que Cavaco Silva indigite Passos (Santana Lopes, um “modesto comentador” na SIC-N).
Contra-argumento #5.
“Manda o bom-senso e a História”
Interpretações
Consta que os Professores Bambo, Karamba, Djabi e Saku, assistidos pela bruxa Maya, se propõem constituir uma task force a fim de interpretar os votos dos eleitores do PS. A Madame Mim e a Maga Patalógica, por sua vez, vão encarregar-se de perscrutar o que se passa nas profundidades dos sombrios corações dos eleitores da CDU e do BE.
Carta do Canadá: Canadá vira à esquerda
Tem 43 anos, foi professor de matemática e monitor de desportos de Inverno. Em estudante, serviu às mesas como é de uso entre os jovens canadianos durante o verão. É o novo primeiro ministro do Canadá e chama-se Justin Trudeau. Vai, com a sua bonita mulher, criar os seus filhos na mesma casa em que ele mesmo foi criado, na Sussex Ave, em Otava. Porque é filho de Pierre Trudeau, que foi primeiro ministro do Canadá de 1968 a 1984 e deixou uma marca inapagável no país. Homem de esquerda, pôs o Canadá independente com apoio de toda a população, mas manteve a chefia do estado nas mãos da Rainha Isabel II, o que é mais barato e evita as confrontações de tantos em tantos anos. Fixou a construção do Canadá sobre a base do multiculturalismo. Nascido francófono, Pierre Trudeau enfrentou com determinação patriota o movimento separatista do Quebeque. Era superiormente inteligente, culto, idealista e pragmático. Toda a nação se lhe rendeu. O seu funeral foi uma irrepetível emoção colectiva, a que se agregaram Fidel Castro e Jimmy Carter, bem como a hierarquia cristã do país. Impossível esquecer os que, nos campos e nas estações ferroviárias, esperaram horas para poder acenar a despedida ao comboio que levava a urna, de Otava até Montréal, para o seu túmulo.
“Costa, um homem devorado pela ambição de governar e angustiado com a própria sobrevivência política”
Narcisos murchos
Talvez o mais bonito deste pequeno drama pós-eleitoral tenha sido observar o CDS-PP tomar consciência, dia após dia, da sua indiscutível insignificância.
A saída de Belém III
Cavaco terá que ser, finalmente, Presidente, nem que seja por um só dia. O mercado das destruidoras de papel está em alta no Terreiro do Paço.
À saída de Belém
António Costa marca um momento histórico da Democracia Portuguesa: “Dissemos ao PR que, em face dos contactos com o PCP e BE, estamos em condições para formar governo com suporte maioritário no parlamento e estável.”
Sim. É mesmo isso, se Carlos Abreu Amorim e Luís Menezes estão contra, é porque deve ser bom para o povo.
O frentismo dos mercados
A estratégia do medo e o papão comunista continuam na ordem do dia. Por todo o lado, PàFs e Pàfas disseminam a má nova da catástrofe que se avizinha e anunciam, com a precisão e coerência que lhes é conhecida, que o fim está perto e que os mercados serão impiedosos. Pena os mercados não quererem colaborar o que, convenhamos, é uma enorme injustiça. Anos e anos a defender a sua supremacia, a defender cortes e atropelos constitucionais, e agora que eles mais precisam deles, os sacanas mercados fazem o que melhor sabem fazer: estão-se nas tintas para tudo e para todos.
Vem isto a propósito dos dados ontem revelados que dão conta da descida dos juros das Obrigações do Tesouro, cujo prémio de risco terminou a sessão de ontem no mercado secundário em níveis anteriores aos registados antes das eleições. Que diabo! Então e a ameaça do frentismo, o perigo iminente da estalinização do país, os gulags ao virar da esquina e golpe de Estado em curso? Pobres palermas, nem a chantagem dos mercados lhes deixam fazer. Não há direito!
Imagem: O Grito, Edvard Munch
O Dicionário Filosófico de Voltaire: Liberdade de Pensamento
Por volta do ano de 1707 quando os ingleses que haviam vencido a batalha de Saragoça protegiam Portugal e na mesma altura em que, durante algum tempo, deram um rei a Espanha, Lord Boldmind, um oficial que tinha sido ferido, estava a tomar as águas em Barèges. Ele encontrou nesse local Conde Médroso que tinha caído do seu cavalo atrás da bagagem, a uma légua e meia do campo de batalha e que também tomava as águas. A Inquisição era-lhe familiar enquanto Lord Boldmind era apenas familiar na forma de conversar. Um dia, após o vinho, ele teve o seguinte diálogo com Médroso:
A sentença que condenou Eduardo Vítor Rodrigues deveria ter outros destinatários.
