Joana Lopes
“Olhares sobre as legislativas 2015” é uma série de perspectivas diferentes, políticas ou não, num espaço de temática marcadamente política. Escreva-nos.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
“Olhares sobre as legislativas 2015” é uma série de perspectivas diferentes, políticas ou não, num espaço de temática marcadamente política. Escreva-nos.
Queridos amigos xenófobos, simpatizantes de Duarte Lima, herdeiros dos torcionários da PIDE, viúvas de Salazar, adeptos da Troika, portadores de cérebros bafientos, tocadores de cassetes estafadas, filósofos de pacotilha, caciques ressabiados, frequentadores da revista Cristina, marialvas, totós, senhores penteadinhos, chicos-espertos e quejandos: Vou dar-vos esta notícia a preto e branco porque se me acabaram os lápis de cores: Cristo desceu à terra. Está escondido no bolso do Sr. Primeiro Ministro.
“Olhares sobre as legislativas 2015” é uma série de perspectivas diferentes, políticas ou não, num espaço de temática marcadamente política. Escreva-nos.
Junto-me aos aventadores que dissertaram sobre o seu sentido de voto, aproveitando para sublinhar o aspecto plural do Aventar.
Há quatro anos e meio escrevi umas linhas e agora, ao reler, até parece que estava a falar da presente campanha eleitoral.
Depois de seis anos de campanha eleitoral, em quem votar? No que me toca, já lá irei, mas antes gostaria de explicar esta da campanha eleitoral dos seis anos. Para tal, socorro-me do recorrente anúncio do sucesso frustrado, sendo o grande feito das contas públicas o último acto desta tragédia. Em Fevereiro, o governo lançou aos quatro ventos a ideia de termos um tal sucesso ao nível da execução orçamental que havia um excedente orçamental. A comunicação social nem questionou os dados embrulhados em celofane que, certamente, as assessorias de imprensa prepararam. Apresentei na altura as minhas dúvidas e, há dias, vi-as confirmadas quando a Unidade Técnica de Apoio Orçamental nos informou que apenas se tinha adiado o pagamento de contas.
As sondagens estão todas erradas, mas não tanto que não seja possível encontrar uma tendência. O PàF vai ganhar, perdendo mais de meio milhão de votos em relação às eleições de 2011, e o PS fica ali naquele limiar de quem nem sobe nem sai de baixo – também se diz de outra maneira, mas não é aqui o lugar e a hora.
Mas a ‘esquerda’ – ou lá o que é isso – vai ter mais deputados que a ‘direita’ – ou salvo seja. Lindo molho de bróculos!
Ou seja, o senhor gajo que vai faltar às comemorações do dia daquela coisa de que ele é presidente, vai ter uma decisão evidente, que é dar posse ao Passos&Portas, Lda. Mas verá cair nos dias seguintes o Governo que nomeou. Para os mais velhos, o nome de Nobre da Costa começa a soar no horizonte… [Read more…]
Ontem, o Bundestag [o parlamento alemão] debateu a proposta de reforma da lei do asilo actualmente em vigor na Alemanha. A lei será sem dúvida votada favoravelmente pela chamada Grande Coligação, o que deverá acontecer em Novembro. Mas a reforma apresenta aspectos preocupantes e até mesmo anti-constitucionais.
São 94 páginas de novas medidas que o Governo alemão pretende fazer passar no Bundestag o mais depressa possível. O problema é que o pacote legislativo contém elementos que ferem os princípios da dignidade humana e até mesmo os direitos humanos universalmente consagrados. Se por um lado asseguram cuidados de saúde e formação em Língua e civilização alemãs para os refugiados, por outro suprimem direitos que a actual lei assegura: o existente pequeno subsídio de sobrevivência (uma média de 143 euros/pessoa/mês), que a proposta de lei pretende fazer substituir por uma «prestações em géneros». Assim fazendo, a nova lei, pelo reforço do papel assistencialista do Estado, vai dificultar a integração dos refugiados, manietando a sua autonomia e remetendo-os à indigência.
