No início de Fevereiro, um homem foi multado em 200€, por estar a consumir um pacote de gomas, à porta de uma dessas pseudo-lojas de máquinas de vending que se vêm cada vez mais por aí. Como ele, centenas de outros portugueses foram sujeitos à aplicação das leis em vigor, sempre aprovadas com uma confortável maioria parlamentar, que resultaram em multas, detenções e confusões.
Um mês depois, cerca de 3 mil (so they say) negacionistas e activistas contra o uso de máscara e confinamento juntaram-se no Rossio, para protestar contra as medidas de combate à pandemia, sem máscara ou respeito pelas normas de distanciamento social, colocando em risco a saúde de milhares de pessoas e a recuperação económica, sob o olhar atento da PSP, que não conseguiu ser tão valente como o foi com o degustador de gomas e tantos outros portugueses. Uma gritante dualidade de critérios e pelo menos meio milhão de euros em multas por cobrar.
E lá andavam eles, revoltadissimos, com cartazes da ditadura e mais não sei o quê, sem que meia bastonada ou coima lhes fosse aplicada. Quando isto passar, seria importante que as farmacêuticas se dedicassem ao desenvolvimento de uma vacina contra a falta de noção. Fica a dica.
E também há quem vá passear de carro e seja mandado para trás só com um aviso. Abusos, há de todos, sem números é difícil.
Passear de carro? Só com um aviso?! Chocante.
Onde está a violência policial quando precisamos dela?
Se prefere arriscar-se a morrer para garantir os rendimentos do capital, a IL anda por aí.
Pelo que ouvi na comunicação social um trabalhador que comia no carro uma sandes foi multado pela PSP, dizia ele: “Trabalho para uma empresa de limpezas e para duas associações de animais, uma delas nas Lapas. Quando vinha do trabalho, parei o carro num local deserto para descansar e comer uma sandes. Apareceu a polícia e multaram-me em 200 euros”! Isto fez-me lembrar quando estava a comer numa tasca, antes do 25 de Abril, e foi preso pela PSP…porque não tinha documentos comigo