Empedernidos?

Este calhau só pode estar a gozar com as vítimas.

Também ouvi outro mineral, na CNN, perguntar porque é que quando caem rockets em Israel ninguém comenta. Talvez seja, ó cabeça de areia, porque um dos países cresce todos os dias na exacta proporção em que o outro diminui (para dar apenas um exemplo).

O próximo treinador do Porto é mesmo André Vilas Boas

As informações sobre contratações do FCP são razoavelmente blindadas, e deixam sempre dúvidas. Já por aqui se aventou sobre isso, incluindo a provocação Scolari.

O mesmo não sucede na Académica, e em Coimbra sabe-se que Jorge Costa será ainda esta semana o treinador que substitui o novo treinador portista.

Conforma-se a informação que já vai saindo em alguns jornais nacionais, e se lessem os regionais tinham lá chegado mais cedo.

Preferia Domingos Paciência a André Vilas Boas (o Vilas é Vilas ou Villas?), e ainda alguém me explicará porque carga d’água não o vai ser, sem que o compreenda.

Mas do mal o menos, e a ver vamos como diria o João Pinto. A Académica também não fica mal servida. Sabendo-se que Jorge Costa quererá ultrapassar os resultados de Domingos, tem uma boa motivação, e muito DVD para ver (e jogadores portistas para rodar também).

As Putas

(adao cruz)

(Texto de Marcos Cruz)

(Não deixem de ler. Eu próprio fiquei impressionado)

AS PUTAS

Sinto dever para com quem não tem os meus direitos. Passo, todos os dias, por muita gente que vive de si, apenas, sem qualquer enquadramento externo que não o universo, sem outro tecto que o horizonte vertical, reconfortante, ainda assim, na sua aparência finita, sem outro chuveiro que as nuvens, a cuja vontade própria essa gente obedece, ou resiste, consoante as ordens da sobrevivência, sem outra mesa que a caridade ou o lixo, tantas vezes a mesma coisa, o mesmo despejo, que importa se de culpa ou de sobras materiais, sem outro prazer pessoal que o sentirem-se inteiros, já quase irredutíveis, com cada vez menos a perder, sem outro prazer social que a liberdade, quando ela existe, de fazer amigos entre os iguais, de ser iguais aos iguais, aos que também não têm direitos. É difícil admitir que eles, estes seres humanos, não são os restos do mundo, são o mundo inteiro, contas redondas. As migalhas que escapam são o pó da bola, parada, resignada a girar apenas, como um cão que persegue o seu rabo sem nunca apanhar a pulga, mas ainda assim contente por ver as migalhas, o pó, mudar de sítio ao sabor do seu movimento. Simples panaceia. É como diz o provérbio: enquanto o pau [o pó] vai e vem, descansam as costas. [Read more…]

A carga dos quase 300 000…

Quem diz à Inês de Menezes que as mulheres polícias são gente de trabalho?

Na Jugular conta-se a versão “porreira”. Estavam acabados de chegar ao Rossio, a beber a  cerveja da praxe, quando a polícia carregou, assim, sem mais . Corre que corre, olha se eu tivesse levado a minha filha de 5 anos, mas que não levei mas podia ter levado, quase sempre a levo, olha se a tivesse levado…

O meu amigo Vitor, estava no mesmo sítio, no Largo de São Domingos a beber uma jinginha com os camaradas do partido e topam um grupo de camaradas jovens a prepararem-se para atacar dois polícias, logo os acalmaram “camaradas, não façam isso, logo nas televisões só vão falar do vosso ataque e esquecem a manifestação dos 300 000…” Entretanto os dois polícias ao verem-se encurralados já tinham chamado por socorros.,

Mas como não há duas sem três, um comentador na Jugular vem dizer que um polícia levou uma cabeçada de um dos manifestantes, eram só dois polícias tiveram que chamar reforços…

De Paula Cabeçadas a 30 de Maio de 2010 às 16:02

Olá boa tarde,
Por mero acaso, e porque, depois da Manif, estava a beber a minha imperial nas Portas de Santo Antão, como de costume assisti, desde o princípio à cena de que aqui se fala.

Tenho pena que as pessoas que não testemunharam o que se passou façam juízos de valor precipitados.

