Israel e Palestina, quem tem direito a quê?

O tema quente do momento é, sem dúvida e mais uma vez, a questão israelo-palestiniana. Nos últimos dias tenho visto afirmações e posições que não julgava possíveis, havendo muito quem advogue o extermínio, puro e simples, do opositor. Sem pretender fazer uma sondagem (essas, quando são sérias, não são feitas por blogues) convido os leitores, que tão veementemente se manifestam em todo o lado, a responder às seguintes questões:

1- Acha que a Palestina tem o mesmo, ou menos, direito que Israel a ser um estado independente?

2- Acha que Israel tem o direito de impedir a efectivação do estado palestino?

3- Acha que a Palestina tem o direito de pedir o fim do estado israelita?

4- Acha um dos opositores mais culpado do que o outro no quadro da situação actual?

5- Porquê?

6- Como se sai deste impasse?

7- Qual o papel do resto do mundo na resolução do conflito?

Respondam às questões na caixa de comentários (a todas ou apenas às que quiserem), digam as vossas razões e tentem ser sérios intelectualmente, quanto mais não seja porque, a cada dia que passa, há vítimas civis de ambos os lados.

Comments

  1. S Maria says:

    Eu apoio a criação de um estado Palestino e não apenas a autodeterminação.
    Os Palestinianos têm tanto direito a ter um estado independente quanto os israelitas.
    Quando Israel foi fundado os Palestinianos já estavam na sua terra.
    Israel é um estado expansionista e contribui dessa forma para o aumento dos conflitos.
    Só se sai deste conflito quando a posição oficial dos EUA mudar e passarem a respeitar os direitos humanos.
    Parte dos extremismos e terrorismos actuais são fruto da situação entre a Palestina e Israel e do apoio incondicional do Ocidente a Israel
    Quando houver uma solução pacífica, esta virá sempre demasiado tarde.

  2. Frederico says:

    Qualquer território precisa de um Estado para o gerir e representar os seus cidadãos. O território onde existe a Palestina e onde foi criado o estado de Israel é gerido por um estado que apenas representa a população judia (está escrito na sua constituição). Como estado racista constroi muros para manter os não judeus aparte, nega-lhes o acesso á agua, mantém-nos no limiar da sobrevivência, expulsa-os das suas terras. Para mim a solução não é criar dois estados no mesmo território. É criar um só, democrático, com base no princípio “um homem um voto” que represente todos os cidadãos que ali vivem. Os Palestinianos sempre defenderem essa posição e agora assistimos a vários sectores judeus a concordarem com ela.

  3. De total acordo com S Maria. À alínea 1) eu diria qua Palestina tem mais direito. À alínea 2) eu diria, nunca. À alínea 3), com algumas reservas, eu diria que não. À alínea 4) eu diria que o maior se não o único culpado, a par dos EU e da Europa, é Israel. À alínea 5) responde o comentário de S Maria. À alínea 6) eu diria que é muito difícil porque não há vontade política dos imperialistas israelitas, americanos e europeus, que detêm o poder das armas e dos cifrões. À alínea 7) eu diria, denunciar, denunciar, denunciar e…receber comentários insultuosos no Aventar.

  4. Frederico says:

    O papel do mundo é vergonhoso. Por parte dos americanos nada que não se esperasse. Israel vive dos seus subsídios e as campanhas dos presidentes americanos são pagas pelos judeus e peloas grandes petrolíferas. Israel faz o que quer porque o veto dos EUA dá cobertura a todas as barbaridades que cometem. É patetico ouvir o prémio nobel da “paz” (o homem mais bem informado do mundo) dizer que não condena o ataque aos barcos porque não tem informações. A Europa é mais subtil e mais rasteira porque pretensamente é culta. Então condena e por detráz vende armas a Israel. O Sarkozy é bem o exemplo do traficante de armas com punhos de renda.

  5. S Maria says:

    Tenho dúvidas de que a criação de um só estado com a fórmula “um homem, um voto” seja viável, mas no essencial estou de acordo com as pessoas que fizeram comentários. Vejo que ainda não apareceu ninguém a defender as posições reaccionárias que por aí se encontram. Será que é porque, quando as perguntas são postas de forma objectiva, ficam sem argumentos? Ou porque, desta forma, o insulto fácil resulta menos?

  6. Trata-se de mais um crime ignominioso em cima da rotineira, brutal, cruel e sistemática violação dos direitos humanos desde há décadas em territórios ocupados. Inaudito terrorismo de Estado e de pirataria em águas internacionais, esta pérfida acção bloqueia a cimento e aço toda e qualquer hipótese do entendimento que muitas pessoas sérias pensam ser possível, acredito, mas que pelo facto de serem sérias não deixam de ser ingénuas.

