O que se passou ontem no Grupo E do Mundial foi sensacional. Antes da competição, poucos duvidavam que seriam a Espanha e a Alemanha a passar. A única dúvida era qual das duas passaria em primeiro. Hoje, chegaram a estar as duas eliminadas, mas a Espanha lá se safou, apesar da derrota contra o Japão-sensação. E que isto sirva de lição para a selecção (efectivamente, a selecção) nacional. Uma dupla lição: para não subestimar adversários teoricamente inferiores e para não se encolher perante os gigantes. Porque os gigantes também caem e ontem caíram dois. Se Portugal jogar tanto quanto sabe, com humildade e determinação, o caneco pode mesmo vir cá parar.
O Ronaldo é o maior, mas…

O Ronaldo é o maior.
Não é maior que o Salgueiro Maia, nem que o Aristides, ou sequer que o Eça, mas é, à sua maneira e no seu tempo, o maior.
Ser o maior não implica ser perfeito. D. Afonso Henriques, que foi o maior, bateu na mãe. Humberto Delgado, que também chegou a ser o maior, e morreu por isso, começou por ser um apoiante do regime fascista. Todos têm os seus esqueletos no armário. Até os maiores.
[Read more…]O horrível equipamento da selecção e outras questões menores
O equipamento da selecção para o Mundial é horrível?
Talvez seja.
Ainda assim não tão horrível como os 6500 trabalhadores que morreram na construção dos estádios do Mundial, explorados, traficados, sem condições de segurança, mínimos de dignidade e não raras vezes em regime de escravatura.
Nem tão horrível como a legitimação de uma monarquia absoluta e totalitária que em pouco ou nada se distingue do Kremlin nos métodos, onde ser mulher é não ter direitos, ser homossexual é ilegal e assumir uma religião que não o Islão dá pena de prisão até 10 anos.
Ou tão horrível como a hipocrisia daqueles que se indignam com regimes onde a sharia é lei, excepto quando estão em causa ditaduras como a Qatari, onde a sharia também é lei e prevê penas como a flagelação e a lapidação.
A diferença?
Se eu fosse o árbitro do Luxemburgo-Portugal
Ontem, Cristiano Ronaldo falhou um golo só com o guarda-redes pela frente. Eu, se fosse o árbitro, saía do campo e atirava com o apito.
O comportamento de Cristiano Ronaldo foi vergonhoso!
Numa das três ou quatro tiradas avulsas em que despejei nas redes sociais a minha indignação face ao comportamento de Cristiano Ronaldo, pessoa amiga deixou o seguinte comentário:
Mas querias o quê?! Que ele continuasse em campo e não atirasse a braçadeira ao chão, portando-se à altura de um atleta profissional, de 36 anos, que sabe agir com desportivismo e maturidade? Tens cada uma…
Lapidar, ou seja, digno de ser inscrito na pedra – está tudo aqui: a falta de profissionalismo, de desportivismo e de maturidade.
É difícil, em qualquer jogo, com a adrenalina no máximo, manter a serenidade? É, mas aos que devem ser exemplos exige-se que façam o mais difícil. É difícil dominar uma bola que vem com força, é difícil driblar em corrida, é difícil rematar com os dois pés, é difícil saltar a 2,56 metros de altura durante 1,5 segundos e cabecear, é difícil ser o melhor marcador de sempre. É difícil não perder a compostura, quando um golo é mal anulado no último minuto de jogo.
É grave que o português mais conhecido no mundo, ídolo da juventude, abandone o campo e atire com a braçadeira de capitão, como se fosse um menino mimado e malcriado.
Também é grave que uma multidão de adultos apoie este comportamento: pais e filhos, jornalistas e cronistas, recorrendo à habitual conversa da inveja, das conspirações das arbitragens ou da necessidade de defender a tribo, elogiaram o que Cristiano Ronaldo fez ontem. O povo português talvez devesse redireccionar esta capacidade de revolta para outros assuntos e, no mínimo, não elogiar a falta de educação só porque joga por nós.
