Rui Naldinho
Pedro Passos Coelho reconheceu no último domingo, dia de eleições nos Açores, que aquele não era dia de festa. Pudera! Com aquele resultado, só se festejassem a perda de um deputado do PS, que anda assim manteve uma maioria absoluta sólida.

Foto: PSD Açores
O PSD, ainda não percebeu que dificilmente voltará a ganhar um acto eleitoral enquanto não mudar o seu discurso, onde a narrativa do medo é constante. Parecem os tutores daqueles colégios internos na velha “Albion”. Mas isso não basta. Pedro Passos Coelho, cuja credibilidade está bem mais debilitada do que a da Geringonça tem de se afastar, levando alguns dos indefectíveis com ele, para que o partido se renove, e dê novas respostas aos anseios do seu eleitorado.
Há duas coisas que as lideranças partidárias do PSD e do PS têm de entender de uma vez por todas.
Na conjuntura actual, a probabilidade de haver uma maioria absoluta de um só partido é quase nula. À direita, ainda menos, mesmo na versão PAF.
À esquerda, o PS que se desengane se está a pensar atingir um resultado eleitoral numas legislativas, à Vasco Cordeiro, com 46,4% do eleitorado.
Depois de Sócrates ter tido a primeira maioria absoluta para o PS, e, a sua governação ter dado no que deu, dificilmente o PS pode nos próximos anos sonhar com uma maioria absoluta. António Costa, que já teve o mérito de colocar o antigo primeiro-ministro do PS na prateleira, ignorando-o de forma deliberada, vai ter de gerir muito bem a Geringonça para que ela não se estatele no chão, e, só depois, talvez consiga convencer o eleitorado a dar-lhe mais qualquer coisita.
As pessoas não são estúpidas!
Penso que o PSD vai aguentar o PPC até às autárquicas, caso os resultados sejam desastrosos, aí acredito no seu afastamento.