Aqui fica o testemunho: [Read more…]

pais e cônjuges

no dia das crianças, lembranças do casal Mama Esperanza e Hermínio

Normalmente, poder-se-ia pensar que ser pais e cônjuges é uma sequência normal. Pai ou mãe, marido e mulher, seria, então, uma continuidade dum processo natural. Cuidado pela lei. Considerado pelo grupo social. Escolhidos os cônjuges entre as várias pessoas duma mesma geração. Para fazer aliança. Uma aliança a dois que envolve as famílias de um e de outro. O desprendimento de um rebento duma árvore genealógica que entra como incerto na outra. E desse incerto, nascem mais rebentos, que alargam a organização dos seres humanos na instituição que designamos família. Entre nós, um homem e uma mulher, relação que denominamos monogamia; entre outros grupos sociais de outras culturas do mundo, um homem e várias mulheres, a que damos o nome de poliginia; ou ainda, uma mulher e vários homens, conhecida por poliandria. O nome dado à relação não é importante, o que interessa é dizer que a relação reprodutiva é necessária para fazer ainda mais rebentos. Criá-los, nutri-los, ensiná-los. Um grande trabalho. Trabalho reprodutivo, trabalho de fazer mais história, trabalho para trabalhar e ganhar o sustento. Trabalho reprodutivo legislado pelo Direito Canónico numa extensa região do mundo, pelo Direito Muçulmano noutra grande extensão de grupos sociais, pelo Direito do Karma entre os Budistas, pela lei civil do estado não religioso. Cônjuge, um de dois que morrem de paixão, um de dois que deseja, um de dois que se completam. Um de vários, quando há mais de dois conforme a lei e a crença, que toma a iniciativa de procriar, de fazer crianças. Um de dois que faz circula bens entre as duas árvores familiares. Como mandam os costumes do tempo. Como entre nós, manda a cultura judaica cristã do Oriente que entra assim no Ocidente, como o meu eterno mestre Jack Goody diz: uma obrigação permanente e eterna de cuidados entre esses um de dois. E vice-versa. Como manda a lei, como diz a cultura. Como o costume ancestral fica afincado em nós.

1. Serem cônjuges. [Read more…]

As Cores do Porto 2 – Fotografia

A Grécia e a crise explicada aos peixes por Cohn-Bendit

Intervenção de Daniel Cohn-Bendit no Parlamento Europeu (legendada em português).  Tudo muito bem explicadinho mesmo para quem não quer perceber. Num aparte confunde Durão Barroso com Cavaco Silva, mas bem vistas as coisas o partido é o mesmo.

Impressionante como os gregos têm sido acusados de tudo e mais alguma coisa, e ninguém se lembra da particularidade de terem 100 000 soldados num país de 11 milhões de habitantes.

Desejosamente…fugazmente viva

(pormenor - adao cruz)

 

Dizem as noites sem olhos que estás morta, excessivamente morta, provisoriamente fugazmente morta.

O electrocardiograma parece uma linha isoeléctrica, mas o coração pulsa. Há corações vivos que não pulsam!

O pulso do morto é o pulso de quem palpa o pulso do morto, todo o médico e enfermeiro sabe disso, mas ninguém lhes tira da cabeça que a morte ainda há-de oferecer, um dia, a alguém, um cálice de Porto.

O salto da neurobiologia ao pensamento está dentro da biologia evolucionária, e a morte que se acautele, porque o pensamento poderá libertar-se e marimbar-se para as suas ameaças.

Não esquecer, contudo, que a prenhez do pensamento pode tornar-se um suplício quando o défice do “ser” ultrapassa o voluptuoso incremento do “parecer”.

Dizem as madrugadas sonhadas que estás viva, fugazmente viva, provavelmente não excessivamente morta.

O orgulho da própria morte pode transformar-se numa embriaguez perigosa, que faz trocar a “velhice” dos vinte pela “juventude” dos cinquenta.

Traumatismos e superações são rosário de todas as vidas, plasticizadas ou não.

Pena é que o facilitismo da gestualidade se sobreponha à interpretação das matrizes da vida e redunde em arremedos de paraíso.

Dizem as manhãs acordadas que estás morta, excessivamente morta, desejosamente…fugazmente viva.

As Cores do Porto – Fotografia

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Social – Democracia ! Começar de novo!

A Social – Democracia arrancando os povos à miséria e à guerra, atacada à esquerda por quem não apresenta nenhuma alternativa válida e à direita pelo Liberalismo feroz, soçobrou nos últimos 30 anos. Que fazer?

Começar de novo! Temos que aprender a criticar quem nos governa, agora mais do que nunca que somos governados por pigméus, eleitos por uma massa acritica e acéfola de pessoas que não aspiram à cidadania. O programa é vastíssimo, mas é concreto, consistente, pragmático ao contrário das”manhãs que cantam” e da “meritocracia” sem alma.

