Extrema-direita e negacionistas: um bromance de ódio ignorância e oportunismo

O Relatório Anual de Segurança Interna de 2020 alerta para aquilo que só ainda não viu quem não quis: que a extrema-direita e os negacionistas da pandemia se aproximaram. Que andam, na maior parte dos casos, de mão dada.

Para além da ameaça que isto representa para a segurança de todos os portugueses, da nação e da própria democracia, existe uma outra perversidade nesta questão, que consiste em arrastar consigo um debate que pode e deve ser feito, mas que está minado pelo negacionismo, embrulhando, na mesma bola de neve, chalupas irresponsaveis e pessoas bem intencionadas, que questionam, com toda a legitimidade e rigor, várias opções que foram e estão a ser feitas, no domínio social e económico.

É preciso separar as águas. É preciso que quem levanta questões pertinentes não seja confundido com malucos doutorados por páginas “da verdade”. Até nisto, a extrema-direita, ela própria a viver uma fase de negacionismo científico que é anterior à pandemia, é um vírus para o qual urge encontrar uma vacina. Nunca a nossa democracia esteve tão ameaçada. E não são as medidas de confinamento, aplicadas em todas as democracias liberais europeias, a causa do problema. Essas são temporárias. O problema são aqueles que pretendem aplicar outro tipo de medidas de confinamento. Permanentes.

Comments

  1. JgMenos says:

    O ‘negacionismo científico’ é prática corrente em todas as ideologias extremas e tem larga representação em muitas das que dizem não o ser.

    Quanto às liberdades, a cena é idêntica com particular relevo para as ideologias de inspiração igualitária que se veem na necessidade de tudo regulamentar para impor esse negacionismo científico.

    • abaixoapadralhada says:

      Jmenos

      Conta lá como era no tempo do teu padrinho “Botas”

      Deves estar por dentro do assunto, como Sa Lazarento militante.

      A bem da nação

      • JgMenos says:

        Debaixodassaias, não sei tudo, mas dou-te umas ideias:
        Moeda estável e rendas limitadas nos grandes centros urbanos.
        Casas de renda económica que revertiam para o inquilino ao fim de 25 ou mais anos.
        Habitação social em números que te espantariam.
        Terrenos baratos para casas de renda condicionada.
        Os que ainda são os maiores hospitais do país

        Guerra e progresso económico e social em África.
        ….
        E não se devia porra nenhuma a ninguém, nem dinheiro nem subsídios!

        Embrulha, treteiro.

        • Paulo Marques says:

          Sim, só era sem-abrigo quem queria. E a guerra trazia prosperidade, um mimo.

        • abaixoapadralhada says:

          JMenos

          Conta essas tretas a quem nasceu depois desse “tempo maravilhoso”. Provavelmente para ti ou para os teus ascendentes que viviam á sombra do Salazarismo, mas não para a maioria

          Mas gostei foi desta frase, de um Sa Lazarento em estado puro:

          “Guerra e progresso económico e social em África.”

          Só te vai passar essa doença com o balde de cal e as 3 badaladas.

    • POIS! says:

      Tudo muito comovente!

      JgMenos, por vezes, lá tem de lamentar-se pelo comportamento dos amigalhaços. As vozes dos egrégios avós irrompem de mansinho na sua cabeçorra impelem-no a que o faça, a bem da nação e da natação.

      Pelo caminho mistura mais qualquer coisa para atenuar a insuportável comoção que o atordoa. Estas coisas custam!

      • JgMenos says:

        …da nação e da natação…

        Um caso de imbecilidade crescente.

        • POIS! says:

          Pois tenha cuidado!

          Trate-se por favor. Já basta a que lhe aturamos. Se está a crescer é por culpa de V. Exa. Isso de passar a vida a ouvir os discursos do de Oliveira e os sermões do de Cerejeira em altos berros, não ajuda nada!

          Os vizinhos já estão pelos cabelos! Maldita net!

    • Paulo Marques says:

      É verdade, há contabilistas que insistem na teoria monetária de valor e na curva de Phillips e já nem os bancos centrais lhes ligam nenhuma. Rais parta o negacionismo.

      • JgMenos says:

        Tens lido uns rótulos ultimamente. Vais longe!

        • POIS! says:

          Pois é verdade!

          O Paulo, aliás, coleciona rótulos. Até lá tem um onde aparece V. Exa., o das latas da célebre marca angolana “Menos Cacau”, que era o mais consumido por cá na época salazaresca.

          Há quem diga que a efígie de V. Exa. estava lá para afugentar as formigas, mas creio que é tudo má língua.

          Já a afirmação “JgMenos, produto 100% natural”, constante da parte traseira, não será muito de fiar. nessa altura o controle de qualidade era muito duvidoso.

          • JgMenos says:

            Os negacionistas…por um lado.
            Lambe-cús socialistas…é o reverso!

          • POIS! says:

            Pois falta saber…

            O que V. Exa,. tem andado a lamber este tempo todo. Talvez uns traseirinhos mais salazarescos e Venturosos.

            Se V. Exa. pensa que me ofende, está longe. Aliás inteligência não é o seu forte, já se cá sabe!