A puta de Cristiano Ronaldo
A Selecção Nacional é a puta de Cristiano Ronaldo. Sempre pronta, de pernas abertas, a recebê-lo quando lhe apetece.
Veio agora para dois jogos e voltará quando quiser. Mais ou menos como fazia Luís Figo há alguns anos.
Quanto ao brochista de serviço, é o mesmo de sempre. Quem aceita que um jogador o empurre e dê indicações em campo em vez dele próprio; quem se desfaz em declarações amorosas constantes ao “melhor do mundo” sem perceber que nenhum treinador se pode rebaixar a nenhum jogador, seja ele quem for, faz jus ao papel que representa. Que é o de um treinador de quinta categoria – como o são, de resto, quase todos os selecionadores nacionais. Se fossem bons, não estavam nas Selecções.
Mas compreende-se. Afinal, o chefe deles é o mesmo que também manda na Selecção, que é como quem diz o empresário. E nestas coisas, manda quem pode, obedece quem deve.
No rumo certo
Terminou em Amesterdão. Obrigado jogadores! Obrigado Martim Aguiar! Obrigado Ian Smith! Obrigado a todo o staff que proporcionou um altíssimo rendimento a todos os atletas! Obrigado Luis Cassiano Neves e restante direcção da Federação Portuguesa de Rugby! O rugby português está de parabéns: a nossa selecção acaba de atingir o 5º triunfo consecutivo, passou para a liderança do grupo C da Rugby Europe e deu um passo de gigante rumo à subida para o nosso lugar natural que é o Grupo B e quem sabe rumo ao Mundial 2019 no Japão!
A última vez que isto se sucedeu foi, para terem a noção, foi no período de jogos realizados entre 2002 e 2004 quando obtivemos 8 vitórias consecutivas!
Apesar de ainda existirem algumas arestas por limar neste mandato federativo, em especial no que concerne à politica de desenvolvimento, a alguns aspectos relacionados com o quadro competitivo juvenil e sénior, no que concerne às selecções, o trabalho que está a ser desenvolvido pela actual equipa federativa e pelo staff de todas as selecções está a ser simplesmente 5 estrelas! A seguir à tempestade (a descida do Grupo B em 2016) vem a Bonança! Martim Aguiar é o homem certo para o lugar certo: sem os marialvismos do passado está a construir a pouco e pouco a equipa que quer para o nosso futuro a médio prazo, mesmo apesar de continuarmos sistematicamente a não poder contar com os nossos jogadores que alinham no estrangeiro, Martim Aguiar está a incutir algo que falta há muito ao rugby português: exigência, competitividade e espírito vencedor!
Cumpriu-se
Coisas que me agradam muito:
- A vitória da Selecção.
- O Éder a marcar no fim; um momento de ironia e de justiça poética que pôs em causa a minha visão do universo e das leis que o governam.
- O Quaresma a mostrar o melhor de si mesmo e o melhor de nós.
- O Renato que aos 18 anos teve de enfrentar uma miríade de gente a chamar-lhe mentiroso e mesmo assim conseguiu ajudar a equipa em momentos importantes.
- O exorcismo de 2004. Já merecíamos.
- A prova que o futebol é – e deve sempre ser – um jogo de equipa, de interajuda, de solidariedade. A queda de um jogador – mesmo um jogador tão extraordinário como Ronaldo – não impede a vitória se houver vontade e espírito de sacrifício.
- Ontem andei por Lisboa e as pessoas estavam visivelmente felizes. Isso apaziguou a cínica que vive em mim.
Coisas que me desagradam:
- Qualquer dia (hoje não porque estou feliz e gostava de continuar por mais algum tempo) temos de falar sobre esta coisa das generalizações. Já não temos 20 anos para fazermos reduzirmos milhões de pessoas a epítetos ridículos e/ou insultuosos.
