A tectónica de placas

 

(pormenor- adao cruz)

Tenho novamente entre mãos o magnífico livro “O Espectáculo da Vida”, de Richard Dawkins. Diz-me a minha filha, da área das bioquímicas e das físicas, que este livro é dos mais fascinantes que já leu, e aconselha-o vivamente a todos os amigos. Concordo plenamente com ela, e, por isso, voltei a lê-lo. Mesmo relido, cada página é uma surpresa e um hino à sabedoria.

Claro que as pessoas especialistas nestes assuntos da evolução, poderão rir-se da minha ignorância e da minha surpresa perante factos e fenómenos que eles conhecem bem. Não são coisas da minha esfera científica. Mas eu não me importo. [Read more…]

Vuvuzelas, venham elas?

( Ou, Como Proceder Se o Seu Filho, de Repente, Lhe Pedir Uma Vuvuzela )

Se há desprazer que não me vejo dar a alguém, é o de me ouvirem vuvuzelar.

Amanhã, com a entrada em cena de Portugal, prevê-se um aumento exponencial do vuvuzelanço cá no rectângulo. Eu até vuvuzelaria com gosto se, vuvuzelando, fizesse música ou disso me aproximasse.

Mas não. A praga vuvuzeleira, comparo-a a um enxame de gafanhotos -sim, já assisti a pragas de gafanhotos- e eu não gafanhoto, por hábito e educação. Nunca gafanhotei, logo não vuvuzelo. Talvez vuvuzelasse, não fosse o vexame de gafanhotar. Se algum dia vuvuzelarei, ainda que a sós? Duvido, mas não garanto. Quem vuvuzela parece feliz, mesmo se para infelicidade dos outros.

Quem não concorda comigo, é o meu filho: -Não vuvuzelarás, disse-lhe eu alto e bom som quando me pediu uma vuvuzela, ainda por cima verde, vermelha e  amarela. -Não é justo, acusou ele, se todos vuvuzelam porque razão não vuvuzelo eu também? -Porque não, respondi o mais racionalmente possível. -Mas, pai, o meu sonho é ser vuvuzelista numa orquestra vuvuzelária, confessou o puto com o sonho de uma vida a desfazer-se e as lágrimas a rasgarem os olhos.

Felizmente salvou-me a irmã dele, que interveio dizendo: -Eu, se fosse presidente da câmara de Vouzela, já tinha um slogan para aumentar o turismo durante o Mundial – “Vouzela, terra livre de vuvuzelas”. Uma terra onde ninguém vuvuzelasse era um descanso.

-E pode-se ser presidente de uma câmara? perguntou o meu filho. -Claro, disse eu, qualquer um pode. -Ah, então, em vez de vuvuzelista, vou ser presidente da câmara de Lisboa. Ou do Porto.

Inquietei-me. Vuvuzelista ou vuvuzelador, ainda vá, agora presidente de câmara… Por estas e por outras é que esta juventude está perdida. Só querem coisas que dão cabo da paciência aos outros.

A quem serve a RTP pública?

Um estado em falência, cada vez mais endividado, com uma economia exígua e a decair, a primeira lição a tirar é que um Estado assim não é sustentável. Ouve-se que é preciso fechar Centros de Saúde e Escolas, despedir funcionários públicos, congelar concursos e progressões, mas ninguem ouve falar na RTP pública.

Ninguem ouve falar das centenas de milhões que o Orçamento Nacional todos os anos transfere para a RTP para que faça um serviço que pode ser feito por outros, imensamente mais barato. Há serviços públicos importantes que devem ser mantidos (RTP África, RTP internacional…) sem dúvida, mas esse tempo de antena pode ser comprado às televisões privadas. Sem custos fixos, sem megalomanias, sem pessoal a ser pago de forma milionária, sem estruturas caríssimas que custam milhões ao contribuinte.

Aumentam-se os impostos, acabam-se as SCUTS, diminuem-se as pensões, reduzem-se os subsídios, fecham-se escolas e Centros de Saúde desertificando o interior do país, tudo se lança mão para alimentar o monstro insaciável, mas cortá-lo no que não faz diferença nenhuma em termos de serviço, mas muito em termos de poupança, aí o governo e os políticos não mexem.

Será por causa dos telefonemas do gabinete do primeiro ministro a alinhar os telejornais? E será por isso que se pagam estes vencimentos?

– A directora-adjunta. Judite de Sousa, 14.720 euros.

– José Rodrigues dos Santos recebe como pivôt 14.644 euros por mês.

– O director-adjunto do Porto, Carlos Daniel aufere 10.188 euros brutos,
remunerações estas que não contemplam ajudas de custos, viaturas Audi
de serviço e mais o cartão de combustíveis Frota Galp.

De salientar que o Presidente da República recebe mensalmente o
salário ilíquido de 10.381 euros e o primeiro-ministro José Sócrates
recebe 7.786 euros

