?

Golpe de manchete

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Olha para isto, pá! Olha-me só para este título do Diário de Notícias! Os alunos, ali, prontos para terem aulas, se calhar sentados na sala e tudo, e os professores, esses malandros, vão-se embora, pá, e deixam os miúdos sem aulas! Isto é uma vergonha, é o que é! E para fazer campanha, imagina! Com um bocado de jeito, ainda vão fazer campanha por algum partido que não devem. E isto dos políticos são todos iguais, ainda são piores que os professores. Um professor político deve ser lindo, deve! É que devem estar tanto na campanha como nas aulas. Ler o quê? Ler a notícia? Estás parvo ou quê? Mas então tu achas que iam pôr um título destes, que se está mesmo a ver que estão a chamar malandros aos profes, e iam escrever uma notícia ao contrário? Isto é escrito por jornalistas, amigo! Se não fossem eles, estas coisas não passavam cá para fora. Chulos do caraças, pá! Vou já ligar ao meu puto, a dizer-lhe que não vá para as aulas, que vá mas é para a campanha, pode ser que aprenda qualquer coisa.

Cartoline de Roma #5

Questa cartolina è dedicata ai miei genitori

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ou seja, este postal é dedicado aos meus pais. Duvido que alguma vez o leiam. E não vou exatamente escrever sobre eles ou para eles. Mas hoje vi, com o Stefano (finalmente, depois de tantos adiamentos) um filme. Um documentário melhor dizendo, chamado exatamente ‘Genitori’** e aquilo que é relatado (de uma bela forma, diga-se desde já, muito sociológica e objetiva, sem cair na lamechice fácil) são as histórias dos pais que têm filhos ‘diferentes’. Deveria dizer, muito mais adequadamente, das mães. São elas as protagonistas. Também há homens, mas muito poucos. As ‘cuidadoras’, já o sabemos e há muitos estudos sociológicos que nos mostram isso, são as mulheres. O documentário ‘Genitori’ é de Alberto Fasulo e foi apresentado fora de competição no Festival de Locarno deste ano. Por estes dias (de 15 a 22 de setembro) Roma enche-se com os filmes (em várias salas da cidade) dos Festivais de Veneza e Locarno. Tenho pena de não poder ficar aqui mais tempo, para aproveitar esta coisa maravilhosa. Sei que a maior parte (quase todos) os filmes aqui apresentados jamais estrearão em Portugal (e quando digo Portugal, estou a dizer Lisboa, bem entendido).

Mas voltando aos pais com filhos ‘diferentes’ e ao filme-documentário e aos meus próprios pais. Não é que eu seja muito ‘diferente’, mas nasci um bocadinho ‘diferente’ e há 48 anos, em Portugal, dentro da longa noite que vivíamos, isso era motivo suficiente para que os meus pais tivessem sofrido bastante com a minha ‘diferença’. No entanto, tal como muitos pais que aparecem em ‘Genitori’, os meus pais foram fortes e andaram sempre para a frente, fazendo o que podia ser feito e o que não podia ser feito, empurrando-me sempre também para a frente. Muita da minha independência e alguma da minha ‘força’ vem deles e desse modo como souberam sempre (mesmo se nem sempre de forma muito consciente, lidar com a essa minha, mesmo se pequena, ‘diferença’. Os pais e as mães do documentário narram as suas histórias e dificuldades. Os seus receios. A sua dor. Por duas ou três vezes estive ali à beira das lágrimas. Acho que o Stefano não notou. Mas tive um nó na garganta. Não sei se há amor maior no mundo do que o dos pais pelos seus filhos. Eu não tenho filhos. Mas conheço o amor dos meus pais.

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Tecnoforma: a face (ainda) oculta de Pedro Passos Coelho

Tecnofraude

(Comeriam estes convivas uns bons robalos nos tempos das jantaradas da JSD?)