Novas leis, regimes eleitorais diferentes, restrições ao lobbying” e ao financiamento dos partidos, reconhecimento da tensão e do conflito de interesses, contrariando a tese de Adam Smith de que o enriquecimento de alguns arrasta o bem estar de todos.  Queremos todos a mesmas coisas. É falso! O rico não quer o mesmo que o pobre! Como trazer as massas de trabalhadores para dentro do sistema, enquanto cidadãos e eleitores? As respostas da Social-Democracia foram muito superiores a tudo o que é conhecido, sem rupturas, sem revoluções, sem pulsões sociais.

É preciso “desmascarar” o Estado activista, que como vimos com Guterres e Sócrates é factor de injustiça, da criação de elites e de desigualdades, mas é preciso,  pensar o Estado reabilitado, democrático, de “juris”, regulamentador, facilitador da ascensão social e criador de oportunidades. O Estado Soviético e totalitário tem que ser rejeitado, mas sem nunca se retirar a palavra “socialismo” , embora tenha falhado em todas as experiências, ao contrário da Social-Democracia que superou todos os sonhos dos seus criadores.

Falta retirar as lições da “3ª via”; falta equacionar as mudanças demográficas e a sua penosa influência no Estado Social; falta entranhar as mudanças na política internacional como é o caso da China e o seu “dumping social”; falta analisar os erros das privatizações mas tambem o sucesso da entrega de serviços públicos a privados como é o caso da Escola Pública na Suécia. (esta experiência dura há 20 anos com assinalável sucesso).

A vontade colectiva faz mexer o mundo, não devemos ter medo que a mais pequena mexida seja vista como uma medida revolucionária! A Social – Democracia é novamente a esperança!

PS: com Toni Judt

Aventar: A Casa continua a crescer

O Aventar recebe a partir de hoje um novo aventador, de seu nome Rui Gonçalves. Licenciado em Direito, especialista na área cultural e antigo membro de um dos mais afamados blogues dos primórdios da coisa: A Grande Loja do Queijo Limiano.

É um prazer fazer as honras da casa ao Rui. Agora, meu caro, venham de lá essas postas!

Rudyard Kipling por Dennis Hopper


If, de Rudyard Kipling por Dennis Hopper

Telemedicina e Tecnologias de Informação e Comunicação na Saúde

Há tempos elogiei no ‘Aventar’ a conclusão de um projecto de telemedicina, resultante de parceria entre a PT Inovação SA e a Universidade de Aveiro. O projecto, sob a insígnia ‘Medigraf’, permitiu criar a solução de captar e transmitir, em tempo real ou diferido, imagens médicas de ambulâncias para unidades fixas de saúde.

O interesse sobre tecnologias para a prestação remota de cuidados de saúde levou-me a participar no passado dia 27 de Maio, no Infarmed em Lisboa, no seminário ‘Telemedicine and Health ICT in Portugal in Norway’. O evento foi promovido por AdI – Agência de Inovação, Innovation Norway e Enterprise Europe Network. O Health Cluster of Portugal e empresas tecnológicas nacionais também estiveram presentes.

O Ministério da Saúde (MS), como usual em diversos governos, não participou uma vez mais em evento deste género. A ausência é prova do alheamento das autoridades da saúde por soluções inovadoras para a actividade prestadora e a gestão de informação médica.

Mas, esse alheamento ainda mais absurdo se torna, se atentarmos no facto do país parceiro, a Noruega, dispor das mais avançadas soluções tecnológicas, a nível mundial. Tudo resultado do trabalho científico da Universidade de Tromso, da principal operadora de telecomunicações norueguesa, e ainda do NST – National Centre of Telemedicine – estas entidades não têm vocação mercantilista relativamente às infra-estruturas tecnológicas demonstradas.

Com serviços de telemedicina na maioria das especialidades médicas, suportados em tecnologias de informação e comunicação electrónica, o SNS da Noruega garante condições de fácil acessibilidade a serviços de saúde a toda a população. Em Portugal, sem médicos e alternativas, encerram-se unidades de saúde. E um dia até o próprio SNS.

