100 Anos da Estação de Porto São Bento *

** Projectada pelo arquitecto portuense José Marques da Silva, em 1899, e decorada com azulejos do pintor Jorge Colaço, a Estação de Porto São Bento ou Estação Central, é uma obra ímpar em património azulejar, uma das mais bonitas estações ferroviárias do mundo.
O primeiro projecto para a construção da estação é apresentado em 1887.
A ligação ferroviária entre Campanhã, estação comum às linhas do Norte, Minho e Douro, e o centro da cidade, fez-se em Novembro de 1896, depois de perfurados os fundos da Quinta da China, Monte do Seminário e da Praça da Batalha.
Em 1896, a estação não passava de um edifício provisório, um barracão de madeira.
Em 1899, o arquitecto portuense José Marques da Silva é encarregado de elaborar o projecto definitivo para a Estação de São Bento.
Os trabalhos de construção apenas se iniciaram em 9 de Novembro de 1903.
Em 1905 Jorge Colaço apresenta uma proposta para ornamentação e revestimento do vestíbulo da estação com azulejos.
5 de Outubro de 1916– Inauguração da estação – dupla funcionalidade: Estação e monumento de reforço do centro da cidade como elemento dinamizador da vida portuense.
9 de Maio de 2011 – Concluídos os trabalhos de conservação e restauro dos painéis de azulejos que compõem o vestíbulo da estação.
Agosto de 2011 – revista norte-americana Travel+Leisure elege a Estação de São Bento como uma das catorze mais belas de todo o mundo.

* Monumento Nacional.
** in “Linha do Minho – Estação de Porto São Bento, particularidades de um espaço“, 24 de Maio de 2012, Edição REFER e CP

[Programa comemorativo 2016]

Tenham juízo

Sindicato quer que professores tenham redução de horas de aulas a partir dos 40 anos

E a sobretaxa do IRS?

Passos Coelho: “Quando as coisas correrem mal, nós cá estamos para devolver a confiança e a esperança aos portugueses.”

António Saraiva, o perturbador social

sp

Em Maio, perante o anúncio da CGTP, que se preparava para uma “semana de luta”, António Saraiva afirmou, aos microfones da TSF, que não era “pela conflitualidade, pela greve, pela perturbação social” que se resolviam os problemas dos trabalhadores. A resposta estava no diálogo.  [Read more…]

Tragédia na Comporta

upnrs

O drama, a tragédia, o horror. O fantasma estalinista que paira sobre o paraíso à beira-mar plantado. Os amanhãs soviéticos que cantam. O pânico, o sobressalto. A inquietação. A Venezuela ao virar da esquina. O gulag que nos engolirá a todos. A temível Geringonça. O mundo cruel. O apocalipse.

Profetas da desgraça, uni-vos!

Imagem via Uma Página Numa Rede Social

Ana Paula Laborinho defende a morte das variedades do português

lusofoniaEm entrevista ao Expresso, Ana Paula Laborinho, Presidente do Instituto Camões, deixa escapar uma série de vulgaridades consentâneas com a Igreja da Lusofonia, cujo evangelho, mais oral do que escrito, está carregado de frases épicas acerca da dimensão internacional da língua e de palavras economesas como “geoestratégico”. Como qualquer sacerdote, crente ou não, é necessário parecer-se deslumbrado, que é uma maneira de se fingir iluminado. E ai de quem se atreva a criticar o deslumbramento! Será classificado como “xenófobo” e “racista”, antes de e em vez de ter direito a argumentação.

O chamado acordo ortográfico (AO90) é, neste contexto, alfaia religiosa que não pode ser posta em causa e, portanto, não pode ser pensada, apenas defendida.

Ana Paula Laborinho, depois de (não) responder a uma pergunta acerca da relação entre língua e “identidade de uma nação”, continua a (não) responder a uma outra: “Tendo em consideração a questão da identidade, é preciso um Acordo Ortográfico?” Ana Paula Laborinho (não) respondeu como se segue:

O Acordo Ortográfico é um instrumento até de internacionalização. É a tentativa de, enquanto língua internacional e num contexto de ensino, não termos de ensinar o português nas suas diversas variedades.

Uma pessoa não percebe o que é que o AO “internacionaliza”: a identidade? A língua? A ortografia? O queijo da Serra? Não me admiraria que fossem os quatro, tantas são as virtualidades do divino instrumento.

O resto da resposta mantém-se na senda do desastre sintáctico e, portanto, semântico. Doravante, os professores de Português, inspirados pelas palavras de Ana Paula Laborinho, poderão definir como um dos seus objectivos “tentar não ter de ensinar o português nas suas diversas variedades.” Não será fácil: um professor não está habituado a tentar não ensinar e, ainda menos, a tentar não ter de ensinar. [Read more…]

O estranho caso do anti-semita que descobriu as suas raízes judaicas

nazi

Não é novidade para ninguém que a Hungria continua a ser solo fértil para o cultivo em massa de palermas. O palerma na foto chama-se Csanad Szegedi, ex-membro do Parlamento Europeu, eleito pelo partido de extrema-direita Jobbik, que ficou famoso pelas suas posições de natureza neo-nazi, plasmadas em declarações marcadamente anti-semitas. Até que, um belo dia, descobriu que tinha raízes judaicas. Descobriu também que o Holocausto, ao contrário do que lhe tinham dito os outros palermas adoradores do troglodita do bigodinho, tinha mesmo acontecido. Chocado, mudou radicalmente o chip, cuidadosamente colocado entre os três neurónios disponíveis na moleirinha, e abraçou o judaísmo. Hoje chama-se Dovid, vai regularmente à sinagoga, luta contra palermas anti-semitas, define o eleitorado do seu antigo partido como “pessoas desesperadas” e ultima preparativos para se mudar, de armas e bagagens, para Israel. Uma história comovente.

Foto: Reuters@International Business Times

Carta do Canadá – Um rapaz do meu tempo

Acabo de saber da morte do Mário Wilson e fico triste. Não que eu seja grande coisa em futebol. Na verdade, o pouco que sei aprendi-o na emigração. Saudade é assim. Sempre que há jogos internacionais, lá estou a ajeitar o horário para me pôr frente à TV, a sofrer e a rejubilar. Mas tenho memória e lembro bem os tempos gloriosos da bola, que arrastavam multidões aos estádios. E, naturalmente, houve nomes que fixei. Um deles foi o de Mário Wilson.

Mário Wilson

Mário Wilson (foto via Diário Digital)

Mas vivíamos em mundos diferentes e separados. Nunca me passou pela cabeça conhecer um jogador de futebol. E, no entanto, isso aconteceu. Em 1976, fui convidada a ir a São Miguel, nos Açores, assistir a um desafio amigável entre o Benfica e o Sporting que iria inaugurar um estádio local. O convite partiu de João Rocha, então presidente do Sporting e amigo de alguns jornalistas que, durante o PREC, defenderam a liberdade e a democracia contra a ditadura à sua maneira. O pretexto foi calcular que eu estaria a precisar duns dias de repouso e que apreciaria ter por companhia nos passeios sua mulher e filha. [Read more…]