- Portugal ainda não ter ganho a Eurovisão.
Hugo Vieira, o goleador com o empresário errado
Hugo Vieira, tal como Daniel Carriço que hoje ergueu pela terceira vez consecutiva a Liga Europa, ficou fora da convocatória de Fernando Santos para o Euro2016. É estranho que, tendo apontado 21 golos ao serviço do Estrela Vermelha, que este ano conquistou o campeonato sérvio, Vieira tenha sido excluído pelo seleccionador. Entre os eleitos de Fernando Santos, apenas o singular Cristiano Ronaldo marcou mais que Hugo Vieira. Quem segue para França é Éder, o avançado do Lille que se ficou por uns modestos seis tentos na época que agora termina, e cujo empresário, ao contrário de Vieira, é Jorge Mendes. Há quem diga que isto anda tudo ligado…
Fotomontagem via Memes da Bola
Crónicas Desportivas (5) – As ilações que Santos deve tomar
Dois jogos distintos contra duas selecções distintas, com poderios ofensivos e defensivos bem distintos e modelos de jogo quase antagónicos. Historicamente, Portugal dá-se melhor contra equipas da sua qualidade, cujo modelo de jogo seja um futebol mais aberto e mais técnico, tendo muitas dificuldades contra equipas de menor potencial como é o caso da Bulgária, selecção que faz da retranca, à falta de poderio técnico ofensivo, a sua grande arma contra as equipas de maior nomeada. Fernando Santos decerto irá tirar lições destas duas partidas realizadas na recta final da preparação para o Europeu, não esquecendo a derrota contra os Búlgaros: em França, contra Austríacos e magiares, teremos um pouco mais de Búlgaria e um pouco menos de Islândia, selecção cujo elenco é mais próximo do futebol belga.
Portugal a um jogo do purgatório ou do paraíso
Portugal vai atacar a subida de divisão na sexta-feira, contra a Itália, vencedora do grupo B, depois de termos ficado em segundo no grupo A, atrás do País de Gales. Ou seja, podemos ficar confortáveis com o purgatório ou lutar pelo paraíso!
Capaz do muito bom, mas muitas vezes tentada pelo medíocre, já tivemos de quase tudo neste Europeu: o individualismo em vez do colectivo; as virtudes do colectivo, sublimadas pelas referências individuais; já nos passeámos em campo, na boa, como se fosse um passeio em cada um inventa uma brincadeira para se divertir sozinho; e já divertimos o público como equipa, como grupo, trocando a bola com mestria, rematando com estilo; já esportulámos golos fáceis e já fizemos golos de compêndio. [Read more…]
A justiça relativa dos erros
Portugal não conseguiu alcançar o desiderato de ficar em segundo lugar, posição que ainda poderia levá-lo à segunda ronda da Liga Mundial, feitas as contas pela Federação Internacional em reunião que terá lugar no dia 28 deste mês. É que, ao contrário da primeira edição da prova, ainda não se sabe quem avança, salvo os primeiros classificados, que garantiram já a acesso. No caso de Lousada, a Áustria é, assim, a única selecção com lugar marcado. [Read more…]
Obrigado Paulo Bento, e parabéns
Um tipo que olha para a selecção da Albânia, malta que joga nas segundas e terceiras divisões europeias, e vai buscar jogadores portugueses que fazem o mesmo, é um génio, contra a Arménia iremos mais longe, eu sei que andas a ver os jogos da Liga de Honra para encontrar o suplente perfeito para o CR7, um que não seja cigano.
E depois conseguiste este momento histórico: ando há 40 anos a ouvir a direita arrotando no final de qualquer refeição “vocês queriam era Portugal pior que a Albânia…” Conseguiste, ainda ninguém passou mais fome do que ontem, o estado social sobrevive, já podemos reestruturar a dívida.