  7. Frederico says:

    S Maria. Eu apenas dei a minha opinião, mas admito que existirão muitas possibilidades se houver vontade política de viver em paz. O problema é que o sionismo precisa da guerra para se manter. Sem ela morre. Quem imaginaria há alguns anos que o regime do aparteid podia cair? Na palestina as mudanças vão ser muito rápidas e o desespero dos sionistas é um sinal disso. Em poucos anos a população Arabe de Israel vai ultrapassar em número a Judia. E depois será como na Africa do Sul _ os brancos que quiseram ficar ficaram.

  8. Caro S Maria penso que o mais fácil argumento é o insulto. Já devem ter reparado que nestes comentários o insulto vem logo à cabeça, ab initio. Insultos soeses ou menos soeses como chamar esquerdóides e ignorantes a todos os que não se enquadram na sua forma de ver as coisas. Esta palavra nem sequer é um insulto propriamente dito, mas é um rótulo muito reles colado a pessoas, por vezes, a quem essa gente nem aos calcanhares chega (não me refiro a mim, obviamente). A mim, já me chamaram demente, tolo, microcéfalo e ignorante balofo.

  9. Pedro says:

    Eu enquanto “patrocinador do inquérito”, digamos assim, vou abster-me de dar a minha opinião ( que de resto está bem expressa em posts e comentários no Aventar ) mas convido pessoas com opiniões contrárias a manisfestarem-se. É, de facto, estranho não defenderem as suas posições aqui respondendo a algumas destas questões.

  10. Luís Moreira says:

    Pedro, há muito que há um consenso generalizado. Um território ,dois estados com Jerusalém como capital. Israel tem direito à existência pacifica e a Palestina tambem. Há muito que penso assim e não chamo assassínio a ninguem nem ofendo ninguem. A maioria das pessoas destila veneno ideológico, não por razões de sofrimento dos povos mas por verem o mundo a preto e branco. Vê a simples descrição do que poderá ser uma versão muito próxima dos factos e como me chamam quase tudo. Não ouves nem lês isso vindo de mim. Quem se coloca aqui a destilar veneno e a tratar mal quem não pensa como eles, não o faz por razões humanitárias. São razões ideológicas que estão por tráz das ofensas.

  11. Frederico says:

    Ó Luis. Dois estados com mesma capital? E dois governos, dois parlamentos, dois exércitos, duas policias, duas EDPs, etc, etc? Não faz sentido nenhum. No fundo isso é admitir que a paz é impossível e que as duas comunidades têm que viver separadamente!

    • Luís Moreira says:

      Não, Frederico. Um Estado é uma nação juridicamente estruturada. Tudo o resto poderá ser comum. Nação é um povo socialmente formatado, nos seus costumes, direito conceptuinário, religião…
      É dificil? Pois é! Por isso é que há guerra. Mas a tua solução é melhor? deitar um dos povos ao mar?

  12. Frederico says:

    olha Luis. até agora as minhas opiniões foram apenas isso _ as minhas opiniões. e escrevi que para mim a solução é a democracia e a convivência entre as duas comunidades. e em todos os meus escritos estão as palavras liberdade, democracia, tolerância e convivência. estás a atribuir-me palavras que não escrevi e isso não é bonito. não tens argumentos e calunias-me. lamento imenso que não estejas ao nível da discussão

  13. Bem eu não sou dos que se anda a manifestar veementemente em todo o lado, mas mesmo assim atrevo-me a responder:

    1 – Tem. Mas antes de ser independente deve reconhecer o direito de Israel a existir e comprometer-se a respeitar as fronteiras. Deve também impedir o disparo de misseis, rocketes, foguetes, etc para dentro do território de Israel. O mesmo se aplica a Israel.

    2 – Tem, mas apenas se o estado palestiniano não aceitar o Estado de Israel e tiver como ideologia a do Hamas.

    3 – Não.

    4 – Sim.

    5 – Os palestinianos são os mais culpados pela actual situação. Digo isto porque sempre tiveram, e escolheram, lideranças que nunca trataram do bem estar do seu Povo. O problema começou logo entre 1948 e 1967 quando não fundaram o seu país ao lado de Israel, e depois quando apostaram tudo na OLP, e na sua politica de eliminar Israel do mapa. Isso foi desastroso para os palestinianos. Depois disso, quando queimaram os acordos de Oslo e quando preferiram o Hamas à Fatah. Têm o direito a escolher quem quiserem, mas as escolas têm consequências.