A reforma da referida lei favorece também a expulsão rápida dos refugiados cujos pedidos sejam indeferidos pelo sistema. A Amnistia Internacional e a ONG ProAsyl consideram que ela boicota o trabalho das organizações humanitárias e que favorece a criminalidade. [Eurojournalist]
Umas eleições deveriam ser, basicamente, a escolha de quem nos vai governar nos quatro anos seguintes. Ou seja, o juízo de valor que sustenta a decisão de um qualquer voto, definir-se-ia pelo resultado da análise de quem seria mais capaz para gerir os destinos do País. No entanto, e compreensivelmente, aquele processo mental sofre a influência de muitas outras variáveis, com uma acima das outras todas: o julgamento do Governo que esteve em funções na legislatura que termina. Legítimo e natural.
Deste modo, temos duas vertentes principais que determinam a escolha que se fará no próximo dia 4 de Outubro: quem preferimos que nos governe nos próximos 4 anos e se sancionamos o que o Governo fez nos 4 anos que agora terminam.
A dívida pública está já 6000 milhões de euros acima da meta do governo para 2015 (Dinheiro Vivo).
Não votes, não questiones, não discutas, não opines e nem te atrevas a pensar que podes fazer a diferença.
Resigna-te. E agradece a Deus as canetas e os aventais que te deram.
Amnésia, tracking polls, crucifixos, ameaças, retratos salazarentos das mulheres, ameaça de caos, o espectro do senhor engenheiro e números, muitos números, números escondidos, números mentirosos, números torcidos. Tantos números que fiquei com a cabeça à roda. Incorrigível vi os debates, as reportagens de campanha, ouvi alguns “opinadores”, não todos… Sou eleitora, mas não mártir. Li os programas eleitorais, de todos os partidos com representação parlamentar, na parte que diz respeito à cultura. A minha doidice chega a este ponto. Com honrosas excepções – só generalidades. [Read more…]
Apesar da confiança absoluta grande e boa na vitória este Domingo, as tropas da coligação não perdem uma oportunidade para fazer uso da arma do eleitoralismo, colocando ao seu serviço os recursos comuns do Estado bem como a influência dos seus governantes que nas últimas semanas pararam de trabalhar para se dedicarem à campanha dos seus partidos.
Sabemos que a caça ao voto desde São Bento já começou há alguns meses. Acenaram-nos com a possibilidade de descidas de impostos e reposição de cortes, mais recentemente com a devolução da sobretaxa em função do resultado da execução fiscal, imprevisível, e agora, na recta final, surgem alguns incentivos extra com todo o habitual descaramento a que estas coisas obrigam. [Read more…]
Os portugueses são um povo neurótico, a precisar de colo e de se pensar a si próprio e à sua existência. Carlos Céu e Silva, psicólogo clínico, pensa que o considerável aumento do mal-estar que a austeridade provocou espelha de forma preocupante as patologias mentais de uma sociedade doente. E responsabiliza os políticos portugueses por esse quadro depressivo.
(c) Sandra Bernardo
Há dias, no Facebook, apareceu uma frase que creio que define bem o mal-estar que está na raiz de várias patologias que afectam os portugueses. Essa frase diz assim: «Doutor, sofro de retenção de tristeza». O que pensa da frase?
Diria que a partir do momento em que a pessoa expressa de forma tão clara o seu mal-estar, uma parte do caminho já se fez. O sofrimento mais profundo e mais existencial da nossa vida, nós temos muitas vezes dificuldade em expressá-lo, ele não é sempre traduzível em palavras. Nessa medida, essa frase indica muito claramente que a pessoa que a diz está muito triste, ou muito melancólica, relativamente a uma sociedade que não corresponde ao seu ideal. Penso, também, que há depressão na existência dessa pessoa. Mas não posso saber, apenas pela frase, a gravidade dessa depressão, o grau que tem na sua vida diária e de que forma a afecta.
O que transforma essa frase num enunciado significativo é a palavra retenção. Porque essa palavra diz-nos que há uma justaposição de várias camadas de tristeza que estão retidas, que não foram ainda ou libertadas ou transformadas noutra coisa.
Concordo. Mas podemos também interpretar essa palavra de outra forma, porque ela também pode dizer-nos que a pessoa detém um poder individual sobre a situação.
Que é capaz de se auto-controlar?
Sim. E talvez até de um egoísmo.
Não percebo a ideia de egoísmo. Pode explicitar?
