O sábio aponta a Lua, o idiota olha o dedo!

A dívida do Estado de que Sócrates nunca fala, é um dos factores que mais entorpece o desenvolvimento da economia. Desde logo porque uma parte significativa da riqueza criada vai para fora à conta dos juros; depois porque as taxas praticadas são cada vez maiores e os empréstimos são obtidos em condições muito desvantajosas; e os investimentos em que esses empréstimos são aplicados, muito raramente têm o retorno que possibilite o pagamento atempado.

Claro que nada disto interessa se o objectivo for fazer betão para alimentar a máquina das construtoras e dos bancos. As parcerias Público/Privadas são contratos onde o Estado reserva para si todos os riscos, com compromissos leoninos que admitem toda a sorte de negociações, rearranjos e golpes com vista a favorecer as empresas do regime.

Quando todos os economistas que não precisam do Estado para viver, indicam o precípicio para onde o país caminha, Sócrates vem-nos dizer que as gerações futuras não nos perdoariam se não fizéssemos hoje, as obras. Não diz que as gerações futuras nem sequer cá estão para saberem que vão pagar com o que não têm. Uma economia que gere riqueza! E sem riqueza vão pagar com o desemprego, com o nível de vida, com o atraso do país, como está aí à vista de todos, após décadas de investimentos públicos!

Porque pedir emprestado dinheiro lá fora e depois dar à manivela das betoneiras, todos fazem, é simples e fácil, dificil, seria pôr o tecido empresarial a produzir bens e serviços transaccionáveis que se exportam, que substituem importações. Isso é que teria mérito!

Comments

  1. Nuno Castelo-Branco says:

    Mas como poderemos nós sair desta armadilha?

  2. Luis Moreira says:

    Saímos se deixarem de engordar o Estado, se deixarem de “absorver” as mais-valias da riqueza produzida com as empresas públicas e as do regime (banca…) , se orientarmos a economia para as PMEs que representam 90% do emprego,70% do PIB e 60% das exportações…
    É nas PMEs a produzir bens e serviços exportáveis e que substituam importações que está a chave. Mas claro, são 300 000 empresas não dá para andar a passear pela bolsa de NY ou fazer negócios no Brazil, ou no Mar do Norte. É preciso trabalhar no duro!