Eu confesso que torci pelos albaneses, e não foi em memória do defunto camarada Enver Hodja. Tinha uma esperança, vaga, de que um empate, já para não falar no que aconteceu, te colocaria tranquilamente no olho da rua onde deverias estar a scolarizar desde Julho. Mas não, vejo-te de pedra e cal, até jogámos bem, dizes tu para um microfone patrocinado pelo Novo Banco, e desconfio que ainda aí ficas. És o Passos Coelho da bola, vês a retoma, o crescimento, a queda do desemprego onde todos vimos 0-1.
Portugal tem um caminho, uma solução, um rumo: vai o governo para a equipa técnica da selecção, e tu vais para o governo. Haja alternância democrática, carago.
Bipolaridade lusa
Gosto muito deste nacional optimismo em relação à selecção nacional: acreditar sempre, crer que é possível, lutar até ao fim e coisa e tal.
É exactamente o oposto quando se pergunta acerca do país e da crise: isto não tem remédio, estamos desgraçados, este país está findo e blá blá blá.
Futebolândia 1 – Pátria 0.
Quando o Brasil sabe a México
Antes do jogo, não acreditando embora desejando um milagre, fica aqui a minha declaração de voto: Paulo Bento conseguiu um lugar ao lado do grande Torres no memorial do futebol português, pedestal enormes jogadores, péssimos seleccionadores.
O erro é o mesmo: colocar relacionamentos pessoais acima do óbvio, joga quem está a jogar melhor, e quem se arma em parvo (o que no caso do Torres nem foi bem assim, os jogadores até tinham razão) fica em casa.
Fica isto publicado às 16h do dia 26 de Junho de 2014, com uma vaga esperança de ao fim do mesmo voltar aqui assumindo a minha idiotice, falta de patriotismo, crença, visão da Portugal como terra de milagres a começar no do Ourique que ninguém sabe onde foi. Era porreiro pá.
imbecilidades do jornalismo português
confesso que já assisti a estágios de preparação da selecção para competições internacionais mais animados que este. antigamente, sempre que a selecção ia jogar uma grande competição internacional, algo de maravilhosamente extraordinário acontecia nos estágios de preparação. na primeira fase de estágio que a selecção nacional está a realizar em óbidos, os jornalistas presentes são piores que os putos nos dias de viagem para o destino de férias da família. pelo meio de conferências de imprensa que não lembram nem ao diabo, acabam por preencher os espaços informativos a que tem direito com a frase da praxe dos garotos para os pais nesses precisos dias: “já chegamos? falta muito para chegarmos?” ou como quem diz “amanhã chega finalmente Cristiano Ronaldo” – imagino portanto que os mais precavidos já terão comprado um calendário para riscar os dias que faltam para chegar o savior desta desgraça lusitana em terras brasileiras, limitando-se a poupar tempo na lavra do artigo para a edição do dia seguinte: “Rafa treinou condicionado mas não deve ser dúvida para o jogo contra a Grécia. Nani chegou com mazelas físicas mas não há problema para o fisioterapeuta António Gaspar… Ronaldo chega dentro de 2 dias” – risca-se a parte “dentro de 2 dias” e acrescenta-se “amanhã…” e está feito – editor que é editor papa isto do mesmo jornalista durante anos. [Read more…]
João, vai, por mim, ver a selecção!
Hoje, não posso. Os governantes do meu país, de tanto entrarem no que me era devido, castraram este desejo de estar aí. Mas, este mês, de primeira comunhão do meu afilhado, de inspecção do carro, de selo do carro, do seguro do carro e de outras despesas que vêm sem a gente contar, não posso sair do meu pedaço, tenho de reger parcimoniosamente o que me é depositado pela Segurança Social. Eu sei que até me pagavas a viagem, mas a minha vida tem de ser vivida com o que me dá, não com o que me podem dar, mesmo um primo como tu.
Por isso, João, tens de me representar no estádio. Com bandeira e cachecol, a gritar como eu gritaria.