    6 – Defendo a doutrina de paz do Partido Kadima: criação de um estado palestiniano embrionário, nos territórios da Judeia e da Samaria, excluindo os que estão em volta das cidades de Ariel, Ma’ale Adumim, e Gush Etzion/Efrat. Ou seja, Israel devolve 90% e conserva 10%. Em troca o estado de Israel pode incorporar no Estado da Palestina zonas da Galileia habitadas maioritariamente por árabes. Isto para ser possível ter umas fronteiras equivalentes às de 1967. Para a Faixa de Gaza não ficar isolada dos territórios da Judeia e da Samaria, deve haver um túnel subterrâneo que ligue as 2 zonas. toda esta engenharia terá de ser feita por fases, e garantindo a segurança dos 2 lados, principalmente no diz respeito ás acções belicistas do Hamas… ou seja, paz mas com segurança. É mais complexo que isto, mas julgo que consegui dizer o essencial.

    7 – Não sei. O resto do mundo está em histeria com a morte de 9 pessoas, mas não abre a boca com mortes noutros conflitos. Por isso julgo que o resto do mundo não está a ser muito sério.

  14. Pedro says:

    Agradeço-lhe a resposta, Levy, e a clareza e elevação com que a dá (naturalmente que também agradeço as anteriores).
    Isso de se andar a manifestar veementemente é uma figura de estilo em que o escrevinhador cai, mas respostas como as aqui obtidas elevam o nível da discussão, em relação ao que tenho visto sobre o assunto neste e noutros locais.
    Convido outros leitores a exporem aqui as suas ideias.

  15. José says:

    Logo após a criação do estado Judaico, Israel foi atacado pela liga Árabe (Síria, Líbano, Jordânia, Egipto e Iraque). Desde então Israel luta pela sobrevivência legítima num meio árabe expansionista, fanático, intolerante. Os árabes deviam preocupar-se mais com o seu povo que vive na miséria económica, social e cultural canalizando o dinheiro do petróleo para o progresso e desenvolvimento, como fez Israel com o deserto.

    • Luís Moreira says:

      Os pecados são de ambas as partes, não há saída se não houver PAZ, se não devolverem a palavra aos povos. Há quem tenha muita dificuldade em perceber que a “democracia burguesa” seja a única saída. Esse é que é o nó . Afinal na europa não vivem já cá 50 milhões de Muçulmanos? claro que onde há dois homens há problemas potenciais, mas no essencial onde há melhor? este é que é o engulho de muita gente,

  16. Frederico says:

    Levy.Diga-me uma coisa _ túneis? partilhas de território? Você não acredita mesmo que Judeus e Arabes possam um dia viver juntos, como o fizéram antes de 1950?

    • Luís Moreira says:

      Eu acredito, Frederico, é a única saída para o problema. E o que tem que ser pode muito!

  17. Nasser says:

    José. Esse tipo de discurso é precisamente o que aqui não faz falta nenhuma. O anti-arabismo primário, ignorante e racista não leva a lado nenhum.

  18. @ 17 Frederico

    Acredito que é possível. E não vejo alternativa melhor em relação aquela que escrevi. Pode não ser muito boa, mas todas as outras são piores.

  19. José says:

    Para Nasser: é curioso que para as opiniões aqui colocadas anti-israel já não criticou o discurso. Que falta de imparcialidade.
    O meu discurso não é racista, por exemplo sou a favor de um estado palestiniano e ao direito dos povos árabes à sua relegião, cultura etc. A questão é que muitos países árabes, manipulados pelos seus dirigentes, fomentam a intolerância e a guerra religiosa (eu até sou ateu) como os católicos já o fizeram no passado.

  20. Frederico says:

    já assisti a muitas alterações políticas, grande parte consideradas como impossíveis de acontecer, e a transformação das atitudes nos períodos de mudança é surpreendente. Por isso acredito.

  21. Nasser says:

    Para José. O seu discurso agora já soa melhor. Postas as coisas como põe agora até concordo consigo.

  22. @ 15 Pedro

    Não não agradeça, eu é que lhe agradeço a si o facto de construtivamente ter colocado algumas das questões mais pertinentes em relação a este conflito, de forma estruturada, e de ter dado a possibilidade de todos exporem as suas ideias. Não se pode dizer que isto aconteça em todos os blogues. Chapelada por isso.

  23. ahmed says:

    O problema pode ser resolvida em só um dia obrigando Israel acabar com ocupação, mas os Americanos com Europa preferem administrar ou gerir o conflito, porque Israel foi criada como um estado Professional, empregado, operador de preocupação permanente para os árabes e para esgotar qualquer tentativa de impedir a união entre deles e para criar um inimigo novo de vez em quando, assim continuam a manter a industria de armas e dominar o petróleo…é uma vergonha mas este é a verdade.. Então a esperança no os homens honestos e livres do mundo e na mentalidade dos israelitas que trabalham muito bem para ser odiados. eu quero a paz mas a solução é a Resistência , Resistência, Resistência

  24. Não tenho dúvidas ahmed

  25. Vivi says:

    Esses comentários me ajudaram muito!Obrigada e agora sei como explicar no debate essas brigas e o que podemos fazer para isso acabar.Acho uma bobeira essa guerra entre eles.

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