Presidenciais (2): os resultados em Gaia

O Aventar é um espaço com história na blogosfera e creio que parte do seu sucesso resulta da nossa (in)capacidade de trazer à antena, visões que, quase sempre, ficam à margem das redacções. Tenho procurado promover essa característica trazendo Vila Nova de Gaia para o Aventar. Tenho um novo camarada geográfico e mesmo correndo o risco de tornar Gaia mais famosa que a Trofa, parece-me que é importante mostrar uma outra realidade.

Há de facto um lugar comum por estes lados que, confesso, tem pouca adesão com a realidade, até porque o Paulo numa dupla postagem, comete uma contradição – retira aos dirigentes nacionais do PSD o sucesso da vitória de Marcelo, mas depois atira para o PS Gaiense a responsabilidade pela derrota. E, nestas coisas, ou há…

Vejamos a história:gaiapresidenciais

  • Cavaco foi eleito com 50.64%, para voltar a ganhar, há 5 anos, com 52.95%. Em Gaia, começou por ter 46, 63%, para depois ganhar com 50.63%. Passou de 71568 votos para 62194 votos. Em ambos os casos, nada de muito diferente entre os resultados do país e do Concelho.
  • Sampaio, por sua  vez, nas primeiras Presidenciais deste século, teve 71236 votos em Gaia, 4 pontos percentuais acima do resultado nacional.

Não creio, ao analisar estas três eleições, que se possa concluir uma diferença significativa no comportamento eleitoral de Gaia. Mas, vejamos alguns dados relativamente às legislativas no presente século:

gaialegislativas

  • à excepção de 2002, os resultados concelhios deram a vitória ao partido que venceu a nível nacional e os resultados não são, tal como nas presidenciais, nada de muito diferente.

Assim, no meu momento Pedro Magalhães que continua a ser um brilhante analista dos dados eleitorais e das sondagens que se vão fazendo diria que, Gaia não é, nem socialista, nem social democrata. É um território urbano, com algumas marcas de ruralidade e onde os resultados estão, quase sempre, em linha com os resultados nacionais. Há por isso algum exagero na forma como se olham para resultados locais, com olhares nacionais, quando, ainda por cima, estas Presidenciais tiveram, objectivamente, de fora das esferas partidárias. Percebo que a nova liderança laranja cá do burgo queira marcar posição para um futuro embate autárquico, mas creio que deverá escolher outros argumentos. Por exemplo, pode começar por apresentar a versão social democrata para o desastre financeiro da dupla Menezes / Marco António.

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