Eu, apenas vou dizer, a quem me lê, quem és. Porque quero que me representes. E, já agora, falar dos outros primos que por aí passaram. Por Paris. Abraço. [Read more…]
Hóquei em Campo: Portugal já trabalha para a Liga Mundial
Armindo de Vasconcelos
A selecção nacional de hóquei inicia hoje, sob o comando de Hugo Gonçalves, os trabalhos de preparação para uma participação condigna na Liga Mundial de Hóquei. A ronda que se realiza em Portugal começa a 25 de Setembro, em Lousada, e o seleccionado português vai defrontar a Itália, Gibraltar, Escócia e Marrocos. Apuram-se para a fase seguinte os dois primeiros classificados.
Aquando do lançamento desta nova prova, o catalão Leandro Negre, Presidente da Federação Internacional, afirmou um grande orgulho da modalidade por esta conquista de novos espaços, “um sonho durante muito tempo, mas que agora se torna realidade”.
A prova vai disputar-se ao longo dos próximos dois anos, e qualificará para a World Cup e para os Jogos Olímpicos. Vai envolver um número nunca visto de nações participantes. Só a primeira ronda engloba 11 torneios, com 60 equipas, numa prova que será de estreia internacional para 19 países. Leandro Negre, no discurso de apresentação, diria ainda que “nunca uma competição de hóquei comportou tão grande número de países e atletas”, anunciando que “cerca de 2 000 atletas farão parte do processo de apuramento para os jogos do Rio de Janeiro”.
Segundo o departamento de estatística da FIH, aqueles 2 000 atletas irão acumular cerca de 6 000 internacionalizações e terão, então, a oportunidade de, pela primeira vez, acederem à conquista de pontos no ranking mundial individual.
Portugal tem, assim, um novo momento para se afirmar internacionalmente.
Hóquei em Campo: Portugueses imparáveis
Armindo de Vasconcelos
Portugal acaba de golear o Azerbaijão por 5-0, no primeiro jogo da segunda jornada do Europeu, terminado há minutos.
Com 1-0 ao intervalo, a selecção portuguesa, tal como ontem, partiu para uma segunda parte demolidora em termos de produção atacante e cimentou o primeiro lugar na classificação.
Amanhã, pelas 13,00 horas, os portugueses defrontam Chipre.
Fotos: fphoquei.pt
Hóquei em Campo: ”Ainda não temos equipa”
Armindo de Vasconcelos

É já no próximo fim-de-semana que começa a disputar-se o Europeu de hóquei em campo, sendo que o Championship III, como já escrevemos, se realiza no Jamor.
Rui Graça, 61 internacionalizações pelo nosso país, prestes a completar 37 anos, é o actual seleccionador nacional júnior. Em conversa que tem cerca de uma semana, o jovem técnico falou connosco quando quisemos apalpar o pulso à preparação da equipa masculina. [Read more…]
Selecção Nacional: O mito de Scolari acabou
Onde se torna óbvio que ser derrotado nos penalties de umas meias-finais contra a Espanha Bicampeã da Europa e Campeã do Mundo tem muito mais valor do que perder uma Final em casa contra a pobre Selecção da Grécia.
Onde se compara a pobreza franciscana da Selecção de 2012, o que só engrandece o trabalho de Paulo Bento, com o luxo da Selecção de 2004 que Scolari desperdiçou.
A ler no Bitri.
Rui Costa entra em “blackout”
O ciclista Rui Costa, vencedor da Volta à Suíça, resolveu deixar de fazer declarações à imprensa. O facto de a mesma imprensa o ter ignorado facilitou muito o blackout.
Em círculos mais próximos do velocipedista, ficámos a saber que Rui Costa procurará, em próximas ocasiões, imitar os futebolistas da selecção nacional, ficando irritado quando uma prova lhe correr mal e os jornalistas escreverem expressões como “a prova correu mal a Rui Costa”. Para além disso, procurará, ainda, reforçar essa imitação, evitando ganhar qualquer prova internacional importante.
