Que a Europa é composta por países, culturas e mentalidades muitos diversas, é coisa que não me oferece dúvidas.
Na Islândia mobilizam-se cidadãos e constituem-se comissões capazes de fazer o que por cá é impensável: julgar um ex-primeiro ministro por má governação.
A lei portuguesa também o permite, mas o “sistema” nem por isso, seria que necessário que os portugueses passassem -para si mesmos e para quem os “representa”- de eleitores a cidadãos.
Mas isso, visto daqui, parece mera utopia, um pouco como se este planeta fosse um e a Islândia outro. E no entanto…
A distância de Portugal para Islandia é de 2930 Kilometers ou 1821 Milhas. Um voo normal entre portugal, e islandia terá um tempo de viagem de cerca de 4 horas. Isto assume uma velocidade média de voo para um avião comercial de 500 mph, o que é equivalente a 805 km/h ou 434 nós. O seu tempo exacto pode variar dependendo da velocidade do vento.
Cá devíamos fazer o mesmo, para servir de exemplo para os restantes!
Mas como iniciar o processo? Não se iria tal processo se transformar numa luta de Clubismo quase como se de futebol tivéssemos a falar?
Que é necessário fazer qualquer coisa, não tenho dúvidas.
Digo isto, porque, noutros tempos, há mais de 30 anos, o Tribunal de Contas (TC) andava a perseguir uma pessoa das minhas relações, por que o pai, então já falecido, tinha sido mesário numa Misericórdia (que não a de Lisboa), em regime de voluntariado, onde tinha autorizado o pagamento de honorários a um médico, então a trabalhar para o Estado em “dedicação exclusiva”, mas que, indevidamente, trabalhava também no hospital dessa Misericórdia, onde recebia proveitos ilegitimamente.
Por isso, o TC, andava a tentar reaver o dinheiro do filho, por que não conseguiu fazê-lo junto dos herdeiros do médico, entretanto também falecido.
Isto era assim antigamente e pareceu-me e parece-me errado.
Mas, agora, o que se vê? Vê-se o Dr. Oliveira Martins, militante destacado do PS, presidente daquele importantíssimo Tribunal, vir de imediato à TV explicar que Portugal ainda não está em recessão, diferente do que um dia antes tinha afirmado, no princípio deste ano, o governador do BP.
Pode o presidente do TC fazer isso? Não, não pode! Pode o TC perseguir quem gastou o que não era seu, sem estar mandatado para isso? Pode e deve! Nos moldes em que fazia no passado? Não!
Mas alguns desses gastadores, dos dinheiros do povo (que não deles), deveriam ir para a cadeia? Deviam. Era justo, penso eu. E pensa muito boa gente.
Os nossos políticos nunca irão nisso. Não têm a verticalidade suficiente. A mantra é que decisões políticas não podem ser passiveis de ser julgadas em tribunal. Como em Portugal até ser porteiro é um cargo de nomeação política conclui-se que toda a administração pública é inimputável.
É engraçado porque há inúmeros exemplos de negligência criminosa mas mesmo assim não encontramos nenhum partido com assento no parlamento que defenda tal coisa. É qq coisa que dá que pensar.
Tem toda a razão o Guerreiro: parece que nenhum dos partidos está interessado em perseguir este tipo de crime. E depois queixam-se, os políticos, de que o povo os considera, a todos, iguais. De facto, não se percebe isto…
mas a islândia fica mesmo noutro planeta.
salvo raras excepções, e uma delas é o ex-primeiro ministro, as pessoas não têm apelido de família, transmissivel de geração em geração.
embora tenham apelido, esse resulta da junção de “sson” , para os homens , ou “dottir” , nas mulheres, ao nome próprio do pai. assim o apelido varia de geração para geração, conforme com o nome prórprio do pai
afinal os islandeses que vivem na ilha ainda são menos que os vontantes no pc em portugal e portanto não necessitam de um apelido para os identicar e às respectivas famílias.
à parte esta singualridade, e ainda o facto de não existirem florestas nem comboios na islândia, não consigo entender muito bem o seu post , quando apenas é dirijido a portugal e nesta altura. então você só agora é que se lembrou disto, e na sequência desta crise que a todos abalou e levou a cometer erros?
o julgamento político dos governantes tem sido feito nas urnas de voto.
cc,
“seria que necessário que os portugueses passassem -para si mesmos e para quem os “representa”- de eleitores a cidadãos” digo eu no post.
O “julgamento nas urnas” é um mero instrumento de legitimação do próximo vencedor
Vergonhoso este post e esta ideia que já vi também noutros sítios.
Quando o provérbio “casa onde não há pão todos ralham e ninguem tem razão” se aplica aos países é verdadeiramente assustador. Nesse vosso país eu deveria também ir presa (quiçá sem julgamento para não perder tempo) dado que apoiei com o meu voto o malfeitor.