        • Paulo Marques says:

          Não, já os lia. O que mudou é que se tornou claro para todos é que são ridículos, mas ainda falta o resto.

    • RUI SANTOS says:

      Não há “negacionismo científico’” porque se é negacionismo não é cientifico. Questiona-se a ciência através do cepticismo cientifico que pode pôr em causa teórica e empiricamente as pesquisas e resultados e que assume papel importante no evoluir das ciências..
      Galileu foi vitima não do negacionismo cientifico mas vitima do negacionismo puro e simples que queria proteger o dominio, s dogmas e interesses religiosos.
      Para mim o “negacionismo cientifico” está ao nível das “pseudo-ciências ” como a astrologia, e afins.

      • JgMenos says:

        Desde que se elevou à categoria de ciência matérias tão incertas como a sociologia, a psicologia e outras logias como a política, tudo é possível.

        • Paulo Marques says:

          Estás a confundir, isso foi a economia, onde se acerta bem menos.

  2. Filipe Bastos says:

    …um debate que pode e deve ser feito, mas que está minado pelo negacionismo, embrulhando, na mesma bola de neve, chalupas irresponsaveis e pessoas bem intencionadas…

    E como propõe fazer tal debate, João Mendes, se acena logo com o ‘negacionismo’ como se tivesse já a verdade definitiva?

    Como se define quem é chalupa e quem é bem intencionado? Basta espumar pela boca, ou basta discordar do establishment?

    Chamar a alguém ‘negacionista’ é como chamar-lhe herético. É contraproducente. Este termo nocivo tornou-se comum quando alguns começaram a questionar – questionar – o Holocausto. Por exemplo, o facto de só este holocausto, num mundo tão profícuo em holocaustos, ter direito a maiúscula.

    Questionar não é negar; e mesmo negar pode ser válido. Sobretudo quando tantos governos fizeram tanta asneira.

    • Paulo Marques says:

      Há alguma coisa a discutir com quem duvide da existência de uma pandemia e das alterações climáticas?

    • Filipe Bastos says:

      Desde que expressem tal dúvida de forma racional e civilizada, qual o problema? É mais difícil debater, por exemplo, com direitistas que rejeitam a solidariedade ou o bem comum.

      Para pandemias e alterações climáticas há a ciência; mas não há números ou gráficos que levem uma pessoa a ser decente.

      • Paulo Marques says:

        Perda de tempo; já vamos em 3 décadas perdidas, e nada se vai fazer nesta, enquanto a temperatura sobe com todos os efeitos e custos que daí advém já ontem.
        E perda de credibilidade dos estados, levando ao desejo de homens fortes que digam as coisas que as pessoas querem ouvir.


  3. Deve ser por isso que nos EUA, os únicos que se ergueram contra o vergonhoso passaporte-vacina, foram sectores da direita radical. Porque será????

  4. Luís Lavoura says:

    as medidas de confinamento […] são temporárias

    Está bem certo disso, João Mendes?

    António Costa diz que estamos no “novo normal”. Portanto, o confinamento, as máscaras e a interdição de certas atividades sócio-económicas são normais, segundo ele.

    Eu diria que há muita gente que já tomou o gosto ao “novo normal” e não quer que ele seja meramente temporário.

    • Paulo Marques says:

      Como resposta a uma pandemia, sim. Se levada a sério, como na Ásia, até salvam a economia.

    • Nascimento says:

      É tão claro que o que está em jogo é a “economia” e da Real…
      olhe a ” Asia/ China tão elogiada que é por um escriba babado! A ” Ásia / China”? Ui, tão bom.Famosa pela Dita (e vão três),e curiosamente tão benzinho agora.
      Até ver, ou será melhor dizer até á próxima?…Aquilo sim, são verdadeiros paraísos onde os ” amanhãs cantam”!
      Nós? Ora…

      • Paulo Marques says:

        Não precisa de se fique pelo estado genocida, pode escolher as ditaduras da Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão, e provavelmente outras.
        Nós? Ora, vamos pondo paliativos aqui e ali, e nem a economia, nem a saúde, e nem a democracia resistem. Mas o ontem que cantava resiste.

        • Nascimento says:

          O chip sai já a seguir…e com aplauso dos “democratas” de Passaporte na mãozinha!

  5. Luís Lavoura says:

    Resta saber como é que se define “extrema direita”. Trata-se de um conceito muito lato e indefinido. Conheço gente para quem até o liberalismo é uma forma de extrema direita.
    Temos portanto que neste post se faz a confluência de duas tendências, o “negacionismo” e a “extrema direita”, ambas elas muito mal definidas.

    • Paulo Marques says:

      O liberalismo que nada tem contra trabalhadores mijarem numa garrafa a bem dum lucro inimaginável a parquear no Panamá não é extremado?

  6. esteves, ayres says:

    Alguém acredita neste jornalismo… A não ser todos aqueles que tem interesses económicos e políticos, como esta acontecer no burgo… A comunicação social, na sua maioria, esta ao lado do poder politico – esteve sempre com os sucessivos governos!!! Vejamos: Os partidos existentes na assembleia da república foram todos levados ao colo por este tipo de jornalismo… Voltarei mais tarde ao assunto…