Agente infiltrado

Lá temos de voltar à clandestinidade

Uma juíza entende que os acusados (entre as dezenas de detidos) no dia 14 de Novembro “devem ser investigados por suspeitas de actuação em ‘grupo organizado’ e prática de crimes contra o Estado de direito e a paz pública.” Mas o melhor desta fuga de informação para o Sol vem a seguir:

a PSP apreendeu uma máscara de plástico relacionada, segundo a PSP, com «filmes subversivos de derrube do poder instaurado»

Tenho uma certa desconfiança de que se referem a isto:

Ora se se andam a escrever em pidês, alguém tem de ser imediatamente processado: ou a RTP e a distribuidora do filme em Portugal, ou o autor da acusação.  V de Vendetta pode assustar um certo tipo de gente, logo no seu início:

Um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua ideia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos.

Não se pode é modificar a realidade.

Receita de Bordoada à Portuguesa

Receita simples embora de elaboração faseada e justificando alguns cuidados. Da autoria de Miguel Macedo, chef ora premiado com uma estrela do Guia Internacional do Golpismo Mediático

Ingredientes:

Uma manifestação em dia de Greve Geral, umas dezenas (poucas) de imbecis com pedras (ou de pedras com imbecis), toda a PSP de Lisboa disponível e indisponível, um Comando, um Ministro.

Preparação prévia:

a PSP vai receber no próximo ano 796.9 milhões de euros, mais 13,2 por cento do que em 2012, a GNR 937.9 milhões de euros, mais 9,9 por cento.

Fonte

Horas antes da manifestação, a polícia visitou os comerciantes da zona, aconselhando-os a encerrarem portas e protegerem os estabelecimentos, com o seguinte comentário: «Isto hoje vai ser duro».

Fonte
 Utensílios de cozinha: [Read more…]

A Greve Geral e as avestruzes

Por Noémia Pinto

Irrita-me que as pessoas se comportem como avestruzes.

Na 4ª feira andei pelas ruas. Embora não seja sindicalizada, desfilei com os sindicatos. Embora não seja radical, gritei palavras de ordem. Não me orgulho de todas as que gritei alto e bom som, mas gritei-as. Embora não seja arruaceira, mantive-me na Praça por horas depois da manifestação acabar.

Raramente faço greve, e quando faço, sou como muitos dos outros, fico em casa, vou dar umas voltas e, pronto!, lá se passou mais um dia de greve.

Mas a situação do país exige que me manifeste, que faça greve e vá para as ruas juntamente com os meus companheiros. Acredito genuinamente que nestes dias todos somos iguais. Que as diferenças são postas de parte para que todos lutemos por um futuro melhor. Por mudar a sociedade. É disso que se trata.

Confesso que tenho sido cobarde muitas vezes, demasiadas vezes. Quando trabalho a contrato, não faço greve. Receio represálias… No entanto, apoio e faço o que posso para mostrar o meu apoio. Posso não estar fisicamente em luta, mas estou-o de outra forma. Luto como posso.

Ora, a mim irrita-me que os meus amigos facebookianos, quase todos amigos reais, que eu não gosto dessas modernices de ser amiga de desconhecidos, não se tenham manifestado usando aquela rede social. Partilharam receitas, partilharam estados de espírito, partilharam canções, partilharam lindas fotos de flores, fofos bebés de duas e quatro patas, partilharam tudo. Tudo menos o mais importante.

Embora me tenha sentido em harmonia com aqueles, infelizmente, poucos milhares de pessoas, gostaria de ter amigos reais ao meu lado. Pelo menos saber que eles estavam comigo ali, se não fisicamente, pelo menos em pensamento. A ouvir e entoar a nossa Grândola, a cantar e dançar Bella Ciao, a ouvir e repetir En el pozo María Luísa, a emocionar-se com o Hino Nacional, a recordar baladas antigas: Somos Livres, Os Vampiros, Canta, Amigo Canta, a gritar «Auditoria à dívida, auditoria!», «O povo unido jamais será vencido», ou «A luta continua, nas empresas e na rua», «Abril de novo com a força do povo», «Portas, Cavaco e Passos são amigos dos ricaços» e, o que me emocionou particularmente, «Grécia, Espanha, Irlanda, Portugal, a nossa luta é internacional». [Read more…]

Portugal não é a Grécia, mas Lisboa e Madrid são Atenas

O infundado, quanto estafado, argumento de que ‘Portugal não é a Grécia’, propalado com ridícula presunção, fica-se pela dimensão manipuladora e falsa que o gerou : PROPAGANDA DESONESTA!
Recatamente, testemunhei o que se passou em frente à Assembleia da República.
Sem dificuldade, concluí que nos percursos da existência humana, dos estilos de vida confortáveis à pobreza, ou mesmo à miséria, o comportamento dos povos, ainda por cima numa Europa de cultura e níveis vanguardistas de civilização, é mais predominante o que os identifica daquilo que os distingue.
Histórica e socialmente, os movimentos de contestação, com actos de maior ou menor revolta anti-poder, registam o mesmo estado de ebulição, desde que provocados pela mesma super-temperatura ultraneoliberal da ilimitada austeridade. Chame-se ‘troika’ ou outra designação de sentido nefasto.
Para comprovar que, uma vez programados e consumados os processos anti-humanitários, a geografia da contestação não se sujeita a condicionalismos de qualquer espécie, excepto a efervescência social. Madrid viveu hoje cenas idênticas às de Lisboa: [Read more…]

Uma greve bem sucedida

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Arménio Carlos entende bem que o trabalhador é um bem essencial, como referi em outros textos meus deste blogue. Durante semanas a CGTP preparou a greve do 14 de Novembro, que acabou por ser um sucesso. Os estivadores, os transportes, as fábricas, especialmente as de vidro exportados a outros mercados, as escolas fecharam, a FENPROF, o SNEsup, calculam que todo fechou. Não houve aulas ontem, com excepção em Universidades privadas onde se educam os ricos deste país, os médicos e o seu sindicato atendiam apenas nas urgências dos hospitais, enfermeiras, enfermeiros, assistentes hospitalares tratavam apenas de casos graves, os tribunais, fechados por causa de greve de juízes e de funcionários, a administração pública, o sindicato dos sargentos da PSP, em fim, tantos, que nem cabem na página em que estimava referir esta greve bem-sucedida. Portugal parou!
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Um sucesso

Uns fazem, outros em vez de trabalharem protestam contra a greve.

Sabe bem gozar tão pouco…

Não, não é a sério. Sim, é provocação à Greve Geral. Claro que teve piada.

 

Luís, o poeta, decassílaba-se sobre a Greve Geral

Logo de Macedónia estão as gentes,
A quem lava do Axio a água fria;
E vós também, ó terras excelentes
Nos costumes, engenhos e ousadia,
Que criastes os peitos eloquentes
E os juízos de alta fantasia,
Com quem tu, clara Grécia, o Céu penetras,
E não menos por armas, que por letras.

Logo os Dálmatas vivem; e no seio,
Onde Antenor já muros levantou,
A soberba Veneza está no meio
Das águas, que tão baixa começou.
Da terra um braço vem ao mar, que cheio
De esforço, nações várias sujeitou,
Braço forte, de gente sublimada,
Não menos nos engenhos, que na espada. [Read more…]

14 de Novembro: Greve Geral

Primeira vantagem de uma greve geral ibérica (e não só): os vídeos .

De pé, ó vítimas da Merkel

 

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