Outros escândalos:
– Director de Programas, José Fragoso: 12.836 euros
– Directora de Produção, Maria José Nunes: 10.594
– Pivôt João Adelino Faria: 9.736
– Director Financeiro, Teixeira de Bastos: 8.500
– Director de Compras, Pedro Reis: 5.200
– Director do Gabinete Institucional (?), Afonso Rato: 4.000
– Paulo Dentinho, jornalista: 5.330
– Rosa Veloso, jornalista: 3.984
– Ana Gaivotas, relações públicas: 3.984
– Rui Lagartinho, repórter: 2.530
– Rui Lopes da Silva, jornalista: 1900
– Isabel Damásio, jornalista: 2.450
– Patrícia Galo, jornalista: 2.846
– Maria João Gama, RTP Memória: 2.350
– Ana Fischer, ex-directora do pessoal: 5.800
– Margarida Neves de Sousa, jornalista: 2.393
– Helder Conduto, jornalista: 4.000
– Ana Ribeiro, jornalista: 2.950
– Marisa Garrido, directora de pessoal: 7.300
– Jacinto Godinho, jornalista: 4.100
– Patrícia Lucas, jornalista: 2.100
– Anabela Saint-Maurice: 2.800
– Jaime Fernandes, assessor da direcção: 6.162
– João Tomé de Carvalho, pivôt: 3.550
– António Simas, director de meios: 6.200
– Alexandre Simas, jornalista nos Açores: 4.800
– António Esteves Martins, jornalista em Bruxelas: 2.986 (sem ajudas)
– Margarida Metelo, jornalista: 3.200



SCUTs e Portagens

Hoje o JN dedica dois artigos de opinião ao tema. São ambos de leitura obrigatória:

Direito de Resistir (CAA)

Toca a pagar (RB)

Acresce esta notícia no Diário Económico

Os que não pagam (DE)

e dois blogues a desconversar: Deus e a Minoria

Caracóis à Algarvia, a receita


Se excluirmos os produtos do mar, os caracóis são, sem dúvida, o grande petisco do verão para algarvios e alentejanos.

Há quem prefira as caracoletas (maiores e mais escuras), quem goste apenas dos caracóis (mais pequenos e com coloração castanho-amarelada) e quem misture ambos no mesmo tacho. Claro que, para muita gente, a simples ideia de comer caracóis é repugnante. Mas perca o preconceito e prove-os à algarvia, feitos com aquela simplicidade que apenas os pratos do sul possuem e que transforma os ingredientes mais vulgares em verdadeiros manjares.

Está pronto para a receita? [Read more…]

Nova Lei da Água: tanta norma, tanta confusão!

Muitos não sabem…

Nova Lei da Água – Facturação e Medições:

A facturação no encadeamento das normas que presidem à sua marcha…

A Lei dos Serviços Públicos Essenciais prescreve – quanto à facturação – normas precisas:

Periodicidade:

Rege o artigo 9.º, como segue:

“1 – O utente tem direito a uma factura que especifique devidamente os valores que apresenta.

2 – A factura a que se refere o número anterior deve ter uma periodicidade mensal, devendo discriminar os serviços prestados e as correspondentes tarifas.

3 – …”

Pagamento Parcial:

O artigo 6.º permite ou autoriza o “direito a quitação parcial”.

Eis, adaptadamente, os seus termos:

“Não pode ser recusado o pagamento de um serviço público, ainda que facturado juntamente com outros, tendo o utente direito a que lhe seja dada quitação daquele, salvo se forem funcionalmente indissociáveis.”

Prescrição e Caducidade:

Repare-se no que se estabelece a este propósito:

1 – O direito ao recebimento do preço do serviço prestado prescreve no prazo de seis meses após a sua prestação.

2 – Se, por qualquer motivo, incluindo o erro do prestador do serviço, tiver sido paga importância inferior à que corresponde ao consumo efectuado, o direito do prestador ao recebimento da diferença caduca dentro de seis meses após aquele pagamento.

3 – A exigência de pagamento por serviços prestados é comunicada ao utente, por escrito, com uma antecedência mínima de 10 dias úteis relativamente à data-limite fixada para efectuar o pagamento.

4 – O prazo para a propositura da acção pelo prestador de serviços é de seis meses, contados após a prestação do serviço ou do pagamento inicial, consoante os casos.

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O Ministério da Educação e a limpeza…

O Ministério da Educação está a transformar-se no Ministério do Ambiente escolar, limpa tudo o que for preciso para melhorar as estatísticas. O chumbo, esse material perigoso se não utilisado com parcimónia, está a ser varrido das escolas.

Aluno com chumbo a mais deixa de ser considerado nas contas do ensino regular e é desviado para as vias profissionalizantes, reforma assaz profunda e séria introduzida por David Justino do PSD e aprofundada por Maria de Lurdes Rodrigues do PS. Claro que nada disto tem a ver com uma real melhoria na qualidade do ensino ou dos alunos. Os alunos com dificuldades podem continuar os seus estudos sem avaliação e sem exames, não contando para as taxas de retenção e de transição.

Há um aumento dos alunos nos cursos profissionais e uma retracção nos cursos regulares, a que há a juntar os alunos dos cursos das Novas Oportunidades o que representa cerca de 60% da população que o ME apresenta agora como estando no ensino secundário e que não precisam de realizar exames nacionais para concluir o 12º ano ou equivalente!

O Ministério do Ambiente e da Educação talvez seja mais apropriado embora um bocado comprido…

Nani com doping?


É uma das explicações que corre para o afastamento de Nani do Mundial da Africa do Sul. Baseiam-se os autores dessa explicação no excelente momento de forma que o jogador atravessava, no abandono da Selecção dias antes do controle anti-doping que foi realizado e em todos os acontecimentos que rodearam a alegada lesão.
Como é lógico, não sei se isto tem o mínimo fundamento, mas sei que é tudo muito estranho: o jogador lesiona-se num treino em Portugal, mas ninguém repara a não ser na Africa do Sul; o jogador regressa a Portugal a carregar bagagens cujo peso é incompatível com uma lesão grave no ombro; e para cúmulo, diz que daqui a uma semana já estará bom.
Ora, se daqui a uma semana está bom, já podia jogar com o Brasil e até com a Coreia do Norte. No fundo, só falhava o primeiro jogo.
Alguém que explique cabalmente o que se está a passar por favor.