O texto do historiador Fernando Rosas, hoje no Público.
Não era minha intenção intervir na polémica que neste jornal tem oposto os historiadores Rui Ramos (RR) e Manuel Loff (ML), a propósito dos conteúdos sobre a História do século XX da de que o primeiro é, respectivamente, autor e co-autor. E não o faria, se o inacreditável artigo de Filomena Mónica (FM) publicado nestas colunas (1/8) a tal me não tivesse obrigado.
Essa visão — em vários aspectos semelhante ao próprio discurso propagandístico do Estado Novo sobre a I República e sobre si próprio — carece, a meu ver, de qualquer sustentação histórica. E, talvez por isso mesmo, convém salientá-lo, não é subscrita, ao que me parece, por uma significativa parte de historiadores e investigadores que, com diferentes perspectivas, trabalham sobre este período.
As abordagens à I República e Estado Novo pecam por priveligiarem a superestrutura e não reflectirem, mais e com independência. sobre o substracto social onde se localizavam os germens da contestação por acçõe de rua e pelos partidos. Nestes, a tónica dominante foi e tem sido, até hoje, a da defesa dos privilégios e para isso a estratégia seguida pelos ‘clans’ serviu-se de várias ‘ bandeiras’, que ‘hasteavam’ conforme as circunstâncias.
Cartilha “normalizada” do Estado Novo?
Não me parece. “Cartilha” não é o instrumento fundamentall da malta do PC?
Cartilhas há muitas…
“Essa visão [de Rui Ramos, sobre o Estado Novo] carece, a meu ver, de qualquer sustentação histórica.”
Compreendo a que se refere, o autor do texto, Fernando Rosas, mas questiono-me se haverá modo algum de separar idealismos, que inatamente irão sempre ocorrer, perante a análise – principalmente – política de antigos regimes.
Basta até pensar que raramente se faz uma ampla e estóica “dissecação” das influências estrangeiras (aliadas e nazis) que povoavam o Portugal, do Estado Novo.
Talvez seja um influenciado da Obra de Franco Nogueira, não o nego, mas, igualmente, não nego a ampla visão dos factos que tal me proporciona.
Eu prefiro o Franco Nogueira, que de resto é uma boa fonte para os investigadores. É que ao menos esse assume ao que vem. RR finge não assumir.