Dennis Hopper por David Lynch


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Dennis Hopper por Francis Ford Coppola

Apocalypse Now, 1979 [Read more…]

A crise à média luz

(Desculpem mas não resisto à transcrição deste texto de Marcos Cruz)

Não é de hoje que, para mim, a decifração da mensagem mediática devia constar dos programas do ensino básico. Todos os dias vejo pessoas a viver no passado e no futuro, atormentadas que estão pelo agoiro jornalístico, agora tão comprazido nesta possibilidade de chupar a crise até ao tutano, como se esta fosse não a madrasta que tanto lamentam, mas a costeleta mais apetitosa que já alguém lhes pôs na mesa. Desculpem os que acharem este discurso uma irresponsabilidade, mas estou plenamente convicto de que a melhor maneira de responder a todas as crises, e também de as evitar, é estar presente em cada momento, é aquilo a que comummente chamamos ter sangue frio. Só assim um piloto de avião pode pensar em aproveitar a percentagem mínima de hipóteses de salvação que se lhe apresentam se os motores do aparelho deixarem de funcionar. [Read more…]

Sócrates apoia João Proença


João Proença é militante do PS, mas claro que não é por isso que foi contra a manifestação de ontem. Claro que não, nem pensar nisso!

Novas Oportunidades para a publicidade

O José Simões foi à página da transparência na Administração Pública,  escreveu “novas oportunidades” e saíram-lhe 3.956.176,33 €. Ou melhor: saíram do Orçamento do Estado quase 4 milhões de Euros gastos em publicidade. É fantástico não é?

O esforço de oferecer o 12º ano a toda a gente (e não apenas a quem merecia que lhe fossem reconhecidas competências adquiridas ao longo da vida) não alcançou nem de perto os resultados estatísticos pretendidos: segundo um estudo do Banco de Portugal continuamos a estar na cauda dos países com menos escolaridade da OCDE. O estudo diz que a culpa é transgeracional

Os filhos “têm um trajecto escolar fortemente influenciado pela experiência educativa dos pais. Portugal é um dos países da OCDE em que esta transmissão intergeracional é particularmente marcada”,

ou da

“qualidade do ensino e da formação de professores.”

Nesta última causa é evidente que após o 25 de Abril houve uma entrada massiva na profissão de gente sem qualificações para tal, e não podia ser de outra forma, tal como a baixíssima frequência escolar até aquela data tem um preço que ainda hoje estamos a pagar (qualquer professor sabe que o desinteresse de muitos alunos passa por terem ultrapassado a escolaridade dos progenitores, e acharem que já chega).

As Novas Oportunidades não deixam de ter aspectos positivos, mais que não seja porque garantiram emprego a muitos candidatos à docência, e criaram a economia paralela da fraude em trabalhos de RVCC.

Espero que os Ministérios da Educação e do Trabalho poupem aqui, antes que se volte ao tempo em que os professores pagavam fotocópias do seu bolso, mas devo esperar sentado: tal como o e-escolas, estas foram oportunidades de caçar votos a torto e a direito. E comprar votos compensa, acham eles.

Dennis Hopper por Win Wenders


O Amigo Americano, 1977 [Read more…]

Domingo…

O povo saiu à rua…

Ontem, a manifestação da CGTP juntou, em Lisboa, centenas de milhar de pessoas que, vindas de todo o país, partiram de diversas concentrações disseminadas pela cidade para, a partir do Marquês de Pombal, descerem a Avenida da Liberdade até aos Restauradores. Das interpelações feitas aos participantes mostradas pelas televisões é digno de nota o tom pacífico e o sentido cívico revelado. Não se tratou de uma manifestação política marcada por sentimentos agressivos como muitas outras. Não! Tratou-se de uma expressão pública de descontentamento e de urgente chamada de atenção para o impacto social das medidas económicas adoptadas. Por isso, as declarações da UGT, tal como disse à TVI, o seu ex-dirigente Torres Couto, não se identificam com o sentir dos cidadãos, desempregados e trabalhadores. A manifestação de ontem foi um sinal claro de que o activismo cívico e o sentido de participação democrática estão ainda vivos, em Portugal. Estranho seria se assim não fosse e, a assim não ser, só poderia significar que os portugueses vivem suficientemente bem para poder suportar os custos da austeridade, sem sérias e até graves dificuldades. Não é o caso. Os portugueses, além de cerca de 600 mil desempregados, vivem, em significativa percentagem, no limiar da pobreza não denotada apenas ao nível dos seus salários mas, pela correlação com as suas taxas de endividamento e o custo de vida que, de facto!, lhes reduz, o poder de compra. Mais do que uma manifestação contra o Governo, esta manifestação foi contra a política económico-financeira que, a partir da Europa, afecta de forma agravada os países do Sul, cujas economias apresentam debilidades estruturais que, em alturas de crise, denotam com evidência os custos desses problemas. Por isso, seria justo e sinal de boa-fé que, ao invés de ignorar a autenticidade e a dimensão do sentir da população, o Governo revisse algumas das medidas adoptadas recentemente, designadamente, a que se refere a cortes nos apoios sociais aos mais fragilizados pelo desemprego ou pelo auferir de salários muito baixos. Para além do reforço fiscal junto dos grandes agentes financeiros, como a banca!, pensar em questões como as que, hoje, o DN exemplifica, é, de facto, prioritário (ler AQUI).

