“MAI ligou à administração da RTP por “desagrado” com cartoon sobre polícias”…

noticia o Jornal de Notícias.

Ministério da Administração Interna, PSD, Chega e CDS, todos juntos na tentativa de pôr açaimes à independência do canal público de televisão, sem perceberem (ou ignorando convenientemente) o essencial: o-cartoon-não-é-sobre-a-PSP.

E mesmo que fosse, desde quando é que, sucessivamente, a PSP se acha imune a críticas e a ironias, quando há até relatórios – e reportagens – que provam que há infiltração de forças de extrema-direita nas forças de segurança portuguesas? Segue-se o quê? A criação do “Secretariado Nacional de Informação”?

Que o Chega queira censurar tudo aquilo que não lhe convém, percebe-se, sabendo nós quem eles são. Que o CDS se junte à palhaçada, uma vez que para ressuscitar necessita dos eleitores do Chega, também se entende. Que o PSD, suposto garante democrático da direita liberal, lhe siga os passos, é bastante sintomático. E que o MAI, chefiado por um político da social-democracia europeia, se queira juntar à chicana, é ainda mais revelador e atesta o perigo em que estes supostos donos do pedaço estão a colocar a democracia em Portugal.

Cristina Sampaio @spamcartoon

O passageiro Cabrita

Costa insistiu, até ao limite e para lá dele, em não remodelar. Cabrita, há muito sem margem para manobra, auto-remodelou-se. O que é muito conveniente para António Costa, na medida em que tem agora a desculpa perfeita para não integrar Eduardo Cabrita no próximo governo – caso vença as eleições e consiga congregar uma maioria parlamentar em torno do seu projecto – sem ter que admitir que errou ao segurar, vezes demais, um dos ministros mais trágicos da história da democracia portuguesa. Como Pilatos, Costa pode agora lavar as mãos, mas o tempo e a história, sempre implacáveis, tratarão de o julgar.

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Pedro Marques Lopes adora o cheiro a bastonada de manhã

Salvo erro, no último “Eixo do Mal”, com argumentos razoáveis, mesmo para quem possa discordar, Pedro Marques Lopes começou por criticar o acampamento do Rossio, considerando que se trata de ocupação da via pública e acrescentou que se tivesse sido um grupo de ciganos a fazer o mesmo já teria sido expulso. A dada altura, a meia voz, gemendo, deixou escapar o desejo de uma carga policial que limpasse a praça. Se fosse espanhol, estaria decerto a defender o bombardeamento de Madrid.

Face ao argumento da carga, não se percebe por que razão perdeu tempo a usar os dois primeiros. Muito provavelmente, Pedro Marques Lopes votou no PSD na esperança de que tudo o que seja reivindicação possa ter como resposta o bastão, esse símbolo fálico. Se ele mandasse, punha essa esquerdalhada toda no sítio, punha o mal nos eixos. Será que é ele a mandar? [Read more…]