O Má Despesa Pública podia ser um blogue interessante, poucas vezes tal sucede. Pela vasta ignorância dos seus autores em relação ao funcionamento do estado, e pela ideologia dos mesmos (bem revelada quando passaram o seu trabalho à forma de papel pintado com tinta): eles não são contra a má despesa pública, são contra toda a despesa pública. No fundo é uma mera versão do Insurgente ou do Blasfémias sem discurso teórico, a ver se enganam papalvos.
Hoje foram marrar com a Rede Urbana de Competitividade e a (sic) Inovação dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego. Argumentos? “informação oficial da Câmara sobre o assunto é bastante escassa, nomeadamente sobre a rentabilidade do projecto.” Pudera, usando como fonte um jornal que só publica online dois ou três parágrafos da edição escrita, esperam o quê?
Claro que pesquisar dá trabalho. Era só pesquisar na página da CCRC e dos diversos municípios envolvidos. Talvez entendessem como se tenta dinamizar o que sobra da primeira fronteira de Portugal, apostando simultaneamente no turismo e em actividades complementares. Mas dava muito trabalho, e a vida corre sobre rodas a quem manda umas bocas contra a despesa pública apenas porque sim.
Tivessem o Conde Henrique ou se filho Afonso feito o mesmo e Portugal nem existiria. Ou não teria chegado a Lisboa, o que sempre nos poupava a estas imbecilidades de meninos que percebem tanto de Portugal como eu sou exímio na defesa de penaltis.
Recebes consultadoria?
(troleirice apagada)
Não, mas recebo trolls e apago comentários imbecis. Olha que desta vez distraíste-te, e ficou um endereço de mail a sério…
Ó JJ olha que tu para intelectulóide de esquerda estás muito radical. Então isto não é um blog democrático?
A democracia não contempla animais de quatro patas, galinhas e trolls. Os animais têm direitos, mas não abusemos.
Parece que o João José Cardoso não compreende que num regime democrático o povo tem de ter acesso à informação sobre o que os seus representantes fazem com a coisa pública. Isso é necessário para averiguar se a gestão realizada por esses representantes é consonante com a nossa vontade, e assim que esses representantes eleitos realmente nos representem. Se os nossos representantes eleitos não fornecem essa informação então nós ficamos sem saber o que se passa. A gestão da nossa coisa pública torna-se muito nebulosa, senão mesmo opaca, e aqueles eleitos com apetência para a sacanice acabam por ter rédea solta.
Pedir informação oficial da Câmara sobre os projectos que faz em nosso nome e com o nosso dinheiro não é fundamentalismo ideológico. É cidadania. É um dever de toda a gente, independente do seu quadrante político. O João José Cardoso parece não compreender isso.
Moral da história: seria melhor se se pensasse realmente nas coisas que se diz em vez de deixar esse condicionamento anti-democrático e fundamentalista obrigar-nos a dizer disparates. Esquerda? Direita? Esses rótulos simplistas podem importar a algumas mentes pouco esclarecidas, mas não devemos deixar esses acessórios sobreporem-se ao essencial. Com fundamentalismos e outras cegueiras ideológicas não há justiça, nem tão pouco democracia.
Ó José: as actas das Câmaras são públicas. Todos estes projectos são municipais.
Tenho mais que fazer do que aturar preguiçosos.
Meu caro Joao Cardoso estive a ler o que os “meninos” escreveram no blog ” Ma despesa publica” e com toda a minha isencao nao vejo razao para tanto azedume da sua parte.
Não é azedume: é a constatação de que uma boa causa quando toma o caminho da preguiça a que se soma muita ignorância, faz estragos na própria causa.