Governantes radicais na Europa, como sabemos, só existem na Grécia. Aquela malta do Tsipras é uma ameaça qualquer que ainda não sabemos bem em que consiste mas é gente perigosa, não tenhamos dúvidas.
Já Viktor Orbán é gente boa e lidera um partido conservador que até faz parte do Partido Popular Europeu, o mesmo de PSD e CDS-PP. Por falar em PP, aposto que o ditador primeiro-ministro húngaro já deve ter tido a oportunidade de saudar Paulo Portas pela sua intervenção sobre o papel procriador e doméstico das mulheres. Haja quem defenda o respeitinho, a moral e os bons costumes.
Mas voltando a esse belo ser humano que é Orbán, é um alívio saber que existe tão corajoso democrata numa zona tão sensível no panorama actual como a Hungria. Numa cruzada pela paz e pela segurança do Velho Continente, haja quem tenha coragem de fazer aprovar legislação para que o exército húngaro possa, a partir de hoje, usar gás lacrimogéneo, balas de borracha e armas de pressão de ar contra emigrantes que tentarem cruzar a fronteira. Sabemos bem que isto é tudo malta do Estado Islâmico, dizem as redes sociais que as próprias crianças já nascem com bombas, e a Europa está efectivamente em perigo. Vale a pena ler as declarações emocionantes e dignas de um estadista à altura das circunstâncias:
Marchemos contra os terroristas! Heil Orbán!
[…] da pena de morte em toda a Europa, se clama para criação de campos de trabalhos forçados ou se trata refugiados como lixo não-reciclável. Para a comunicação social colaboracionista e para o regime, trata-se de um conservador e não de […]