Quando a realidade muda, a esquerda também tem de mudar.
Dicas para uma acção à esquerda
A tiro de obus!
Oportunamente distraídos pela plena e ininterrupta campanha eleitoral em que há muito se empenha Belém e pelos futebóis que se tornaram no principal esteio do cambaleante Esquema, os portugueses não podem imaginar o que os seus lídimos dirigentes preparam. Nem sequer já mencionando o nada estranho conluio que representa a “força de intervenção europeia” que ditará Golpes de Praga em ocasiões azadas pelo directório bruxelense, eis que surge uma clara e incontornável programação para o enfrentar de qualquer eventualidade.
Muito pela rama, um canal noticioso passou rapidamente uma peça, cujo tema versava a segurança interna do Estado. A má nova despercebidamente se desvanecerá nos sinais rádio enviados para o insondável abismo cósmico. No entanto, consiste num preocupante motivo de rápida reflexão por parte dos potenciais e evidentes alvos da securitária intenção: nós, o vulgo.
Rita Ferro, Isabel do Carmo e o Grupo Espírito Santo
O que há de comum nas vidas de Rita Ferro e de Isabel do Carmo? A resposta é espontânea e sonante: nada!
A escritora, lisboeta, é filha do ensaísta António Quadros e neta de António Ferro, intelectual e doutrinário do Estado Novo, fundador do célebre Secretariado de Propaganda Nacional salazarista.
A médica, hoje doutorada e professora da Faculdade de Medicina de Lisboa, natural do Barreiro, foi militante do PC, fundadora do PRP. Esteve detida em consequência de activismo de extrema – esquerda.
Entre as duas jamais existiu efectivamente algo em comum, o que justifica a resposta pronta e negativa à pergunta formulada. Todavia, analisados comportamentos recentes de Rita Ferro e Isabel do Carmo, infere-se que, erodido o passado, ambas convergem no presente em duras críticas a esse monstro económico-financeiro chamado Grupo Espírito Santo.
Vamos a factos. Rita Ferro, no jornal ‘Expresso’, edição de 12 de Junho, publicou o artigo “Carta aberta à família Espírito Santo”. Desanca forte e feio na família dos banqueiros. Assumindo ser “herdeira genética do salazarismo, mas penitente pelos efeitos do seu regime”, crítica com voracidade o Grupo Espírito Santo (GES), por este servir de retaguarda interesseira ao governo de Sócrates e ter a chancela nos principais consórcios financeiros devotados às grandes obras do executivo socialista – Auto-Estradas, TGV, Novo Aeroporto de Lisboa e 3.ª Travessia sobre o Tejo. Considera, pois, o GES plataforma relevante de suporte a estes investimentos em inoportunos prazos. E tece eloquente conclusão:
Ao contrário do vosso Grupo – e doutros, claro, mas com menos pergaminhos – não teremos a Suíça como abrigo quando a lâmina da bancarrota nos cortar a jugular…
Acerca da escritora, estamos falados. Deambulemos agora pelos argumentos de Isabel do Carmo, na edição de Junho de “Le Monde diplomatique”. Como médica e Directora do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Santa Maria, Isabel do Carmo desmistifica os topetes da insolente Isabel Vaz, engenheira química, gestora da Espírito Santo Saúde SA e do Hospital da Luz. Com base em entrevista da engenheira Vaz ao jornal “i” em 16 de Março, e a propósito do “emagrecimento” do Estado, a médica demonstra a falta de seriedade e de sensibilidade social da gestora do Hospital da Luz sobre o protocolo com a ADSE, quando a citada engenheira afirma:
O facto de a ADSE não ter plafond é desde logo uma vantagem
Mas, como isto não chegasse para se entender a prevalência de objectivos de ganância lucrativa sobre os direitos constitucionais de acesso a cuidados de saúde dos cidadãos, a engenheira Vaz, escrito preto no branco por Isabel do Carmo, ainda se arroja a outras afirmações reveladoras do espírito de usura:
O plafond dos seguros é em média de 20 a 25 mil euros. Se diagnosticarmos uma doença oncológica o seguro cobre em média 50%. Então mandamos para o hospital público de referência.
Respeito.
Conheci o João Távora num programa do Porto Canal sobre blogues em que participamos. Fiquei com uma imagem muito positiva da sua pessoa (como, aliás, dos dois outros membros do Corta-fitas). Uma pessoa bastante civilizada e moderada.
Por isso, não me espanta nem a decisão tomada pelo Corta-fitas nem tão pouco a posição assumida pelo João Távora. É uma atitude própria de “um senhor”, como se diz na minha terra.
