
Noticiou ontem o Público que França, Alemanha, Itália, República Checa, Eslováquia, Espanha, Croácia, Finlândia, Áustria e Bulgária venderam armamento e equipamento militar à Federação Russa nos últimos oito anos, após a invasão e anexação da Crimeia. Fun fact: a UE decretou um embargo de venda de armas e similares ao regime de Putin, em Junho de 2014. Não faz mal. Acena e sorri. Se questionares estás a fazer propaganda pró-Putin.
No texto do implacável embargo da intransigente União podemos ler o seguinte: é proibida a venda, fornecimento, transferência ou exportação directa ou indirecta de armas e material conexo de todos os tipos, incluindo armas e munições, veículos e equipamento militar, equipamento paramilitar e respectivas peças sobressalentes, para a Rússia por nacionais dos Estados-membros ou a partir dos territórios dos Estados-membros ou utilizando navios ou aviões que usem a sua bandeira, quer sejam ou não originários dos seus territórios”. E então, que fazer? Simples: arranja-se uma lacuna na lei – tantos advogados em part-time nos Parlamentos europeus têm que servir para alguma coisa – e decreta-se um regime excepcional de coiso. Sim, de coiso. Mas podemos chamar-lhe filhadaputice, se preferirem.
Vejamos o exemplo da França, o maior exportador. Desde a anexação da Crimeia, o país passou uma factura superior a 150 milhões de euros, vendendo ao Kremlin vários equipamentos que estão agora a ser usados para chacinar ucranianos, sejam mísseis ou câmaras térmicas. Os principais exportadores são a Thales e a Safran, cujo principal accionista é o governo francês. Existe inclusive registo de exportação de armas químicas para o regime russo. A lista continua, Alemanha e Itália completam o pódio, há armas, munições e blindados na equação, sangue ucraniano no asfalto e por aqui me fico, que já estou a abusar na propaganda pró-Putin.
Não foi só na energia, no futebol, na banca, na indústria alimentar ou automóvel que o Ocidente se vendeu a este e a outros regimes absolutos. Até alguns dos instrumentos de repressão foram por nós fornecidos. Mas o que é que é isso, comparado com um perigosíssimo comunicado do PCP?
Nada de novo na frente Ocidental. A russaria é horrível, mas o seu petróleo, gás e outros produtos são muito bons para o establishment. Até os talibans sabem muito bem que é assim. Money makes the world go round….
Já ontem aqui insisti repetidamente na necessidade de investigar a participação do Bloco e do Podemos nesta sinistra operaçâo de armamento do Putin.
Com efeito, a mim contaram-me uma versão muito diferente desta história, constante de páginas tão secretas, tão secretas, que ninguém sabia sequer que existiam.
Foi a sinistra Internacional Próputin que comprou essas armas, recorrendo a operações de “crowdfunding” feita por militantes esquerdeiros, porque essa malta sabe muito de informática e telemóveis.
Disfarçados de liberais cotrimtintinianos, encomendaram as armas dizendo que se destinavam à prática do tiro aos patos, atividade muito popular na Rússia.
Alguns países liberais, como a Alemanha, a República Checa e a Eslováquia, denunciaram vigorosamente a operação, mas ninguém os ouviu.
Muitos diziam que não fazia mal, porque o Putin nunca usaria tais armas e que era mauzinho, mas só lá para os russos.
A UE já pediu firmemente a devolução das armas, o que Putin tem feito, embora a contragosto e sempre com estrondo.
Aqui do deserto, onde estou cada vez melhor acompanhado, manifesto o meu inteiro acordo com o que li.
Ainda bem que há neste blogue alguém que reparou neste título do Público, colocado, por modéstia, na primeira página a contar da zero.
É que há aqueles a quem não escapa uma, desde desabafos de toucador do “Cabeça de Ovo Cozido” norte-coreano, a conspirações de tenebrosas Internacionais da extrema-esquerda ou ainda a comunicados esquerdeiros de mil novecentos e carqueja a falar de acontecimentos de anteontem.
Surpreendentemente, não viram a notícia. talvez porque não esteja suficientemente destacada. Realmente, fica assim um tanto perdida no meio das fotos.
Ou talvez porque noites mal dormidas na “web” à caça de conspirações esquerdeiras os deixe com a vista turva.
A culpa é da extrema-esquerda. Li por aqui ontem.
Pois é! A malta é que não vê.
Aqui ao deserto, embora haja a vantagem do ar puro e da companhia de gente interessante, custam muito a chegar as notícias.
Lá na urbe liberalesca há bons computadores e smartphones topo de gama e coiso. Por isso é que eles descobrem as verdades muito depressa.
E da Auchan e Nestlé, não se esqueça.
Era tão bom para o emprego…
Hei! Menos!
Acorde, carago!
Tá a ver? Vosselência emborcou uma de verde ao almoço e agora está a delirar merdas sem nexo!
… e para o estado social….
Eh, pá!
A coisa é grave! O Menos já responde ao Menos a acrescentar o que diz o Menos!
Só falta mesmo o Menos entrar na conversa!
Foi o que venderam os Durões e Blairs dos nossos valores. Como é que correu?
Resumindo e concluindo: Como o povo diz: “A culpa não morre solteira.” E não se façam de parvos.