Na foto, o elevador do bólide de Edir Macedo, no seu luxuoso apartamento em Miami, pago com donativos dos fiéis da IURD em Portugal
Estive ontem a ver a reportagem que passou na TVI sobre a IURD, da jornalista Alexandra Borges, que aconselho vivamente. E devo dizer, apesar de não ter ficado minimamente surpreendido com o conteúdo, que as façanhas do terrorista social Edir Macedo nunca desiludem nem cessam de elevar a fasquia do que de mais reles e desprezível existe no ser humano. Macedo é absolutamente repugnante. Um nojo sem igual. Não admira que tente impedir o seu rebanho de ver notícias, ler jornais, ouvir rádio ou consultar as redes sociais durante estes dias. Quem deve, teme.
O que me continua a surpreender, contudo, é a facilidade com que tanta gente se entrega, de braços abertos, a vigarices como esta. Que está disposta a entregar tudo o que possui, chegando mesmo a passar fome, para que uma pequena elite religiosa, desonesta e sem um pingo de vergonha na cara, viva num luxo a roçar o obsceno, porque pago com o dinheiro que os fiéis alegadamente entregam a Deus. Como é possível que, em pleno século XXI, em sociedades democráticas e informadas, ainda existam pessoas dispostas a cobrar e a comprar indulgências? Será ignorância? Será fanatismo? Será lavagem cerebral sofisticada? Porque visto de fora, olhando para toda aquela encenação patética, parece fácil demais.
Porém, aquilo que verdadeiramente me revolta, que me enfurece, é ver todos os elementos que foram apresentadas na peça, nomeadamente os extractos bancários e facturas reveladas pelo bispo que liderou o culto em Portugal até 2009, que demonstram que a sua conta bancária era na verdade uma fachada para suportar o estilo de vida sumptuoso da família Macedo, financiado por donativos entregues à IURD em Portugal, logo livres de impostos, o que indicia a pratica de vários crimes, como fraude fiscal e branqueamento de capitais. Se o Ministério Público português não investigar de forma muito séria esta situação, levando o caso até às últimas consequências, somos oficialmente um estado falhado. Um estado fraco que se deixa instrumentalizar por qualquer bilionário vendedor de banha da cobra. Não é aceitável que Portugal esteja nas mãos deste tipo de gente, que mente, corrompe e manipula, impunemente e livre de encargos fiscais.
João Mendes, eles até fazem um favor aos governantes dos países onde operam, senão vejamos:
aquela gente toda de braços abertos, olhos fechados, quase em transe, estão a reivindicar a deus, a saúde, o emprego, melhores condições de vida no geral. E tudo a troco do dízimo e das ofertas “voluntárias”.
Agora, imagine aquela gente toda a reivindicar na escadaria da AR…
Num país cheio de Lucinhas Pisarro, o normal é proliferarem este tipo de Roque Santeiros.
E depois temos nós que aturar a Lucinha…
O João Mendes manifesta-se surpreso, revoltado e enfurecido pelo fenómeno IURD. Não sei se ele é jovem ou avançado na idade, mas eu já fiz 81 e quero desabafar com ele o seguinte; os portugueses têm o que merecem, Há pouco mais de 100 anos, o movimento evangélico que resultou da Reforma de alguns padres católicos contra a ICAR no séc XVI acabou por entrar em Portugal com 400 anos de atraso devido à ação da ICAR por meio da sua Inquisição. Esse movimento de discípulos de Jesus não tem nada a ver com a IURD que ao tempo nem sequer existia no mundo. Nem sequer há qualquer tipo de identificação ideológica, antes pelo contrário, nem pode haver jamais. Depois de 1974, no entanto, tudo se tornou possível aos portugueses no âmbito da liberdade que é apanágio das democracias e ainda bem. Ora, para o movimento evangélico que é sério e é fiel aos princípios bíblicos de Jesus desde os seus começos, os portugueses, em geral e maioria nunca foram simpáticos, e estimulados pela ICAR até foram muito agressivos para quem, no seu livre arbítrio preferiu seguir Jesus segundo as Escrituras do que segundo a Igreja tradicional. Viveu esse movimento até 1974 tempos apertados, embora não tivessem nem têm atitudes de seita e exploração do estado de ignorância espiritual em que a ICAR tem mantido os povos que domina. Veio a IURD em exploração financeira e ideológica dos ignorantes portugueses e é tudo grande adesão, triunfo e progresso à semelhança da exploração que se faz em Fátima ao mesmo povo. Os portugueses são pouco inteligentes e irreflexivos na área espiritual. Têm, por isso, aquilo que merecem. Preferem a mentira à verdade, têm de sofrer as consequências. Entretanto, o movimento evangélico está de consciência tranquila e de portas abertas para todos porque tem respeito pelo Deus Criador que julgará os homens por todos os actos ignóbeis que cometerem. Quanto a impostos de capitais, a ICAR também não paga! Mas as economias das igrejas evangélicas pagam todos os anos 28% nos bancos.