Assim, saúdo-o a ele e ao colectivo por esta decisão.
Sobre o tema, é obrigatório ler ESTA POSTA.
Uma francesa imbecil
A directora de uma escola francesa proibiu um menino português de entrar com uma camisola da nossa selecção. É ler no Expresso, tal como a bela carta que o nosso embaixador em Paris endereçou ao miúdo.
Estranhará quem não conhece o chauvinismo gaulês, a forma como sempre desprezaram os nossos emigrantes, e o mau perder que a tantos caracteriza, cá e lá.
É um bom aviso para os que entre nós maltratam imigrantes, nomeadamente os brasileiros que espero fiquem cabisbaixos amanhã, esquecendo que cada vez mais os portugueses se tentam desenrascar emigrando e sujeitando-se a estas imbecilidades. A xenofobia é sobretudo uma imbecilidade, mas quando mete miúdos ao barulho ultrapassa a simples connerie e dá-nos vontade de ter a senhora pela frente para lhe despejar algumas frases da bela língua francesa, adivinhem quais.
É não perceber que o futebol é só um jogo, sobre o qual dizemos disparates, que nos faz explodir de alegria e conter de raiva, mas apenas e só um jogo.
O Mathis Araújo tem cinco anos. Está a aprender cedo, muito cedo, uma lição de vida sobre o estranho mundo dos adultos. Resta-me lamentar que a selecção francesa já tenha regressado a casa. Bem se podiam cruzar connosco: 7 a 0 ia ser pouco.
A não perder:
Liberatura, um novo blogue que promete e mais um filho desta casa que lança um projecto na blogosfera. A árvore cresceu e está a dar frutos.
escrevemos. qual o debate?

qual a utilidade da ciência para a arte de saber governar?
Eis a questão. E, como o poeta de Hamlet, não quero ficar na dúvida. Tenho por hábito enviar os textos que escrevemos, para comentários, às pessoas com as quais trabalho. Como as visões são heterogéneas, estes comentários também o são: uns propõem textos alternativos; outros dizem que ficam com novas ideias; há ainda os que nem respondem. Numa equipa de trabalho, é normal ser assim.
A polémica é pretexto para outros textos. Mas onde está o colega e o leitor? Será que eu escrevo apenas pelo prazer de escrever, com metáforas mais ou menos adequadas, com factos que permitem ideias novas, com ideias novas ou já muito manipuladas? Será que avanço? Em Portugal, não recebi mais do que recensões muito agradáveis ao meu ego. Mas, polémica nenhuma. Já em 1992, no meu livro “A religião como teoria da reprodução social”, fiz o primeiro desafio no Prefácio. Até hoje, silêncio. Silêncio ainda na 2ª edição da Fim do Século…
O Macário deu à costa…
O Presidente da Câmara de Faro, não está com aquelas, há aí uns meninos e umas meninas, funcionários, que abusam no tempo a tomar a bica. É uma espécie de recreio prolongado. Acabou! A partir de agora quem abusar pode levar com faltas injustificadas.
“Temos que respeitar os cidadãos, que às vezes estão ali em fila, à espera, e há alguem que está no café em vez de estar a trabalhar”. Dos 1030 funcionários a “maioria cumpre mas há umas dezenas que não o fazem”. A partir de agora deixa de haver pausa para tomar o café após as 10 horas e na parte da tarde não há direito a pausas.
Haja esperança, devagar, devagarinho quem cumpre começa a ver o mérito do seu trabalho reconhecido. E a disponibilidade! Entretanto, o delegado sindical, quer ouvir os trabalhadores para saber o que pensam das novas medidas e se o Presidente tem provas dos abusos!
Pois! Ainda pensei que era para dar uma medalha a quem defende “a maioria ” dos trabalhadores, mas não, é para manter o cafèzinho” e o recreio “à minoria” !
ADÃO CRUZ Um gesto de silêncio
III VOL.
Caros amigos
Acaba de ser editado o meu sétimo livro, o quarto de pintura e o terceiro deste conjunto de três, com o mesmo formato mas com subtítulos e cores diferentes.
O livro teve o apoio da Fundação Ilídio Pinho, da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e da Ordem dos Médicos.
Gostaria muito de o oferecer a todos os amigos, mas, como devem compreender, isso não é viável, pois são edições que ficam muito caras.
Se, eventualmente, o quiserem adquirir para vós mesmos ou para oferecer, o que muito prazer me dá, podem pedi-lo a edicoes.engenho@gmail.com
Como o livro não tem fins lucrativos, foi estabelecido o menor preço possível, de 30 euros.
Um grande abraço do amigo
Adão Cruz
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