Na imagem temos o icónico Black Hawk UH-60, protagonista maior da força aérea norte-americana e de várias produções hollywoodescas, fabricado pela Sikorsky, subsidiária da Lockheed Martin, uma das maiores empresas mundiais de armamento e uma das grandes vencedoras de 20 anos de ocupação do Afeganistão. Feito que, de resto, se repete em todas as guerras e invasões provocadas por EUA & friends. O custo unitário deste helicóptero de guerra ronda os 6 milhões de dólares, mas pode variar em função dos extras, como vidros fumados, jantes de liga leve ou mísseis Hellfire.
A Lockheed Martin, liberalíssima, não descrimina na hora de vender os seus poderosos Black Hawk, de maneira que podemos encontrar exemplares da espécie em paragens tão distintas como a Suécia ou a Arábia Saudita, a Áustria ou a Albânia. E agora, com a saída apressada e em cima do joelho das forças que ocuparam o Afeganistão durante duas décadas, deixando para trás todo o tipo de material bélico, os Taliban passaram a ser proprietários de mais de 150 aeronaves, entre as quais três Black Hawk, drones ScanEagle e A-29s Super Tucano, para não falar nas dezenas de MRAPs e nos milhares de Humvee M1151 blindados.
Lembram-se dos Taliban antes da invasão? Com os seus trapinhos, as suas velhinhas AK-47 e as suas carrinhas de caixa aberta a cair de podres? Pois bem, 20 anos depois, os fundamentalistas religiosos viram-se livres das forças de ocupação, tomaram o país sem oposição, recomeçaram o terror onde o deixaram e têm hoje uma força aérea moderna, milhares de veículos de guerra terrestres, centenas de mísseis Hellfire e Stinger, milhares de carabinas, lança-granadas, snipers, capacetes com óculos de night vision, coletes à prova de bala, uniformes camuflados e inúmeros outros equipamentos que fariam de Tancos uma dupla anedota. E tudo isto financiado pelos contribuintes norte-americanos, que nem uma amostra de SNS têm, onde 40 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza.
What a great time for democracy!
Bom, ter, têm, não têm é a logística e conhecimento para o ter operacional. Não podem exactamente encomendar peças e manual na Amazon, mesmo a munição não anda no mercado negro.
Ainda sobrará alguma coisa, dependendo da veracidade de quanto foi sabotado, principalmente do equipamento individual, mas é menos útil do que parece.
Já o resto, hmmm, pois.
De manhã, quando vi o post, tive a mesma perceção.
O material pesado, se fosse de antes da era das eletrónicas, talvez ainda operasse uns tempos. Depois começava o problema da manutenção e das peças sobresselentes.
Atualmente, duvido que esse mesmo material opere sem o necessário software, códigos, etc. e que, inclusivamente, não possa ser controlado (e sabotado…) à distância.
Parte do material mais leve pode, eventualmente, continuar a ser útil. Mas será de pouca importância.
Mas sim, foi pago, e bem pago, pelos contribuintes sem direito a SNS e, muitos, a viver abaixo do limiar da pobreza.
Repete comigo, os impostos não financiam os gastos, ou as dívidas públicas tinham parado de subir à muito.
Sim, mas o dinheiro é um bem fungível…e a dívida poderia ser aplicada noutras coisas…
Pode, mas também pode haver mais. Ou nem se imitar e simplesmente financiar a coisa.
Independentemente de ser um desperdício de recursos reais, vidas, emissões e por aí, e de aumentar o receio de qual é o próximo alvo, nunca impediu o M4A, foram escolhas.
imitar => emitir
As teclas nem estão ao lado.
Não faltará que lhes arranje as peças em falta.
Oh meu, tu bota democracia nisso… Utilidade? Ora, ora… Para que servirão 22.000 jeeps, 42.000 camiões 4×4, 6.400 metralhadoras, 162.000 rádios portáteis, 634 blindados ligeiros, 126.000 pistolas, 176 peças de artilharia, 33 helicópetros pesados MI-17, 33 blackhawk, 50 aviões ligeiros, etc? Para nada evidentemente!!!!
Os talibãs ficaram “revoltados e desiludidos” depois de descobrirem que os Estados Unidos tinham deixado helicópteros e aviões militares inoperáveis, antes da sua partida de Cabul, no Afeganistão, avança o ‘Daily Mail’.
As tropas americanas ‘desmilitarizaram’ 73 aeronaves antes da sua partida esta semana, de acordo com o comandante da missão de evacuação dos Estados Unidos, general Frank McKenzie.
Bem podem limpar as mãos à parede com o material que lá ficou.
Deixaram as espingardas, mas levaram as culatras…
Os americanos poderão ter ‘desmilitarizado’ o material que eles próprios deixaram para trás.
O material que pertencia ao exercito afegão deve ter sido mantido operacional.
Certo, mas continua sem peças. Na areia, onde já tinha problemas.
Nada mais justo, o exército afegão cometeu-lhes os destinos do país.
Estou certo de que não vão invadir nenhum vizinho.
Podem “exportar a revolução” para aquelas antigas republicas soviéticas.
Pois não.
Acho que vão apenas invadir-se a eles mesmos.
Estes Talibãs têm ar de ser muito sofisticados. Muito originais. E têm de estar sempre em movimento.
A paz aborrece-os. São feitios!
E está muito preocupado com algum deles? Só se for com o cliente do KGB.
Um título bem esgalhado, um post lúcido.
A Lockheed facturou no ano passado 55 mil milhões de euros, o que equivale a mais de 1/4 do PIB português.
Quase tudo provém do governo americano, do qual é o maior fornecedor. Todos os maiores fornecedores estão ligados à defesa e ao armamento, muito acima da saúde e outras áreas:
https://about.bgov.com/news/these-are-the-top-10-government-contractors/
O mundo está repleto de regimes atrozes, incluindo os Taliban. Nenhum deles é tão perigoso como os EUA. Este país-cancro não hesitará um segundo a destruir tudo e todos se ganhar algo com isso; e ao contrário dos outros tem como fazê-lo.