Annette “Relvas” Schavan

Relvas, afinal, não está sozinho. Nem Sócrates. Nem quejandos flibusteiros.

ImagemA ministra da educação alemã, Annette Schavan, acaba de perder o título de doutor por, alegadamente, ter plagiado grande parte da sua tese.

Antes dela, Karl Theodor zu Guttenberg,  Silvana Koch-Mehrin e Jorgo Chazimar-Kakis, todos políticos do arco de poder alemão, haviam sido despojados dos títulos académicos por iguais razões.

Não adianta, sequer, comentar. Lá, como cá, há complexos que fazem parte da natureza humana na globalidade. Não são apanágio dum povo.

O que é apanágio dum povo é a forma como esse povo lida com a trapaça: exemplares, neste campo, os alemães.

Escreve-se na imprensa que a ministra vai recorrer da decisão. Nada que não esperássemos.

Comments

  1. Maquiavel says:

    Há que fazer a destrinça entre “doutores” e doutores.
    Em Portugal é a maior rebaldaria. Qualquer gato-pingado exige ser tratado por “doutor”, agora até os provindos dos novos bacharelatos (a quem mudaram o nome para “licenciatura”) exibem os cartöes de visita com “Dr.”…
    Na Alemanha pia mais fino, que os graus académicos fazem parte do nome oficial (sim, até no passaporte lá está).
    Por exemplo, num projecto europeu tínhamos o Doktor Doktor Notke (2 doutoramentos, 2 títulos).
    Ao contrário de Sócrates, e especialmente de Relvas, todos os referidos Annette Schavan, Karl Theodor zu Guttenberg, Silvana Koch-Mehrin e Jorgo Chazimar-Kakis mantém o grau de Mestre, i.e., em Portugal continuam a ser “doutores”, aliás, mais doutores que muitos Dr.s por aí.

    • pinho says:

      O caso do socras é mais esquisito.
      É que ele tem um mestrado do ISCTE. Portanto, pode duvidar-se da qualidade da sua licenciatura, mas tem os 4 anos de bacharelato em coimbra, mais as cadeiritas várias tiradas (entre as quais o inglês técnico) depois, e finalmente um mestrado numa instituição prestigiada.
      Se calhar o socras estará mais próximo daqueles alunos marrecos que vão para os colégios e tiram 20 a tudo inclusive educação física. Depois entram nas faculdades à frente de outros que eram melhores, mas fazem o seu curso como deve ser. Tira o curso de medicina, engenharia e afins aos alunos que entraram com “inglês técnico” do colégio?

  2. Maquiavel says:

    Portanto, o seu a seu dono: quanto muito Annette “Sócrates” Schavan, que ela sempre fez algum trabalho académico.

  3. Zé Maria says:

    Serás Armindo ou Arminto?
    Serás o que te apetecer.
    A mim apetece me tecer aqui um comentário sobre quem mistura “alhos com bogalhos” vá lá saber se com que intenção.
    Comparar, compara se, passe a redundância, o comparável.
    Mas não o faço. Hoje não me apetece, mas fica o reparo.

    • Agradeço comentários que me ensinem algo mais: os do Maquiavel, neste post, que acrescentaram algo ao que eu sabia.
      Peregrinações, contudo, só quando faço promessas a um santo da minha devoção. O que não é o caso. Passar bem, Zé Maria. Obrigado, Maquiavel

      • Maquiavel says:

        De nada, Armindo! O importante é que sigamos aprendendo uns com os outros! 🙂

  4. xico says:

    Grande confusão também vai na notícia. O doutoramento foi há 33 anos? A tese apresentada em 1980? Tinha a ministra 23 anos (agora tem 56 anos)? Tão nova e já doutorada? O que é um plágio? Como se faz uma tese de doutoramento, assente na leitura de muitos textos, sem que a mesma fique tão limpa, tão limpa, que nunca possa ter características de plágio? Alguns dos comentadores já experimentou fazer uma tese em filosofia sem que a mesma se pareça com alguma coisa que já tenham lido por aí?

    • A notícia:
      “O Conselho Académico competente declarou inválido o título obtido há 3 anos e decidiu, por 12 votos a favor, dois contra e uma abstenção, retirar o doutoramento à ministra, disse o presidente da entidade, Bruno Bleckmann.
      O Conselho da Faculdade de Filosofia considerou provado que Schavan, de 56 anos, incluiu “de forma sistemática e premeditada” na sua tese doutoral um trabalho intelectual que não é seu”.

      • xico says:

        Do Público:
        “A ministra defende a legitimidade da sua tese, defendida em 1980, e promete recorrer.”

      • xico says:

        Da Wikipedia: “A revista alemã Der Spiegel publicou um parecer escrito por um professor da Universidade de Düsseldorf, que concedeu o grau de doutor a Schavan pela sua tese escrita há 32 anos.

        Este parecer mencionava uma “abordagem plagiarista” na tese. Há, segundo o relatório, o uso de análises de fontes secundárias para fazer crer que a autora teria lido as fontes primárias”
        Neste momento em Coimbra e no Campo Grande, deve haver muita agitação e nervosismo…

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading