Irresponsabilidade, falta de civismo e comportamentos perigosos na campanha do PàF

Para aqueles que não conhecem a via que surge na imagem em cima, trata-se da variante que circunda a cidade de Famalicão, uma via equiparada a auto-estrada onde se aplicam as regras previstas no código da estrada, que sobre a circulação nestas vias referem, podemos ler no site do IMTT:

PARAGEM EM AUTOESTRADA: A paragem em autoestrada é proibida por lei e sancionada com contraordenação muito grave, tal como previsto no artigo 146.º do C.E. Somente em cenários de congestionamento de tráfego ou por emergência, pode-se parar e apenas em situações imperativas devidamente justificadas.

Ora aquilo que podemos ver no vídeo publicado na página de Facebook da coligação PSD/CDS-PP, são dezenas de carros parados nesta via, uns na berma outros na faixa de rodagem, militantes e apoiantes fora dos seus veículos a acenar a Pedro Passos Coelho enquanto abanam as suas bandeiras e um primeiro-ministro feliz, a acenar enquanto os figurantes do vídeo da coligação cometem, a julgar pelo número de pessoas e viaturas paradas, centenas de contra-ordenações graves e muito graves que a lei portuguesa sanciona com diferentes coimas, que podem ir do simples pagamento de uma multa até à inibição de conduzir ou à apreensão do veículo em questão.

Num país onde a aplicação de coimas é cada vez mais implacável, seria interessante saber se, na posse destas imagens, as autoridades competentes agiram ou decidirão agir. Mais do que o comportamento irresponsável, do que centenas de infracções cometidas ou do absoluto desrespeito por regras elementares de utilização destas vias, tratou-se de um comportamento colectivo que colocou em causa a segurança de quem por ali circulava. E tudo isto para fazer um vídeo triunfalista no âmbito de uma campanha eleitoral. Lembrem-se disso quando forem multados da próxima vez. Ficam aqui mais algumas imagens do momento em que o civismo e a responsabilidade rodoviária foram relegados para segundo plano porque a maratona de Passos, paga com o dinheiro dos nossos impostos, se sobrepôs à ordem pública.