Se olharmos para o ser humano nas suas componentes internas e mentais, percebemos que há sempre egoísmo, porque para sobrevivermos tem de haver da nossa parte um constante esforço suplementar. É porque temos esse poder individual, seja ele mental, emocional ou fisiológico, que somos capazes de reter – tal como uma criança se torna capaz de controlar a micção, por exemplo. A capacidade de retenção tem a ver com a forma como nós nos concebemos como seres individuais e sociais. E é este conflito, por vezes desorganizado, que faz com que possamos sentir-nos melancolicamente desprovidos de capacidade para viver socialmente em equilíbrio.
Considera, ou não, que a frase define o povo português?
Considero que define bem e mal o povo português. Define bem porque de facto o povo português é um povo que deseja poder, que deseja conquistar poder, e também o poder de se auto-controlar. Mesmo que depois experimente dificuldade em ter poder, em lidar com o poder, qualquer que seja. E define mal porque quando o português adquire poder, a forma como o gere revela uma dificuldade operacional em assumir conscientemente as suas decisões. E revela também um equívoco, porque a relação com o poder não obriga ao uso de autoritarismo, mas a uma disciplina afirmativa e estimuladora.
O que quer dizer quando diz que os portugueses não lidam bem com o poder?
Quero dizer que nós, portugueses, historicamente, não fomos e continuamos a não estar preparados e a não ser educados para o poder. O português típico deseja o poder, e inveja o poder de quem o tem. Quem tem poder é sempre visto pelos portugueses como um ser a abater. Porquê? Para que possam substituir os outros nesse poder.
Podemos encarar isso como um defeito constitutivo do carácter nacional?
Podemos. Mas vale a pena perguntar porquê, por que é que esse carácter tem essas características? Porque é que nós, portugueses, somos tipicamente invejosos e temos, tipicamente, a tendência para ver o outro de forma deturpada e como um ser ameaçador?
Porquê?
A nossa história existencial enquanto povo, e a criação da nossa pátria enquanto chão, mostram-nos que fomos sempre assim. [Read more…]
Actualizado às 14h38.
Eu acredito na social-democracia. Por isso inscrevi-me faz quase 25 anos no Partido Social Democrata. O fundador do PPD/PSD, o saudoso Dr. Francisco Sá Carneiro, consubstanciou o seu pensamento politico no ideário de Eduard Bernstein, de Karl Kautsky e no SPD Alemão, do pós – segunda guerra mundial, de Willy Brandt e de Helmut Schmidt, adaptando-o ao contexto cultural português e à nossa sociedade. O programa de Godesberg teve também uma influência importante na definição do pensamento social-democrata fazendo, desta forma, um corte com o socialismo-marxista. Entendo e defendo a social-democracia como uma ideologia em que o estado social deve assentar em três pilares basilares, a saúde, a educação e a segurança social. E estes pilares devem ser garantidos pelo Estado.
Tenho a honestidade intelectual de reconhecer que o governo de Pedro Passos Coelho, em diversas situações, esteve longe do cumprimento do ideário social-democrata, mas também reconheço que a conjuntura económico/financeira em que encontrou o País não deixava muito margem para a sua execução. Nenhum político faz cortes com prazer. Faz porque é obrigado a fazê-los. E Passos Coelho assim foi obrigado. Não fez tudo bem. Entendo que poderia ter tomado outras decisões e fazer as coisas de uma outra forma. Elogiei muitas vezes o Primeiro-Ministro, mas também fui critico em função de algumas das opções tomadas. Mas ser Primeiro-Ministro não é fácil, muito mais, na conjuntura que teve que enfrentar. Passos Coelho traçou um rumo, trilhou um duro caminho, conseguiu recuperar a credibilidade do país junto dos nossos credores e a nossa economia começa a dar sinais de uma efectiva recuperação. É óbvio que estes resultados foram alcançados com o sacrifício de muitos milhões de portugueses. Mas é o próprio Pedro Passos Coelho o primeiro admitir que sem a colaboração dos portugueses nada disto teria sido possível.
Diz que sacou de um crucifixo. O Passos. Na recta final, enquanto distribuia beijinhos por velhinhas acamadas e jurava que tinha muita fé nas pessoas (já a Cristas era mais fé que chovesse mas não me lembro se realmente choveu). Há dois anos, coube a Portas agradecer a “intervenção de Nossa Senhora” a respeito de uma coisa qualquer que metia marés e petroleiros.
