Pelo embargo total à Federação Russa – O Equilíbrio do Terror #11

Putin invadiu a Ucrânia, ameaçou todos os membros da NATO, ameaçou a Finlândia e a Suécia, a quem violou o espaço aéreo, ameaçou dar início a uma guerra nuclear e, ontem, atacou a maior central nuclear da Europa, na cidade ucraniana de Enerhodar. A par disto, a agressão continua, imparável, e a determinação do exército e da guerrilha urbana ucraniana pouco pode contra a poderosa máquina de guerra russa. Continuam a morrer civis, a ser destruídas infra-estruturas essenciais, a ser arrasadas zonas habitacionais, e existem até relatos da entrada, em território ucraniano, de bombas termobáricas, proibidas pela convenção de Genebra. E sim, eu sei que os EUA também usaram a MOAB no Afeganistão. Mas este texto não é sobre o Afeganistão, da mesma maneira que os muitos textos que escrevi sobre o Afeganistão não eram sobre a invasão da Ossétia, da Abecásia ou da Crimeia.

Perante este cenário, em que Putin estica a corda e as democracias liberais vão respondendo com sanções, que têm o seu nível de eficácia, mas não param o monstro, é fundamental que se esgotem, imediatamente, todas as alternativas ao conflito armado entre a NATO e a Federação. A oligarquia russa, bem como a economia, que controlam, estão já sob ataque cerrado. Mas é preciso ir mais longe. É preciso avançar para um embargo total do país. Um embargo que não poupe um único sector. Que feche todos os espaços aéreos sem excepções. Que proíba todas as trocas comerciais com o país. Que se estenda a quem financiar o esforço de guerra russo e a quem lhe vende armas. Que congele todos os bens, de todos os oligarcas, empresas e organizações russas no nosso território, incluindo os paraísos fiscais detidos por Estados europeus nas Caraíbas. Que encerre inclusive todas as missões diplomáticas no país. Putin, querendo falar connosco, que pegue no telefone ou que o faça através da ONU.

Sim, isto terá custos. Penalizará duramente as nossas economias e a nossa qualidade de vida. Levará a falências e a destruição de postos de trabalho. É o preço a pagar para defendermos o nosso modo de vida, a nossa civilização, que não é a civilização de Putin. E sim, isto atingirá cidadãos russos, pessoas normais como nós, que não têm culpa de ter o presidente que têm. Lamento a frieza, mas são danos colaterais, e os danos colaterais fazem parte de qualquer guerra. Não existem soluções fáceis, nem amanhãs que cantam, quando um tirano nos aponta um míssil nuclear. Existe, isso sim, uma ameaça real, que todos os dias cresce um pouco mais, à medida que Putin ocupa a Ucrânia e ameaça os seus vizinhos. Não podemos ter qualquer laço, de qualquer natureza, com um regime destes, sob pena de o legitimar, como fizemos ao longo de duas décadas. Devemos avançar para um embargo total da Federação Russa, já, e sem qualquer tipo de hesitações.

Comments

  1. balio says:

    ontem, atacou a maior central nuclear da Europa, na cidade ucraniana de Enerhodar

    Como sabe?

    Não convém acreditar em tudo o que se ouve nas notícias, quando há uma guerra.

    Certo, certo, é que houve um incêndio nessa central nuclear, e que a Ucrânia acusou a Rússia de ter ateado esse incêndio. Agora, se é verdade que a Rússia o ateou, isso não sabemos.

    • POIS! says:

      Pois.

      O que eu ouvi dizer é que estava a decorrer um baile de quinta-feira de cinzas e não deixaram entrar os russos. Depois puseram a música muito alto e os russos ficaram ainda mais chateados.

      Depois veio o incêndio, mas desconfia-se. Os reposteiros eram muito inflamáveis.

    • esteves aires says:

      Ficamos a saber que a Rússia de Putin é social-imperialista, e a Ucrânia de Zelensky, é de um político, actor, roteirista, comediante e produtor/director cinematográfico (com algumas ligações aos hitlerianos, e que pretende entrar na NATO e UE imperialista!!!