Nascido em Portugal ou no ultramar nos últimos 30 a 45 anos que não tenha na sua família um único caso de emigração nos últimos 60 anos. Obrigado e podem juntar-se ao debate antes que o facebook pegue fogo.
O Processo de Josef K. Sócrates
Dificilmente alguém me poderá achar um defensor dos mandatos de Sócrates, como facilmente se constata. Pelo que me sinto ainda mais legitimado para afirmar que o processo de Josef K. Sócrates, há dez meses preso sem acusação, representa a ruína do Estado português. Sim, é o estado que o próprio administrou durante seis anos, sem que tenha resolvido os respectivos problemas crónicos – da mesma forma que não o fizeram nem este, nem os anteriores governos, acrescente-se. Não é esse o ponto. A questão em causa é que a um cidadão, seja ele culpado ou inocente, pode ser retirado um dos seus mais preciosos bens, o tempo de vida em liberdade, sem que lhe seja feita uma acusação concreta da qual ele se possa defender. Pode acontecer a vós, leitores, e lembrai-vos que talvez não tenham a mesma máquina mediática que, um dia, conduzirá este caso à prescrição. Pensai em vós antes de vos regozijardes por um adversário estar preso.
Uma palavra final para o PSD e para o CDS. Talvez ganhem alguns votos no imediato mantendo o tema Sócrates na agenda, como o fazem sistematicamente nos vossos perfis falsos do Facebook e com as sucessivas declarações politicamente correctas a lembrar que não comentam os temas da justiça, como se isso já não fosse comentar e, além disso, até comentando de facto, como fez o vosso avançado Paulo Rangel. Lembrem-se que os vossos telhados de fino cristal não resistirão a uma mão cheia de brita arremessada quando saírem do poder.
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Carta do Canadá: Mundo, que te fizemos nós?
Éramos humanos espalhados pelo Norte de África, pelo Médio Oriente, pela África a sul, que viviam sem que os humanos doutros continentes o soubessem. A noite dos séculos foi rasgada por uns homens que chegaram até nós em barcos, munidos de lanças e de fuzis. De repente, eles souberam de nós. E nós soubemos que havia outro mundo e outras gentes. Eles vinham vestidos, nós estávamos nus. Sem pedirem licença para ficar, eles ficaram. Tivemos medo e eles fizeram de nós servos. Noutros lugares havia humanos com civilizações antigas. Tiveram curiosidade e desejaram negociar. Acabaram dominados. Os novos senhores descobriram as riquezas do subsolo e provaram que eles é que sabiam extraí-las, não nós. Os minerais valiosos eram metidos em barcos e levados para onde a riqueza entendia a riqueza. Nós ficámos calados perante tanta superioridade. Tudo quanto quiseram, levaram. Nós continuámos descalços, semi-nus e sujos. Lá longe, onde a riqueza entendia a riqueza, bebiam café, punham açúcar, bebiam cacau, faziam chocolates finos, inventavam a mais requintada doçaria, tornavam a sua gastronomia mais apetecível com as nossas especiarias, e por isso todo um comércio milionário foi erguido entre países. Um dia concluíram que precisavam dos nossos braços para trabalhar noutras terras, as da América, ao norte e ao sul. Fomos arrebanhados como gado e metidos em porões de navios, com grilhetas nos pés. Escreveram, com chicote e sangue, a grande tragédia da escravatura. Sofrimento intolerável que levou os escravos a ousarem a revolta. Finalmente, veio a alforria, conquistada com a maior dor. Fomos andando na vida e no mundo, aprendemos a ler, e percebemos por que, em alguns lugares, não nos deixavam ir mais além no saber, nos reduziam à marginalidade. Viver com o racismo passou a ser a regra.
Praça da Europa
Velhas e novas canções europeias, unidas na diversidade. Uma ideia de Viriato Teles. Todos os dias na Antena 1, seis minutos antes das notícias das 13h00 e das 16h00.
Reality Showcrates II: o regresso do jornalismo de merda
O reality show favorito dos portugueses está de volta. José Sócrates viu a medida de coacção alterada para prisão domiciliária e, de repente, nada mais parece existir. Os telejornais abrem com José Sócrates e dedicam-lhe seguramente cerca de 1/3 da sua duração. Por todo o lado se discute Sócrates e tudo o resto – que conveniente – deixa de ter importância, seja a atribulada campanha para as Legislativas, a venda do Novo Banco aos camaradas do PCC, a alienação ao desbarato do património do Estado ou o futuro da Segurança Social. Já vimos este filme. [Read more…]
Crise mundial? Qual crise mundial?
Do ilusionismo ao stand-up, Pedro Passos Coelho é efectivamente um artista de variedades. Pena que o La Feria não o tenha levado…
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