As Cinderelas não podem ser criticadas
São verdadeiras Cinderelas. Ricas, belas, famosas. Por isso, era o que mais faltava que pudessem ser criticadas.
Não podem. Paulo Bento mostrou-o ontem durante a conferência de imprensa, as Cinderelas mostraram-no na zona mista. Todos devem dizer que o trabalho do treinador está a ser bom, mesmo aqueles que acham que está a ser mau. E todos devem dizer que as Cinderelas jogam sempre bem, mesmo quem acha que às vezes jogam mal.
Cristiano Ronaldo é o caso mais paradigmático. Ai de quem o critique! É inveja, só inveja de não ser rico e bonito como ele. E olha para ele, a dar a resposta no campo a quem o criticou.
Pela minha parte, vou continuar a criticá-lo sempre que quiser sem me preocupar se me chamam invejoso ou não. Nunca poupei críticas, fosse ao Papa, ao Primeiro-Ministro ou ao Presidente da República. Posso criticá-los a todos, mas a Cristiano Ronaldo não.
Sou invejoso.
Ontem, contra a Holanda, Cristiano Ronaldo fez uma exibição maravilhosa, marcou 2 golos e mostrou que é um dos melhores do mundo. Elogios merecidos. Nos 2 jogos anteriores, fez 2 exibições de merda. Um nojo! Críticas merecidas.
É pena que, a Cristiano Ronaldo, as críticas estejam vedadas.
P. S. – Não entendo como é que se pode criticar um jogador como João Moutinho, que dá tudo o que tem e joga quase sempre bem. Mas de vez em quando lá vêm as críticas ao pequeno grande jogador. São uns invejosos, é o que é.
O português da selecção
Ao assistir à conferência de imprensa de Paulo Bento, ouvi, pela enésima vez, um português usar “sobre” quando devia usar “sob” (a frase proferida pelo seleccionador nacional incluía qualquer coisa como “ganhámos sobre o ponto de vista colectivo”). Há pouco tempo, pudemos assistir à prestação infeliz de Cristiano Ronaldo a tratar o Presidente da República por você e a terminar com um “tá?”. [Read more…]
Amor à camisola
Algumas considerações sobre a selecção de Portugal e o Euro 2012
Quero fazer estas considerações antes de começar o Euro 2012 de futebol, eu que gosto do jogo e aprendi que em futebol só há duas certezas: a bola é redonda e prognósticos só no fim do jogo.
Vamos por partes:
O futebol está cheio de mafiosos? Está (mas digam-me uma única actividade humana que envolva milhões de pessoas – telespectadores incluídos – que não esteja cheia de mafiosos. Uma só.).
O futebol apela a instintos básicos do ser humano? Apela (mas digam-me uma única actividade humana que envolva milhões de pessoas – telespectadores incluídos – que não apele a instintos básicos do ser humano . Uma só.).
O futebol português desceu para o 10º lugar da FIFA? Desceu (mas digam-me uma organização que envolva quase todos os países do mundo onde Portugal esteja, há muito tempo, entre os dez primeiros. Uma só.).
Portugal vai ganhar o Euro? Não. Portugal deveria ganhar o Euro? Não. Portugal chegará aos quartos de final? Provavelmente não. O grupo de Portugal deixa muitas hipóteses optimistas? Não. Portugal pode ir aos quartos de final, às meias, à final e ganhar o Euro? Pode. Como? A Grécia, por exemplo, ou a Dinamarca, já ganharam, porque aí reside uma das belezas do futebol: a bola é redonda e prognósticos só no fim do jogo.
Os jogadores de futebol que atingem este nível de competição são demasiado bem pagos? São. Esse dinheiro provém do erário público? Não. E provém dos sócios dos clubes de futebol? Em ínfima parte. E provém dos espectadores? Também em pequeníssima parte. Então quem paga tanto aos jogadores? [Read more…]
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