Quantos robalos se podem comprar com 5 mil euros por mês durante três anos? Não faço a mínima ideia, tudo dependerá das flutuações no preço desta commodity, algo que me ultrapassa, nunca percebi muito bem os meandros da especulação mercantil. O que eu sei, pelo menos a julgar pelo que a “imprensa” cor-de-rosa regurgitou há uns meses atrás, é que a família Passos Coelho aprecia um bom robalo (e deixa boas gorjetas). Eu também gosto muito de robalos. Armando Vara e Manuel Godinho são connaisseurs. Miguel Relvas será com toda a certeza doutorado em robalologia, bastará para isso que tenha passado, pelo menos uma vez na vida, a 100 metros de uma peixaria. [Read more…]

Passos Coelho está de parabéns!

Conseguiu aguentar um debate inteiro sem trazer o seu congénere Sócrates para a discussão. Tivesse ele feito o que lhe mandaram os assessores no primeiro e não teria sido tão patético.

Refugiados: tenham medo,

muito medo de Laszlo Toroczkai, o presidente da câmara de Asotthalom, pequena cidade na fronteira entre a Hungria e a Sérvia. «Se a Hungria é uma má escolha, Asotthalom é a pior».
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Cartoline di Roma #4

‘Roma è un tesoro e noi siamo tutti capitani’***

Este postal é mais curto que os anteriores. Levantei-me às sete e meia, depois de ter dormido quatro horas e já são três da manhã. Apesar de ter acordado muito cedo, chego à Faculdade de Economia de Roma Tre um bocadinho depois das nove. Pouquíssima gente na sessão que será a última do meu grupo de trabalho. Estou ainda meia a dormir, apesar do duplo espresso que tomei. Quando acabamos, vamos (eu e o A.) beber mais café. O Diogo também chegou entretanto e ficamos na conversa. Peço ao primeiro que conte ao segundo a sua história hilariante com um monge budista de visita a Florença. A mesma primeira estória que me contou em Wageningen, tínhamos acabado de nos conhecer. Em 2007. Rimos-nos muito, outra vez, a estória é realmente hilariante, pode ser que um dia conte… e chega a hora de voltarmos, eu para uma sessão sobre vendedores de rua (street food, vá), porque me apetece, o Diogo já não sei para que grupo e o A. para casa, em Florença.

Toda a gente sabe que as despedidas me enervam. Mas algumas deixam um vazio tão imenso, um buraco tão fundo, que não sei o que fazer. O A. abraça-me. Diz-me coisas que só eu devo ouvir e saber. E eu fico triste enquanto o deixo para trás, na cadeira, à espera do amigo que o há-de levar a Termini. E entro triste na sala da sessão sobre street food. Há casos de NYC, França, Chad. Gosto especialmente do último. E do senhor que o apresenta. Ou é do vazio que sinto ainda ou é do esforço notável que o senhor faz para falar inglês, mas só me apetece agradecer-lhe. Almoço com o Diogo e quase no fim aparecem duas mulheres e uma delas, loira e de olhos azuis pergunta-me ‘are you Mrs. Figoeredo?’ ou qualquer coisa do género. Respondo que sou eu sim, mais i menos e, mais u, menos o. E ela diz que irá à conferência de Aveiro daqui a duas semanas e apresenta-se. Reconheço o nome, da lista de participantes. É grega. São as duas gregas, aliás. Ficamos para ali a conversar. Elas conhecem os outros gregos de quem tanto gosto. E, na verdade, gosto delas também, assim de repente.

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Há menos 370 mil empregos em Junho de 2015 do que em Junho de 2011

nuno-serra-emprego

Temos regularmente direito a uma sopa de números sobre o desemprego. Está tudo a correr bem, diz o governo. O INE é confuso, diz o governo. Portugal recuperou, acrescenta o governo.

Nuno Serra fez um trabalho detalhado sobre o emprego e o desemprego, pesquisando os números oficiais e olhando para os detalhes. Separou o emprego efectivo, os estágios que escondem o desemprego (cujo número disparou para 156 mil) e o subemprego registado (que aumentou em 36 mil pessoas). [Louçã]

Engenharia política do desemprego, como já se tinha constatado. Um saco de propaganda. Por isso, faz muito mais sentido falar da taxa de emprego do que da taxa de desemprego. Até porque os desempregados ao deixam de se inscrever no IEFP quando acaba o subsídio mas não se evaporam. E atendendo aos números da emigração  (cerca de 450 mil desde 2011), estes números até devem ser conservadores.