A quebra eleitoral do Bloco de Esquerda: factos

Roubei e adaptei este gráfico ao Pedro Magalhães: dá-nos a tendência das sondagens (neste caso relativas a BE, PCP e CDS) desde Janeiro de 2010. A seta coloquei-a no último pico favorável ao BE; a partir de finais do ano passado foi sempre a descer.

As sondagens valem o que valem (mas no caso do BE até valeram mais do que isso).

A quebra do Bloco de Esquerda e o início da pré-campanha de Manuel Alegre, feita de braço dado com o PS de José Sócrates, é pelo menos uma coincidência, que me parece significativa.

Más companhias…

Actualizando: o Pedro Magalhães teve a amabilidade e curiosidade de ampliar o gráfico de forma correcta, e substituí a mera ampliação gráfica pela sua. “A linha vertical é Novembro de 2010, início aproximado do declínio de Manuel Alegre nas sondagens para as presidenciais.” – fim de citação.

Comments

  1. Pedro M says:

    O Bloco atomizou o seu eleitorado nestas eleições por tudo quanto é lado mas ele está aí à espera se o apoio ao partido significar a criação de um pólo de atracção à esquerda, especialmente se funcionar como incentivo para a mesma tendência no PS (como o demonstraram as eleições de 2009).

    Mas para alcançar o seu potencial tem que existir um relançamento bem drástico do partido que não entanto não seja de tabula rasa, e isso só se faz discutindo e não por reacções imediatas a resultados eleitorais.

    O maior crescimento só pode acontecer com o tirar partido de um definhamento do PS no centro (que é previsível, uma vez que assinou este programa de governo e atravessa uma crise ideológica) e colaboração somente pontual com o PCP.
    O espaço deve ser sempre este com total ausência de oscilação, a fonte de todos os seus males.
    É possível ser consistente com a ideologia e manter o diálogo com todos os intervenientes políticos.

    No fundo o BE tem que se tornar naquilo que o PS foi em tempos nos anos 80- um baluarte da esquerda democrática que quer governar e não somente ser “alternativa”, e isto só acontece com uma reformulação bastante grande da sua postura. E tem que voltar a conquistar jovens para a política em vez de os perder para a emigração e o “fogo de vista” do PS- protestou-se há anos contra as propinas, o que preocupa os universitários agora?

    Nisto o BE tem muito a aprender com o CDS.
    O sucesso de Paulo Portas na sua comunicação transversal à sociedade é tão eficaz que pode facilmente ter apoiantes nas feiras e mercados municipais enquanto aniquila os mesmos idosos e RSI na AR; recolher apoios da Polícia no parlamento e depois ignorar as suas dificuldades laborais e não aparecer em protestos para os quais é convidado e pôr os agricultores a bater-lhe palmas enquanto defende programas que excluem os produtores familiares.

    Está na altura de um make-over, e se isso soar a algo superficial e desnecessário espero que haja conformismo para aceitar uns eternos 5%, tal como o PCP encontra consolo nos seus eternos 8%.

  2. Bernardes says:

    E quando é que alguém analisa o resultado do PAN? Sempre são 50000 votos, e alguns devem ter vindo do BE.

Trackbacks

  1. […] João José Cardoso e o Pedro Magalhães tornam o debate mais esclarecedor. Com números, gráficos e comentários mais assertivos do que o cantar de qualquer um dos três tristes tigres citados acima. É ler nas postas e ver já de seguida: […]

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