Novo quadro de Van Goghe descoberto. Que melhor paternidade ?
O PAI NA FAMILIA E NA SOCIEDADE
O DIA DO PAI ……………….
A pedido do meu amigo Luis Moreira, escrevi um texto sobre o dia da mulher. Agora a iniciativa é minha e sou eu que faço um desafio a todos os colaboradores do blog, para escreverem não sobre o dia do Pai……, mas do “PAI”.
Lançado o repto cabe-me a responsabilidade de ser o primeiro a aceitá-lo e assim, aí vai o meu “Aventar” sobre o tema:
A palavra “PAI”, para além das conotações espirituais/religiosas, foi sempre associada à raiz da árvore da família, no que se entende como o pilar da segurança, do sustento, do crescimento, do amadurecimento, do esplendor, da verticalidade, da independência e da “solidão”.
Confina-se assim a figura do “PAI” à protecção da família no sentido restrito “FILHOS”.
A evolução técnica/económica/social, que se verificou ao longo dos tempos, em nada alterou o conceito básico atrás referido. A diferença está na prática do conceito que nos dias de hoje, mais do que nunca, depende do estádio sócio/cultural onde se nasce e vive.
É urgente que o “PAI” assuma outra postura que é a de para além de continuar a ser a raiz da árvore, se comporte e ensine os filhos a fazer parte de uma sociedade “NOVA” onde se aprende a conviver, respeitando o direito á diferença das outras árvores, na floresta onde vivemos, por forma a alcançar o objectivo comum do bem estar e da “PAZ” para todos.
Luis Rocha
Este é o apelo que faço aos pais de hoje, tão bem expresso no poema de “Pablo Neruda” que a seguir transcrevo:
O Pai
Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois… Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar… E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.
Escutarei de noite as tuas palavras:
… menino, meu menino…
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda, in “Crepusculário”
Tradução de Rui Lage
A sua arvore já tem bons frutos, ela foi plantada no meio do respeito e amor, os filhos ,netos e bisnetos sempre seguirá seu exemplo.