Desculpem lá

mas ainda os votos estão quentes e já se diz isto?

Um país a crescer pouco, onde o número de pessoas tende a encolher, mas com demasiados desempregados. O novo Governo vai herdar uma economia mais pequena do quem 2011, mas com mais dívida pública. Mesmo que o estímulo ao crescimento faça parte dos planos, a próxima legislatura será sempre marcada por uma forte pressão para baixar despesa e pagar a quem tem financiado o país. [Económico]

Onde é que estava esta gente há uns dias? E isto dito agora é para preparar o quê? Ou muito me engano, ou começou a campanha de justificação do falhanço que será a próxima governação. Porque, sejamos claros, não estamos melhor, conforme andou a PAF a dizer. Pelo tom, tenho aqui um polegar que adivinha que o bode expiatório será, novamente, o que se passou quase há cinco anos.

Fanatismo ideológico pós-eleitoral

WS MLA

Satisfeito com a recondução da coligação PSD/CDS-PP ao poder, Wolfgang Schäuble fez eco da narrativa de Jean-Claude Juncker, que na manhã seguinte ao acto eleitoral em Portugal afirmava, através do porta-voz da Comissão Europeia, que

Os resultados desta eleição confirmam o desejo da maioria dos portugueses em prosseguir o caminho das reformas.

O sinistro ministro das Finanças alemão, em linha com o seu funcionário luxemburguês, reforçou a ideia

Isto mostra que uma política pode ter sucesso, e ser apoiada por uma maioria, mesmo que imponha medidas duras à população.

Em sintonia com os anteriores, o impronunciável Jeroen Dijsselbloem, presidente do Europgrupo, referiu que

De alguma forma, são boas notícias que um Governo possa ganhar eleições depois de implementar medidas duras que eram necessárias.

E rematou

Não acho que haja razão para uma grande mudança de políticas actualmente.

A ver se nos entendemos: os resultados desta eleição dão a vitória aos partidos da coligação. Isso é inequívoco. Tal não significa, porém, que a maioria dos portugueses pretende, como referiu a Comissão ou Schäuble, “prosseguir o caminho das reformas” e que essas reformas e “medidas duras” sejam apoiadas pela maioria. Não sei se estes indivíduos tiveram a oportunidade de olhar para os resultados do sufrágio, mas a verdade é que a maioria dos portugueses votou à esquerda do espectro e que a coligação teve um resultado inferior ao resultado isolado do PSD em 2011, ficando abaixo dos 39%. [Read more…]