Social – Democracia. Alternativas?

O liberalismo que se afunda em desigualdades e que defende a “lei da selva” a lei do mais forte? Cada um por si? Ou o socialismo, aprisionado em Estados omnipresentes e omnipotentes, criadores de elites que se perpetuam no aparelho de Estado e que não consegue responder às justificadas ambições de melhor níveis de vida das populações?

A social democracia não representa o futuro ideal se calhar nem o passado ideal mas não conhecemos nada que se lhe aproxime.O consenso social do após guerra representa o maior avanço social a que o mundo já assistiu, pela mão da democracia cristã, pelo conservadorismo britânico e alemão e a social democracia nórdica.Nunca a história assistiu a tamanho progresso, nunca tantos experimentaram tantas oportunidades de vida.

Mas o perigo espreita, com a admiração acrítica do mercado livre, o desdém pelo sector público, a ilusão pelo crescimento eterno. Até aos anos 70 todas as sociedades europeias se tornaram menos desiguais, graças aos impostos progressivos, aos subsídios dos governos aos mais pobres, os extremos de pobreza foram-se apagando. Nos últimos 30 anos deitamos tudo isso fora.

Adam Smith volta a ser citado: ” nenhuma sociedade será verdadeiramente florescente e feliz se uma grande parte dos seus cidadãos for pobre e miserável”. Sem segurança, sem confiança, as sociedades ocidentais ameaçam ruir. A insegurança alimenta o medo. E o medo – da mudança, medo do declínio, medo do desconhecido- corrói a confiança e a independência nas quais assentam as sociedades civis do Ocidente.

Essa rede de segurança social contra a insegurança foi uma das maioras conquistas do sistema, restaurando o orgulho dos perdedores do sistema, trazendo-os para dentro dele e não lhes virando as costas. Então o que falhou? A esquerda moderada continua a criticar, nostálgica das revoltas dos anos 60, sem apresentar qualquer alternativa consistente, abrindo brechas por onde entraram o individualismo feroz, a proletarização e fragmentação do colarinho branco. As maiores críticas à social democracia vêm da esquerda e são comprovadamente falsas, como se verifica pela capacidade do sistema em manter e sustentar as maiores vitórias sociais da humanidade. Uma maior igualdade, a liberdade e uma maior prosperidade.
PS: com Tony Judt – o regresso ao Estado providência.

Dennis Hopper por Denis Hopper

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Easy Rider, 1969 [Read more…]

É Ouvi-lo Falar

“Presidente da Câmara privou com o Papa Bento XVI”

A nossa centenária república laica possibilitou ao ilustre Joaquim Mota e Silva, notado edil de Celorico de Basto, um momento de católico convívio com o Papa Ratzi Bento XVI. Ele, Mota e Silva, falou e “Sua Santidade ouviu com toda a atenção”. E fiquei, eu, muito impressionado com tão lata colecção de frases feitas. Devo estar a ficar velho, sem paciência para estes apajares. Afinal, o Papa “teve bem ou teve menos bem”?

E quero daqui enviar o meu apreço jornalístico à última edição do jornal Notícias de Basto por, em apenas 24 12 páginas, ter conseguido encaixar 15 fotografias do autarca local, duas das quais na capa. Notável.