O Tribunal Administrativo e Fiscal condenou a Câmara de Municipal de Vila Nova de Gaia ao pagamento de 13,9 milhões de euros pelo incumprimento das contrapartidas acordadas em 2002 com a sociedade José Miguel & Irmão, proprietária dos terrenos da VL9, a via rápida que liga Gaia à Ponte do Infante e ao Porto.
Este acordo, assinado em Outubro de 2002, entre as partes, definia a cedência de terrenos de forma a permitir a execução da acima referida VL9. Em troca, a autarquia de Gaia, então liderada por Luís Filipe Menezes, comprometeu-se a realizar as infraestruturas nos terrenos sobrantes no prazo de 30 meses e a atribuir cerca de 100 mil metros quadrados de construção à supracitada sociedade. Contudo a 28 de Abril de 2005, data limite para o cumprimento do acordo, nenhuma infraestrutura tinha sido feita, o que levou a empresa José Miguel & Irmão a interpor uma acção judicial contra a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
Esta sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal ( TAF ) do Porto não é passível de recurso e dá fim a um processo judicial que durava há cerca de 10 anos. Até aqui tudo bem. A autarquia não cumpriu com o acordado, a empresa prejudicada intentou a respectiva acção judicial, agora temos uma sentença judicial não passível de recurso que vai obrigar a Câmara de Gaia ao pagamento da indemnização definida pelo TAF.
Sapos com arroz
Aparentemente, Pedro Passos Coelho já tem a constituição do novo governo na cabeça, faltando apenas ser chamado pelo senhor Aníbal para a expectável coroação. E agora que Portas colocou o lugar à disposição, será António Costa o preferido a ocupar o cargo de vice-primeiro-ministro? Seria estranho que não fosse, os próprios eleitores da PàF votaram na coligação com essa possibilidade em perspectiva e é sabido que era esse o desejo de Passos Coelho, o tal factor de confiança e estabilidade que faltava. Já em Abril, o ainda primeiro-ministro afirmava, perante o Conselho Nacional do PSD, que era sua vontade governar com o PS. Tal como José Matos Correia, o dirigente “social-democrata” que elaborou o programa de governo da coligação, que em entrevista ao DN há duas semanas garantia que uma hipotética coligação com o PS estava em cima da mesa. Afinal de contas, não estamos em tempo de simulacros negociais.
P.S. O almoço de hoje na cantina da creche do PàF são sapos com arroz. Sim, outra vez arroz.
Foto: LUSA@Zap
As notícias que não passam nas tevês portuguesas #3
Henriette Reker foi eleita Presidente da Câmara de Colónia, na Alemanha, com 52,7% dos votos. Mas ainda não sabe, porque no dia anterior foi vítima de uma brutal agressão – que visou o seu trabalho na direcção dos serviços de integração de imigrantes da cidade e na gestão dos refugiados que ali têm chegado. Eis o resultado do discurso de ódio e desresponsabilização dos governantes alemães. [Eurojournalist]
Portas ” oferece ” lugar de vice primeiro-ministro a António Costa.
A noite passada Paulo Portas deu à TVI uma memorável entrevista. Foi notório o esforço de mostrar à saciedade a sua humildade. Aliás, se existe virtude que Portas tem é sem dúvida a humildade. Os portugueses devem ter ficado deveras convencidos e até comovidos com o líder do CDS. Todos ainda nos recordamos de uma famosa entrevista que deu a uma estação de televisão na época em que ainda era jornalista e director do célebre semanário ” Independente “. Nessa entrevista ficamos com a ideia absoluta que estávamos perante um homem de uma humildade singular e uma vida dedicada ao serviço público.
Na entrevista de ontem deu mais uma exemplo de uma humildade fora do comum. Não é que Paulo Portas até nos disse que estaria disponível, para em nome da estabilidade governativa e do superior interesse público, para ceder os seu lugar de número dois do governo a António Costa. Das três uma: ou está a gozar com os portugueses ou perdeu a completa noção do ridículo ou então no seu enorme ego avança o velho sonho de ser líder no PSD.
Num governo de uma eventual coligação entre PSD, PS e CDS, que defendi que seria aquele que melhor defenderia os interesses do nosso país durante os próximos quatro anos, estes três partidos, totalizariam na Assembleia da República 193 deputados, em que o PSD teria 89 deputados, o PS ficaria com 86 deputados e o CDS com apenas 18. Estes dados traduzidos em termos percentuais corresponderiam a uma representação parlamentar de 46,11% do PSD, de 44,56% do PS, ficando o CDS com apenas 9,33% de representatividade na Assembleia da República.
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