Ventos que sopram de Espanha

Touro ESNo dia a seguir ao pedido de demissão da ministra da saúde espanhola, alegadamente envolvida no caso Gurtel, um caso de corrupção que envolve alguns dirigentes de topo do PP, Mariano Rajoy foi ao hemiciclo espanhol dizer aos deputados e ao país que “a maioria dos políticos são decentes” e que “a Espanha não está corrompida”.

Eu não conheço a realidade espanhola o suficiente para me poder pronunciar mas é interessante verificar que, como aqui, existem ministros que pedem desculpa. Claro que, neste caso, o pedido desculpa de Rajoy aproxima-se mais dos pedidos de desculpas de alguns papas pelas heresias eclesiásticas praticadas por alguns dos seus pares do que dos motivos que levam ao mesmo comportamento por cá, regra geral relacionados com incompetência e experimentalismos ocasionais. Sempre muito comovente.

Enquanto o PP afunda e o PSOE se vai aguentando, o Podemos continua a crescer. Pelo menos é o que nos diz uma sondagem publicada há um mês atrás no El País que coloca o partido de Pablo Iglesias na frente das intenções de votos dos espanhóis, ainda que com uma diferença relativamente curta face aos socialistas. Imagino que esta sondagem seja tão credível como as que temos por cá e que não costumam falhar por muito. E se assim é, podemos assistir a uma autêntica revolução política mesmo aqui ao lado. Se é para melhor ou para pior não sabemos ainda. Diferente será com certeza, quando a isso não me parecem restar grandes dúvidas.

Os blocos centrais, um pouco por toda a Europa, parecem estar à beira do abismo e, tal como João Pinto, prestes a dar o passo em frente. Por todo o lado se ouve “corrupção”, “branqueamento de capitais”, “tráfico de influências” e as pessoas começam a dar sinais de exaustão face à incapacidade dos partidos tradicionais em responder e estes problemas, a que se junta a permanente suspeição que deriva de ligações suspeitas entre grandes empresas, bancos, escritórios de advogados e políticos com lugares de destaque nesses partidos. A ascensão do Podemos, a par de outros partidos afastados do “centrão” como a Frente Nacional em França, o UKIP no Reino Unido ou o Syriza na Grécia são sinais de uma mudança em curso no seio da Europa. Em Portugal, o PS arrisca-se a ser arrastado pela furacão Sócrates enquanto sobre o PSD pende uma série de dúvidas sobre escândalos recentes como o caso BPN, a WeBrand ou a famigerada Tecnoforma. Será que sobrevivem ao que aí vem, principalmente quando o juíz Carlos Alexandre parece tão inspirado? Ou serão também levados no vendaval?

Comments

  1. joao lopes says:

    demissão da ministra da saúde espanhola…por andar a esconder carros porche na garagem.condenação do Duarte do psd por andar a esconder milhões.olá cavaco/paulo portas…


    • o Cavaco já foi beatificado, nunca lhe irá acontecer nada. já o Portas, esse é profissional de fuga entre os pingos da chuva, quando o mundo acabar ele escapa na arca lol


  2. Está para lavar e durar mais uns aninhos

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