lembranças de antropólogo em trabalho de campo

O Angelus,pintura ao óleo de Jean François Millet,1859,museu Orsay, Paris

Em lembrança da minha mama Esperanza…

É-me impossível não lembrar a família Medela Dobarro do Lugar de Lodeirón, Paroquia de Vilatuxe, Província de Pontevedra Alta, sem lembrar a sua gentileza, a sua doçura, o seu acolhimento, o seu bom trato. O pai da casa é Hermínio Medela Taín, hoje com 82 anos, viúvo recentemente da sua querida mulher Esperanza Dobarro. Ele pertencia a família dos ricos y proprietários, do Lugar de Gondoriz Pequeno. O conheci em 1974, éramos novos. Tinha 47 anos certos, como digo num livro em que falo da sua vida, eu, 33. Era o ano de 1974. Tinha sido enviado pelo meu director de estudos e trabalhos, Sir Jack Goody, Catedrático de Antropologia da Universidade de Cambridge, o meu sítio de trabalho, para entender o pensamento das crianças dessa parte do Estado Espanhol, denominado Galiza. Para o meu espanto, havia duas: a de Polónia, da qual eu nada sabia, e a do Estado mencionado. Sem pensar mais, escolhi a Galiza Lusa, ao Noroeste da Península Ibérica. O problema era encontrar casa onde habitar, Vilatuxe, com a colaboração do Pároco, Luís Vázquez Lamela, ofereceu-me uma casa fria, cozinha de lenha, imensos quartos, no Lugar da Carreteira que unia Vilatuxe com Compostela, cidade, y Lalín, Concelho. Assunto tratado. A seguir, seduzir aos vizinhos para saber deles e escrever um livro. [Read more…]

Portugal é mais importante que Cavaco!

O actual governo está ligado à máquina, não tem capacidade nem força nem determinação para seguir um caminho que as circunstâncias aconselham e exigem. Pelo contrário, o que nós vemos é Sócrates uma e outra vez reafirmar os erros em que incorreu todos estes anos. Se lhe derem tempo, este governo, em desespero de causa, vai causar ainda mais problemas ao país, deixar uma herança de empobrecimento e de desemprego.

As circunstâncias mudaram completamnete nas últimas semanas. Já ninguem acredita no que Sócrates diz, o PEC está aí, os mais pobres vão tambem pagar a crise e os contribuintes já reagem como mostra a sondagem que dá 43,6% de votos ao PSD e cerca de 26% ao PS! Estão, pois, criadas as condições para que se avance a curto prazo para uma solução política, com novas soluções, revigorada, capaz de  responder isenta de compromissos que amarram Sócrates aos megalómanos projectos, à dívida monstruosa e ao desemprego que não pára de crescer.

Mas para tal, é necessário que Cavaco Silva coloque os interesses do país à frente dos seus próprios interesses, o país não pode estar à espera do momento certo para que estejam reunidas as condições ideais para sua reeleição . O Presidente da República não pode deixar que o pântano engula a esperança que resta, o tempo é crucial, quanto mais tempo passar sem que as medidas necessárias sejam implementadas, maior será a dor.

As adjudicações à pressa de investimento polémicos e inviáveis financeiramente, mostram bem que Sócrates já entrou na fase do “quem vem a seguir que feche a porta!”

Dennis Hopper (1936-2010)

Um dos actores que me fazia ir ao cinema. O Amigo Americano, Apocalipse Now e Easy Rider são 3 dos filmes da minha vida, e não existiriam sem ele.

Podem ver o resto a partir desta ligação.

Adeus Dennis Hopper

A primeira vez que o vi foi em Blue Velvet. Foi também ai que descobri David Lynch, mas isso é conversa para outro dia. Hoje, o que me interessa é Dennis Hopper. Melhor, o olhar de Dennis Hopper. O seu Frank Booth assustava. Não pelo que fazia, sobretudo pelo que insinuava. O olhar dizia tudo. Só um grande actor consegue falar através do olhar.

Talvez fosse por isso que uma parte significativa da sua carreira tenha sido investida a fazer de vilão. E bem.

13700 Marina Point Drive

O mundo do cinema fica a dever-lhe o clássico “Easy Rider” (1969). Foi actor e realizador. Com Peter Fonda deixou um filme e um manifesto em defesa de um estilo de vida de uma década que ajudou a mudar o mundo. Só por isso merece o reconhecimento de uma estrela no Passeio da Fama, que colocou há muito pouco tempo, já doente e a não conseguir combater o cancro na próstata que o matou hoje, aos 74 anos.

A mentirinha deprimente do costume

Chico Burque desmentiu: foi Sócrates que manifestou vontade em o conhecer, razão porque o recebeu em sua casa.

Não é bem a mesma coisa que a peta posta a circular por aqui: teria sido o cantor a pedir esse encontro.

Nada de novo na rotina habitual: mentiras e aproveitamentos. Já estamos tão habituados que nem estranhamos. Só que Chico Buarque da Holanda não se chama Luís Figo.

Cavaco e a Direita

Alguma direita anda desorientada. Só pode. Com tantos e tão bons motivos para criticar Cavaco foram lembrar-se DESTE.