[Como diria o António Nobre: “Georges! anda ver meu país de Marinheiros, / O meu país das naus, de esquadras e de frotas!”] [Read more…]
“Olhares sobre as legislativas 2015” é uma série de perspectivas diferentes, políticas ou não, num espaço de temática marcadamente política. Escreva-nos.
Hoje liguei e televisão para ver o Ricardo Araújo Pereira na TVI e, depois de uma sessão de Cavaco contra Cavaco, assisti a algo que, apesar do nível primário a que a campanha da coligação PSD/CDS-PP desceu, não esperava ser possível. Aos 7.20 minutos do Isso é tudo muito bonito mas, surge um indivíduo, possivelmente candidato pela coligação, que nos brinda que esta pérola que entra directamente para o top 10 do elogio do oportunismo com requintes de estupidez: [Read more…]
Há umas semanas, algures entre o Teams e o Zoom, o cronista apresentou, entre outros artigos, os New Methods for Second-language (L2) Speech Research, do Flege — e achou curiosa a serendipidade do próximo parágrafo que lhe caiu ao colo, o dos new methods do nosso querido Krugman. A serendipidade. Nada encontrareis igual àquilo. Nada. Garanto. […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Rotura? Rotura incide sobre o físico (ligamentos, canos). Ruptura, sim, diz respeito à interrupção da continuidade de uma situação. Ruptura, portanto. *Rutura não existe.
O analfabetismo tem 292 809 pessoas, enquanto no Porto há menos de 232 000 (dados de 2021).
O assunto é tão grave que até partilho um artigo do Expresso.
Amanhã, em Liège, no Reflektor, Thurston Moore Group (com Steve Shelley). Depois de amanhã, em Courtrai (Kortrijk, no original), Lee Ranaldo, com os fabulosos The Wild Classical Ensemble. Só nos falta a Kim Gordon.
Pais pedem aulas extra para compensar efeitos das greves de professores
o Novo Banco começou a dar lucro. 561 milhões em 2022. E tu, acreditas em bruxas?
Durão Barroso não é nem padre, nem conservador: é José, não é [xoˈse], pois não, não é. Irá casar-se (com alguém). Não irá casar ninguém.
no valor de 3 milhões de euros, entraram no país de forma ilegal? Então o Bolsonaro não era o campeão da honestidade?
fixou o preços dos bens essenciais, em 1980, para combater a inflação. O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.
Enforcamento, ataque cardíaco e quedas de muitos andares ou lanços de escadas, eis como se “suicidam” os oligarcas na Rússia contemporânea. Em princípio foram gajos da CIA. No Kremlin são todos bons rapazes. Goodfellas.
Retirar “referências racistas” dos livros/filmes de 007? Qualquer dia, ”Twelve Years a Slave” ou “Django Unchained” serão cancelados.
Foi para isto que vim ao mundo? Estava tão bem a baloiçar num escroto qualquer, tão descansadinho.
E uma linguista chamada Emily M. Bender está preocupada com o que irá acontecer quando deixarmos de nos lembrar disto. Acrescente-se.
Foto: New York Magazine: https://nym.ag/3misKaW
Exactamente, cacofonia. Hoje, lembrei-me dos Cacophony, a banda do excelente Marty Friedman. Antes de ter ido para os Megadeth, com os quais voltou a tocar anteontem. Siga.
Oh! E não se atira ao Pepê? Porquê? Calimero, Calimero. Aquele abraço.
O que vale é que em Lisboa não falta onde alojar estudantes deslocados e a preços baratos.
Onde? No Diário da República e no Porto Canal. That is the question. Whether ‘tis nobler in the mind to suffer… OK.
Maria de Lurdes Rodrigues escreveu uma crónica intitulada “Defender a escola pública”. Em breve, uma raposa irá publicar um livro intitulado “Defender o galinheiro”
Lição n.º 1: Concentrar elementos do mesmo campo semântico. Exemplo: “Erguemos os alicerces necessários para podermos afirmar hoje, com confiança, que não começámos pelo telhado. A Habitação foi sempre uma prioridade para nós“.
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