Hóquei em Campo: ”Ainda não temos equipa”

Armindo de Vasconcelos

É já no próximo fim-de-semana que começa a disputar-se o Europeu de hóquei em campo, sendo que o Championship III, como já escrevemos, se realiza no Jamor.

Rui Graça, 61 internacionalizações pelo nosso país, prestes a completar 37 anos, é o actual seleccionador nacional júnior. Em conversa que tem cerca de uma semana, o jovem técnico falou connosco quando quisemos apalpar o pulso à preparação da equipa masculina.

Assumindo que “temos atletas de muita qualidade técnica e táctica, pois todos eles jogam nas equipas seniores em Portugal”, o seleccionador nacional assume também que “ainda não temos uma equipa“. Serão fundamentais, então, “estes últimos dias para ser criado um espírito forte de grupo, através de uma maior incidência nos treinos de conjunto, onde serão trabalhadas situações de jogo, a mentalidade e a atitude“. Existe, no entanto, um factor que está a condicionar a sempre importante vantagem de se jogar em casa, é que ainda não foi possível treinar no Jamor, “local onde se irá realizar a prova, devido ao sistema de rega ainda não estar a funcionar em condições“. “Rui Graça gostaria que fosse possível essa oportunidade “para que os atletas possam ambientar-se quer ao piso quer ao clima do Jamor“.

Ciente de que é possível uma boa participação, Rui Graça refere: “Se tudo correr como esperamos, temos fortes possibilidades de lutar pelos primeiros lugares. Pelo conhecimento que temos das equipas contrárias, parece-me um grupo bastante equilibrado. Os azeris estão reforçados com alguns paquistaneses naturalizados; com a Grécia já perdemos e já ganhámos; Gibraltar, a exemplo dos seniores, provavelmente será muito idêntica a nós; e a Turquia está a trabalhar com um técnico alemão, logo muito melhor. No entanto, apesar da concorrência, se estivermos ao nosso melhor nível, conseguiremos lutar pelo topo da classificação.
Relativamente às condições proporcionadas pela tutela, o seleccionador refere que “a preparação foi planificada com cuidado, na tentativa de começarmos o mais cedo possível, mas tentando não interferir com o trabalho dos clubes. O ideal era ir trabalhando ao longo do ano e não concentrar tudo nestes dois meses, mas nem sempre o ideal é possível. A Federação criou as melhores condições possíveis de trabalho, face aos constrangimentos financeiros e aos cortes orçamentais. Dividimos esta preparação em duas fases distintas, uma de treinos zonais, em que privilegiámos muitos aspectos técnicos e físicos ao nível do trabalho de resistência, e a segunda fase, mais próxima da competição, em que trabalharemos aspectos mais tácticos e de força/velocidade (trabalho físico) “.

A terminar, Rui Graça não deixou de relatar um último constrangimento: “Devido ao facto de só laborarmos ao fim de semana, este trabalho deveria ter alguma continuidade durante a semana, o que não se verifica porque a maioria dos clubes já terminou a sua época desportiva“.

Fotos: fphoquei.pt

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    Viva todo o tipo de desporto federado ou não, para os meninos (e meninas) e que num clima destes se pode fazer 365 dias/ano e “internacionalizar” as competições (que algumas já estão) e, já agora, o país e aprender o que só o desporto permite depois do que virá muita coisa mais

  2. Ter campo já é bom…

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