Circula por aí esta foto que não só é parte relevante de um grande retrato que aos poucos se vai compondo, o do drama dos refugiados que tentam chegar à Europa, mas é também dessas que nos fazem sorrir e renovar a esperança nessa frágil possibilidade de entendimento entre as criaturas humanas.
Lefteris Partsalis, fotógrafo grego, chegou a Lesbos e encontrou os barcos, a gente desesperada, as crianças a tremer de frio, o choro contínuo, os corpos naufragados, e foi isso que fotografou. Ou nem fotografou, porque, como contam muitos repórteres, o mais frequente é ter de pousar a câmara para poder ajudar quem chega.
Depois, em algum momento da sua estada em Lesbos, passeou-se entre os vivos – os que chegavam e os que sempre lá estiveram – e encontrou uma jovem mãe refugiada que tentava acalmar o seu bebé em pranto. Ao seu lado, estavam sentadas três anciãs gregas. Uma delas perguntou à jovem se a deixava pegar no bebé. Disse-lhe, em grego, que sabia como fazê-lo parar de chorar. A jovem entregou-lhe o bebé e, conta Lefteris, o choro terminou nesse instante.
Embalado por uma avó grega, o pequeno sentiu-se em casa. O amor, a gente às vezes esquece-se disto, não precisa de falar o mesmo idioma.
Obrigado por escreveres. Pelo calor humano das tuas palavras.
Faço minhas as palavras do Pedro Marques Carla. O almoço soube-me particularmente bem 🙂
Como te entendo. Os meus almoços também sofrem ou beneficiam segundo o que li durante a manhã. Alegro-me por te ter dado um digestivo 🙂
Escrever eu tinha mesmo de escrever, agradecida fico eu por ser lida, Pedro.
Escreva sempre. Ora essa, é uma honra poder lê os seus textos.
As suas crónicas não acabam quando as acabamos de ler.
As suas poucas palavras funcionam como um STOP na leitura frenética do dia a dia. Vou fazer um intervalo. Obrigado.
Já ganhei a noite!
vou roubar a história e postar no meu mural… uma história que espero que acabe bem!!! Bem haja por a contar!
Esta foto parece tirada do tempo do fascismo salazarista, onde os novos tinham de emigrar e só ficavam os velhos pobres analfabetos que nunca viram uma criança na aldeia devidi á emigração forçada pela direita.